Um pássaro sobre a sala de jantar canta...
A mesa transborda de apreciados doces e lendário sangue de cordeiro soa na ceia!
O ramo que me é oferecido em troca de bolo com carne que não se pode comer…
Posso ter perdido toda a fé que me moveu numa vida.
Mas não entendo.
Quero, mas não consigo entender a gula da Páscoa.
Não a evito.
Quero... mas adoro chocolate.
Porquê azul e rosa?
Porquê coelhos e ovos?´
O porquê da Pascoa é-me semelhante ao porquê do Natal.
Talvez negação de uma vida. Ou revolta por retirada da mesma, nestas épocas que os lembro ainda mais…
Tudo deixa de ter significado: crenças, lendas, fés, ideologias…
Mas lá vou, sorrateiramente trincar a amêndoa roxa que tão bem encaixa nos dentes que cerram palavras que doem ao pensar que deixei de acreditar em algo que me transbordava o coração de criança crente.
Depois da amêndoa ainda vejo aquele filme onde procuro uma explicação… que afinal ainda acredito.
Ou quero acreditar…
Na Páscoa, e sobretudo na minha fé… que foi morrendo aos poucos por me ter magoado como uma coroa de espinhos e me pregaram a uma cruel realidade: a morte, sem regressos!
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