terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Teus olhos de Menino!


Um menino de olhos melífluos, contempla o céu e escreve numa nuvem “gostava ser poeta do amor!”.

Nesses olhos ainda não existe poesia, apenas inocência de pequeno grande sonhador!

Mas os versos que ele fez são mais que inconstância e nostalgia: são noites sem remédios e lágrimas ocultas.

São culpas e Saudades, de quem atravessa rios descalço e salta árvores tentando alcançar nuvens.

Enigmática criança triunfal!

Como cresceste?

Quem te deu o Mundo?

Teus olhos são jardins perdidos.

Tua boca um sumptuoso túmulo imortal…

Vê, olha agora o espelho… há lá estrelas que brilham como os teus olhos…

Não os tapes.

Não te escondas.

Saí hoje dessa porta, desse teu leito de núpcias irreais!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quem me deu asas


De asas leves não se consegue voar.

É o chão! Estou presa a ele…

Porque as asas estão fartas de voar.

Caem sobre os ombros, como se nem de boas memórias me apetecesse lembrar.

Não há Tempo.

E o espaço ruiu…

Tudo em vão, nada surgiu.

Apenas dá vontade de fechar os olhos desafortunados que se afundam agora em sal.

Há fumo negro neste Mundo.

Preciso de renovar.

Em paços largos, abro as pálpebras roxas entre uma rocha negra.

Semi-serro com medo do que possa ver.

É este Mundo.

Sou eu…

São os dias sem calor.

São os beirais sem ninho.

Nesta casa desabitada…

Quem me deu asas para andar de rastos?

Quem me deu olhos para avistar sonhos?

Dói o que ferve na pele.

Gélido sangue feroz…

Aqui congelo e ardo!

Nesta noite deslumbrada.

Sendo um ser nostálgico.

Com medo do entardecer…

Segredos de consciência,

Quando me deito

Sob as asas que foram destruídas.

Nas penas de pequena esperança…

De um dia conseguir de novo

Arrancar corações lacerados

Nesta mágica tarefa

De sobreviver!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Degraus...

Deparo-me com degraus sem fim... Falta o fôlego com cansaço precedente.

Avistas difuculdades tremendas?
Não se sei se estou preparada para esta subida e descida sem esperança!

És tu, um ser livre que te ousas a sonhar...
Não desças nem subas os degraus do sonho
Para não despertar os monstros!
Não subas aos sótãos  
Onde os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica aqui...
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Esperança? É o sonho de um Homem acordado.

És tu, que não medes o sorriso nem o choro.
Tamanho do teu sonho...

O importante é isso: Estar pronto para, a qualquer momento, sacrificar o que somos pelo que poderíamos vir a ser, pelo que sonhamos!

Todos os finais são também começos. Só não o sabemos na altura certa...
Quem disse que o preço dos sonhos é baixo?!
Utopia hoje, carne e osso amanhã.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Num Olhar

Na liberdade de um dia acordar e ter coragem de enfrentar o céu, quando havia há muito tempo que negava ver o brilho das estrelas…

 

Escondia-se por detrás da noite escura e fria, quando apenas faltava motivação, e segurança!

Essa tinha de vir de dentro para fora, lá bem no fundo da alma, mas estava tudo fora de sítio.

Até o olhar mudou.

O sorriso, esse já nem existia…

Precisava de ser salva, essa alma! Precisava que lhe devolvessem os sonhos, e sobretudo a Vida!

Escolheu a solidão como refúgio, e o cansaço pela vida foi-se apoderando pouco a pouco.

Os olhos são mesmo a janela da alma, e farta do delírio do desespero, libertou a sua alma de pássaro, voou e encontrou-se com um ser vestido de branco, onde sem lhe falar lhe disse:

“Tira as mãos dos olhos e não penses mais nisso!”

O seu coração foi sacudido por uma corrente eléctrica, naquele momento.

Porque afinal os anjos existem!

E enquanto houver um horizonte para avistar, enquanto houver ventos e marés, essa alma viverá… E não vai parar na escravidão daquilo por que precisa: não é só vida, não é só felicidade. São sonhos, e esses são tão fúteis, ou tão irreais!

Abriu os braços, sentindo o vento da liberdade, e disse para o anjo: “Enquanto houver estrada para andar, não pararei de caminhar… e isso não será possível se eu parar de sonhar!”

Naquele minuto um olhar resumiu uma vida, da vida dele, da vida de qualquer pessoa que espera, sonha e busca o seu caminho debaixo do sol.

Naquele minuto de troca e partilha estavam todos os momentos de alegria que vivi presentes… num simples olhar!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mensagem numa Ilha deserta


Uma garrafa á margem...

Não é um filme

Não é um livro de romance

Não é um sonho

Não é real

É uma mensagem

É um sinal!

Um naufrago daquelas memórias que embateram com as rochas…

Uma ilha perdida no Mar… num dia solitário: com ninguém excepto eu!

Isto é solidão a mais que algum homem em sobrevivência possa suportar…

Mas a mensagem vai resgatar-me antes de eu cair em desespero.

Eu sei.

Vou abrir com cuidado e vou ali encontrar a minha esperança!

Enviei em fumo um SOS ao Mundo,

Ele vai haver um dia que me vai encontrar.

E se não me poder ajudar manda-me na velha garrafa uma mensagem de salvação.

Por detrás de uma mensagem na garrafa há sempre o mistério de quem a escreveu e o destino que ali mesmo a enviou!

Há sempre uma mensagem na margem…

Pode-se partir, pode-se molhar, pode ser indecifrável. É como o amor. Que se encontra numa caixinha frágil, pode reconstruir a vida, mas pode despedaçar a caixinha!

Andei por aí todo o amanhecer, arrastando os pés descalços pela margem, soando uma melodia, e não acreditei no que vi.

Havia mesmo uma garrafa na margem.

Carregada pela água até á beira mar. Carregado pelo sangue até ao coração…

Parece que não estou sozinha nesta ilha deserta…

Há náufragos diariamente… há mensagens procurando um lugar!

Inimigo


Beija-se o céu

Entre nuvens de secretismo, entre luz de verdade…

Entre fantasia e sonho, entre rígida e cruel maldade!

Há inimigos dos nossos Anjos, e é difícil pronunciar a palavra “Diabo!”

É algo encarnado e violento, tanto por dentro como por fora…

Inacessível e respeitável….

Teme-se algo ou alguém por um nome definido.

Mas há outro belo e igualmente amado.

Todos nós temos fantasmas na nossa vida e mente.

Todos nós vivemos num mundo assombrado.

Um ou outro que foi salvo…

E é aí onde se tocam as suaves asas de anjo sem nome.

Apesar de haver sempre fantasmas em anjos,

Não passará de um “ser” em devaneio…

O que se viu?

O que sente em momentos de loucura e insensatez?

Se estiver olhar para um anjo, erguem-se as mãos com suavidade e ajoelha-se…

Mas dói de tanto ajoelhar.

Dói de tanto sacrificar.

Dói ter fé em um dia ver um anjo.

Viram-se as costas ao Diabo.

Afasta-se do Anjo…

E é o momento que não se sabe quem é o inimigo!

Porquê?

Porque o inimigo somos nós de cada um de nós.

Eu sou o meu próprio inimigo.

Sou eu que me magoo, sou eu que sofro, sou eu que choro e me auto mutilo, desmoralizando valores!

Sou eu: eu sou somente uma estranha num Mundo estranho.

Correndo contra o tempo?

Não… partindo!

Parto uma e outra vez…

Anjo ou Diabo?

Sou culpada desta traição divina.
Esta noite o meu fim está chegar!

Mais um fim que está chegar.

E continuo uma estranha…

Todos correm

Todos partem

E eu fico… aqui, estranha a um Mundo estranho!

E viverei para sempre esta noite…

A noite com fim!

Perdida em desvaneio.

Ajoelhando-me ao Diabo

Sou filha de um anjo.

Mas cansei.

Da dor

Da persistência

Da fé.

Porque não há para sempre.

Porque há sempre um fim!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fortificar


Fortificar:

É acordar num amanhecer sem medos!

É escalar numa luta constante e diária, mas sem cansaço…

Não negar.

Não fugir.

Sentir e observar tudo com sentimento e destreza.

Humildade sem ingenuidade.

Estar alerta dos perigos.

Para se poder voar sem no duro chão cair!

Desenhar as nossas próprias conclusões em épocas díficeis.

Não depender da sorte, do Tempo, dos outros para se ser feliz.

Fortificar é agir.

É sentir-se livre e lutar pela liberdade.

É correr pelo destino sem pensar num fim de qualquer dimensão.

Pintar um rosto.

Olhar para o espelho e sublimar o sorriso.

Não é ter presunção nem arrogância.

É saber ver com narcisismo sentimental.

Levar memórias mas nunca as arrastar.

Quebrar esses nomes “esquecidos”.

Tentando sempre mais e melhor…

Porque cada um de nós é único e não se pode fortificar só assim…

Com bandalhismos sem crenças…

Anda…

Vamos escalar.

Vamo-nos fortificar!

Desenhar as nossas próprias conclusões.

Engolir os heróis nesta história.

(Eles já saíram do contexto)

Agora é a nossa vez…

De fortificar!

Há janelas abertas.

Para imparcialidades decadentes.

Sem nunca poluir a imagem como “humano”

Vamos fortificar…

Vamos combater planetas…

E VENCER!

Vive o Tempo em vez do Homem


Uma estrutura estremece: Relógio sem Tempo.

É o Tempo que vive, enquanto os homens se esquecem deles mesmos!

“Não tenho Tempo!” não é falta de Tempo. É a frustração de viver sem paz!

Não ter paz desgasta o tempo que os homens têm para eles e para o Mundo.

Homens no Tempo, redutos de “estar sendo”, enquanto tudo lhes passa ao lado e agem como espectadores de vivos e dos mortos se tratassem.

Ainda bate um coração dentro deles e não param para reflectir que amanhã sim… aí podem não ter mesmo Tempo.

Não necessitam de correrias, mas precisam de se aligeirar hoje e agora na sua condição humana.

É o Tempo que vive. É ele que refresca a sede às plantas enquanto o Homem as pisa.

Usam tudo como se um tapete se aplicasse, neste chão pouco sólido que usam como passadeira da Vida…

Passa tudo ao lado, por se convencerem que não têm o Tempo necessário.

É necessário parar estes homens no Tempo e arranjar-lhes segundos para repensarem nos poucos momentos que têm Tempo para um simples sorriso ao que lhes rodeia…

Não se deve parar para pensar, deve-se pensar em parar para ser realmente Feliz!

Faz-se Silêncio, quando se pára para ouvir o Tic Tac dos segundos palpitar, surgindo uma vaga de nostalgia, apenas por se ter conseguido Tempo para o fazer…

E na dura escuridão deste sentimento, emerge um uivo agreste espantando os eu estrondoso Silêncio de ser aborrecido "ter Tempo"…

O Homem morre, o Tempo fica para os que nascem sem Tempo!

Em momentos não de vazio, mas de “nada”… com pouco Tempo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Confiar em Identidades? "Coisas do Diabo!"


Nasci assim: limpa e pura, sem saber qual a forma certa de conhecer alguém.
Quis aprender, e em histórias de heróis e vilões que se escondiam por de trás de máscaras… Por trás dessa máscara há mais do que carne e sangue; por trás desta máscara há uma idéia, e as idéias são à prova de bala!

Todos nós temos essas ideias, ou ideiais que nos acompanham de mão dada. Á prova de tudo, mas não de todos.

A vida pode ser cruel ou boa, e nem sequer nos conseguir mover. Mas “Os outros” sim!.

A pessoa com quem cruzamos o olhar uma só vez, a pessoa com que nos sentamos no banco do comboio, a pessoa com que partilhamos meras palavras, um encontrão na multidão. Aquela que se deitou ao nosso lado numa outra cama de hospital. A que lia no banco do jardim o mesmo livro que estava na nossa mesinha de cabeceira. Trocas, encontros… A sensação de olhar apenas pela primeira vez e perceber que já conhecemos “um desconhecido”!

Amamos pais, mães e família por sangue: inevitável ou condicional!
Mas muda-se por amar um estranho?
Por conhecer um desconhecido?
Por partilhar com quem nem o nosso nome desvendamos?

Identidades do acaso…

São "os outros" que nos movem e não o "A Vida" ou o "Mundo"!

Perdi a fé quando percebi que neste mundo não confiava em ninguém!

Mas só interiorizei que Deus para mim não existia, somente quando conheci o Diabo!

Não existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício…

Confio em todas as pessoas, pois por muito más que sejam, existe sempre o lado bom que eu insisto em vislumbrar a longo alcance. Só não confio no demónio que existe dentro delas, E esse, em tempos de crises de identidade ou fragilidade, é constante habitante da alma oca de cada um de nós.

Há arrependimentos, mas é nessas alturas que se tudo se perde!

Ás vezes só é preciso ter fé e saber confiar até prova do contrário… mas a ignorância e a ingenuidade é por vezes uma bênção!

Um grande poder traz grandes responsabilidades, e eu confiar em alguém dá-me o poder de conhecer alguém, e isso seria inédito, antes de me conhecer a mim mesma!

“Eu sou eu!” “Eu sou teu pai!” “Eu sou tua mãe!” “Eu sou tua amiga!”

Mas até que ponto se define algo não generalizável perante alguém que não sabe quem é!

No meu Mundo sempre houve fantasia: uma cascata de chocolate, as árvores de algodão doce… tudo era comestível e doce: até as pessoas… e se isso não fosse incrivelmente violento e canibal para deteriorar o meu mundo de fantasia... mas até hoje consigo considerar as pessoas doces!

E assim continua uma linda história e deixará de ser o lado negro da utopia.

Já vi pessoas que amava mortas. Então para que deixo eu de falar para pessoas que ainda aqui estão e amo?

Isto não é o meu pior pesadelo…

Será que um dia alguém me pode dar um último primeiro beijo?

Peço para sair desta história. Mas quanto mais fujo, mais me envolvo…

Alguém me segure e me faça confiar e acreditar “nos outros”!

Eu só me ajoelho perante a Verdade, e eu não a estou conseguir ver aqui!!

E quando se tem a certeza de um fim, começamos pensar num início... Não sei... Nada sei... Só sei que hoje foi lindo assim! Porque há coisas e pessoas que ecoarão na eternidade, mesmo parecendo que não fazem já parte de nós!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Remember Me


"O que você fizer na vida será insignificante, mas é da maior importância que você o faça porque ninguém mais o fará. Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz que você não está nem um pouco preparado. Mas a outra metade diz: Faça com que ela seja sua para sempre.

Michael, Caroline uma vez me perguntou o que eu diria se eu soubesse que você poderia me ouvir. Agora eu sei:
Eu Te Amo.

Nossa, como sinto a sua falta.

E eu te perdoo."


- Remember Me -

É Fantasia?!


Com a neve a cair é menos perigo.

Os sonhos são inundados por um sentimento como se de uma criança se tratasse.

Parece que tudo pára, não estando o Mundo habituado a cessar por um sonho de criança.

Só hoje, por entre gelo sente-se calor na alma, e sente-se uma paz interior como se o branco tranquilizasse o stress.

Vêm-se pessoas olhar para o céu como se de um milagre se tratasse.

Pára tudo!

É fantasia?!
Na mente, através dos olhos, o que se vê?
Farrapos que caem e estancam transformando-se num tapete de luxo que se teme pisar…
Talvez hoje possamos esquecer tudo.
Poderia isto acontecer sem  um sonho no céu?
Com vida, as pessoas sorriem, pela fantasia do simples branco da Neve!
Automaticamente se imagina e sonha.
Eu acredito que são estes momentos de fantasia que mudam o mistério da forma de viver…
Momentos brancos… de paz!
Corre… corre entre os flocos e transpira o ar quente da liberdade de ser criança por um dia!









quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Espelho de água do Soldado da Vida


Caminhava com os pés na água, água turva essa que não deixava espelhar as nuvens!

Avistavam-se remoinhos, mas afastavam-se com timidez do anoitecer, onde o perto ficou ainda mais longe, invertendo os ponteiros do tempo num silêncio eterno, onde o caminho era sem destino.

Na areia ouviam-se vozes. Seriam apenas gritos abafados das ondas, esmagados pelos rochedos?!

Desespero…

Sem nada saber seguiu o luar. Onde parou? Talvez nunca tenha parado, pois o mar não secou, e a lua ali continuou guiá-lo.

Mas as ondas não deixaram de gritar, e em cada despertar, o sonho realizava o cenário deste espelho de água turva.


A verdade do mar ruiu.
A água foi ficando cada vez mais límpida e cristalina, o seu coração duplicou de tamanho e viu o futuro num instante e pensou: isto não é verdade, é impossível sentir tanta paz e serenidade ao mesmo tempo e de repente.

Já não tinha ossos nem carne, deixou de ser “ser humano” e passou ser emoção. Era feito de alma e no peito escorria felicidade.

A cabeça fervilhava de ideias, e o espírito consumia-se no mais delicioso sorriso.

Olhou agora para a transparente água e viu-se a ele mesmo. Nele viu muitas coisas que não vira até hoje. Seria o brilho da água confundido com o do seu olhar?!

Havia também um escudo que o tentava proteger do mundo, uma voz sempre afável e disponível, um sorriso aberto e franco, uma mão pronta a dar, um ombro preparado a receber todas as lágrimas e tristezas.

Olhar agora o Mar era um pilar, mesmo quando se sentia fraco e vulnerável, era sempre um ponto de equilíbrio que o fez atravessar o arame do cais, sem medo. Porque sabia que estaria do outro lado com a mão estendida à sua espera a esperança e recompensa pela luta diária.

Excepcionalmente belas, as ondas eram agora calmas e serena.

Via-as assim, perfeitas quase a voar quando caminha sobre a água, como se a areia se projecta-se no ar, leve como uma pena, a pairar, a pairar...

O Mar ensinou-lhe coisas tão diferentes como escolher a roupa que iria usar de manhã ou aprender a ouvir as batidas do meu próprio coração.

Tinha medo de se perder em tanta fortuna, após tanto tormento e sacrifício.

Ele sabia o que é acordar exausto depois de horas mal dormidas porque a cabeça não pára ,nunca pára, não deixa o corpo desligar…

Deitou-se agora sob a areia húmida contanto as estrelas e meditou: “Tu céu, conheces a fraqueza deste coração, e só entregas o fardo a quem realmente o pode carregar.
Tu entendes o meu amor pela Vida - porque ela é a única coisa que tenho de realmente meu, a única coisa que poderei carregar para a outra vida, se esta houver.
Faz com que este coração se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dos abismos e das armadilhas do mundo…”


Viver intensamente o presente sem futuro, acreditando no amor e na Vida, sentido paz e serenidade.

É a pequena história do Soldado da Vida, que luta, sobrevivendo o dia-a-dia, não respirando, mas amando.

O facto de acreditarem ou não no destino resume-se a uma coisa: quem culpa quando algo corre mal?
Acham que a culpa é vossa?!
Se se esforçassem mais, tal não teria acontecido? Ou limitam-se a atribuir a culpa às circunstâncias?

 A água turva transforma-se em água cristalina…

“Porque há estrelas no céu!”
Adormeceu e ninguém sabe se acordou!´

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estreita Treta


Dizem que a Vida é uma treta

Todo o dia é o mesmo dia.

Aquela hora, espera-se o amanhecer, noutra o escurecer.

Prevê-se chuva e sol.

Treme-se com frio, transpira-se com calor.

Quem é treta? A Vida ou o Homem?!

Nada de novo se vê na rotina.

O Homem, esconde-se debaixo do lençol para confortavelmente dormir, sem sequer pensar no leão, aquele rei da selva e vida que dorme na arrefecida noite sem a impotência de pensar na sobrevivência: age de acordo com a circunstância do natural.

Na nossa Terra a dor é vista como algo grande, o amor como dor, e o pequeno como único atingível.

Pequenez não é a Terra em que vivemos, a ambição de querer pouco em muito cai no comodismo de satisfação.

Quem não finge? Quem não mente? Quem mais goza nesta vida, não se ofusca com a luz do farol!

Existe um outro alguém em nós, e muitos de entre nós não se conhece a ele mesmo.

Existem limites, e definem-se metas?

Para quê? Porque nos submetemos a tão pouco?

Existe alguém algures, no fundo de cada longe, que grita apenas para quem ouvir e acena para quem tem alma de ver,

A vida é estreita, e com o passar dos anos, não se vê nada de novo em cada luar.

Ninguém sabe como eu me deito, nada e tudo se pode prosperar!

É Domingo, é Dezembro, no Natal pouco muda.

Tudo se vai tornando escuro: a rotina que é sempre igual.

É sobrecarga de acontecimentos, é vicio, é instintivo: este homem-máquina, que não pensa!

Toda a noite é a mesma noite… mas olha em teu redor, vê aquela estrela que ontem não estava lá, o Luar não é velho, somos nós que ainda estamos cá.

É tudo treta, é tudo vício.

É existência sem vida.

É homem sem alma!

Vontade de Deus?

...Desmotivação do Homem!

Branco: Pele ou Papel?!


Acorda-se e limita-se viver entre quatro paredes em branco…

O que é o branco numa manhã?

É tudo, é nada! É vazio, é paz!

O branco é carência de algo, pobreza em expressão ou imagem.

Disposto a ser transformado: pinta o rosto de quem amas na parede branca.

Pinta uma opinião, sem nada a esconder, como se a tua alma estivesse flutuar no mar sem ondas, e nenhuma rede te irá capturar.

Persegue o céu e em breve te sentiras vestida de véu, voar!

O branco é o esplendor de todas as cores, reflecte o arco-íris de ilusão, aspira o negro de solidão.

E se dentro de nós não há alma branca, o Sol jamais brilhará, e dificilmente se deparará com a tal demorada solução.

Abre o coração em branco, olha para aquele rosto que pintaste na parede.

Agora é hora de dizer bem alto e de forma clara, sem arrependimentos, sem hesitação e muito menos sem lamentos: a porta continua aberta para estas quatro paredes em branco!

Branco: é essencial, é vital!

Hoje eu vi aquele rosto na parede, e pelo jeito que só cada um de nós vê, foi tudo graças ao branco.

Pele ou papel?

Que importa o que vai na imaginação?!

Pintar no branco, o rosto na parede, com a cor que apetecer.

Porque cada um de nós escolhe:ser pele ou papel.

Solução única: o Branco… abre o teu coração!

Introspecção do próximo desafio!


E agora que um fim se aproxima, é momento de introspecção: encaro já o fim como desafio e não como medo… é hora de aceitar e não perder tempo a tudo antecipar.

Quero ser clara e ter pensamentos objectivos, vou expondo o meu caso apenas quando tiver a certeza do que falo, sinto e penso.

Até agora vivi uma vida de saco cheio, viajei em todas as direcções, e por vezes atrevi-me passar semáforos vermelhos e abrandar nos verdes.

Fiz tudo, tal e qual na liberdade que me deram, de ser eu mesma, fazendo as pequenas coisas ao meu jeito.

Poupei energia e desgastei-me em pensamentos. Arrependimentos? Tive alguns: daquilo que deixei por fazer, conceptualizada que de o Tempo jamais voltará atrás.

Estou viva, sou maior e tenho outra vida pela frente.

Fiz o que tinha para fazer, observei o meu redor sem excepção.

Planeei cada caminho do mapa, chegando a hora da partida mudando de imediato de direcção.

Cada passo cuidadoso foi uma loucura no correr dos atalhos.

Agora não sei o que me espera. Fim? Não é de certeza! Um grande inicio vou enfrentar, e tudo a meu jeito emocional irei fitar.

Talvez hoje, ou apenas amanhã, liberto-me de tudo aos poucos, e sorrio, a meu jeito louco de viver, amando tudo o que rescende vida!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um Mundo para quebrar!


Nascemos para uma missão e vivemos num lugar para quebrar.



Não diria despedaçar em bocadinhos que se tornam nossos, mas transformar este Mundo num pouco de nós, dando um pouco de nós ao Mundo.


Para isso é necessário saber onde pertencemos: a missão mais difícil do Ser Humano. Pois limitamo-nos a seguir coordenadas da sociedade e das circunstâncias do momento ou da ambição futura.


Colhemos frutos apenas quando estes amadurecem, mas por vezes não nos lembramos de emitir calor e fazer com que o Sol brilhe entre as folhas das árvores, para conseguir saborear um fruto mais doce e rico.


Não podemos abusar da nossa posição, muito menos manipular o natural, mas o comodismo diário transforma-nos numa locomotiva que deita fumo sobre pressão!


O pensamento moderno faz as pessoas miseráveis, vagabundas de uma vida, limitadas no Tempo, sem se aperceberem que as próprias limitações são as restrições de uma personalidade.


Porque não ser um pássaro louco, voando nas cinzentas ruas, pintando de azul este velho céu?


Ele espera por nós, e pela nossa mudança.


Espera o velho homem… que festeja o som da Vida, que respira e aspira o ar…


Agora, neste ar abafado, existe um excêntrico, aqui e ali… Um anormal e um imoral. Tudo o resto de vulgaridade é certo, procurando sempre outro alguém que se adequa perfeitamente a essa total descrição.


Acaba-se o dia com cansaço, sem lugar para ressentimento ou reflexão. Cada passo é objecção , e já não existe poesia nem magia…


Imita-se tudo o que se faz naturalmente, copia-se o pouco que há de são, e diz-se ser original!


Ensaia-se o cérebro, e esquece-se o coração…


Sente-se um sabor estranho no estômago, engole-se tudo como se de verdade se tratasse, e ama-se o dinheiro como se de uma pessoa se falasse.


Será que ainda se pode abrir os braços ao céu? Subir uma árvore e cantar?


Nada me impede isso, mas já se é estranho nesta esfera a que eu vou chamar…


O amor é já uma razão, as telas de arte ficam gastas…


E cá estou eu, numa louca missão, subir uma árvore, dançar, cantar, sonhar… será que algum dia conseguirei este meu estranho mundo quebrar?!

domingo, 14 de novembro de 2010

Desentendimento


Sobreviver: o grande oficio era apenas Resistir!

Perdurar no Tempo que insistia em cessar na Solidão e escapar em ápices afortunados.

Porque naquele dia em que virei costas ao vento que insistentemente me tentava derrubar, apenas pensava em Sobreviver: ao seu sopro e violência. Tudo se fracturou com ardor, mas eu fugia pensando apenas em sobreviver.

Fugir não é Solução, mas que ofício é este que não me deixa sobreviver?

A guerra foi a comodidade e sanção.

Quais os riscos e marcos? Que interessa?! Guerreira com medo, guerra sem luta, em busca da sobrevivência em que é a Terra que se lacera pelos céus!

As veias afrouxam e a pele fica flácida… é o Tempo que resta desta Guerra, é o espelho do narcisismo de quem pouco fez.

As vagas no Mundo perderam a proporção, combatentes e vitoriosos juntam-se, escondendo derrotados, confundindo-os com os que batem com os pés na Terra e no Céu deste estranho chão…

Avisto ao de longe perdão, nunca chegando entender o amor que de contempla entre rivais de ódio, entre muralhas que tombaram.

Neste desentendimento, numa guerra sem sentido, varrendo o chão, entre o amor e o perdão.

Inversão de desentendimentos, união: Numa guerra? Ou num simples Jogo?!

Sombra de Nada


De pé? Honradamente tenta enfrentar o céu, aquele que é rasgado por um relâmpago quente e fugaz!

Não quer perder o Sol de vista, não quer deixar de adormecer contando as estrelas, mas de mãos atadas, calada e quieta, parece perder com olhos acamados no nada.

Nada: sem qualquer certeza, mas com esperança, perdendo-se em cada segundo… Onde estão o chão? Os sonhos ainda vivem? Será que o próprio Mundo ainda cabe no coração?!

Perder para quem chega, acobardada por quem parte sem mais um não.

Tenta definir o momento, transforma, excede e é então que deforma assim, tão rapidamente diante da sua própria desvalida e perplexidade.

Quer ficar só, num Mundo que já não conhece mas tenta compreender… toda a perda e mudança, todos os actos e cheiros que desvanecem em vão.

Olha para imagens desfocadas e com elas junta peça a peça, onde da soma resulta uma perda total.

E tudo se aguenta, sem nada fazer, perder o ontem, perder-se a si mesmo sem futuro em consideração.

É agora tempo de branco interior, esculpido num negro que invade toda a aura que envolve as mãos atadas que arrebatam o coração!

Olha-se, bem de dentro e algo que consegue admirar à vista salgada é apenas Sombra...Sombra de Nada!

domingo, 7 de novembro de 2010

Efectivo Universo


Hei, pst… Sim! Tu… coisa andante… “Ser Humano”? Ou imitação “dele”…


Sentado e tranquilo, sem ponta de humildade, consegues-me responder onde cresce o teu jardim?

Sim, algo natural e não que seja belo, mas genuíno… Sabe o que é? Não! Não me contes segredos alheios… pensa apenas onde cresce o Teu jardim.

Pois, pões a desculpa que vives noutro lugar e noutra época. E nesse espaço sem tempo, tens um segundo para pensar quem Tu és realmente?

Onde estão os Homens?

Sentados em bancos, com disfarces idênticos a algo natural, assemelham-se a espantalhos de jardins biológicos… De outra época!

Selando o segredo dos céus, onde está o futuro desta pobre humanidade desfeita em trapos?

Bem-vinda ao efectivo Universo!

As estrelas não brilham, tremeluzem com medo do que ai se aproxima.

Atravessa esta nova linha, reformula, redefine… Perco a mente!

Olho em minha volta, e tenho vindo rastejar por dentro.

O que lhe resta a estes seres? O que é que esta humanidade tem?

Não importa… para mim! Porque não os quero no meu mundo. Não me identifico como “um deles”, mas preciso de um processo de aceitação disto tudo.

Mas este unificado tem de se dividir! Agora poderia eu, nesta sociedade parar de prosseguir?

Não passa de um música: com letras bonitas, mas sempre com acordes errados!

Quero ver o símbolo da verdade desta nova humanidade.

E lá atravesso a linha, redefino, e perco novamente a mente!

Não quero…

Parte deles? Não quero pertencer!

... e Pronto!!

Prontos para o que aí vem?