quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Espelho de água do Soldado da Vida


Caminhava com os pés na água, água turva essa que não deixava espelhar as nuvens!

Avistavam-se remoinhos, mas afastavam-se com timidez do anoitecer, onde o perto ficou ainda mais longe, invertendo os ponteiros do tempo num silêncio eterno, onde o caminho era sem destino.

Na areia ouviam-se vozes. Seriam apenas gritos abafados das ondas, esmagados pelos rochedos?!

Desespero…

Sem nada saber seguiu o luar. Onde parou? Talvez nunca tenha parado, pois o mar não secou, e a lua ali continuou guiá-lo.

Mas as ondas não deixaram de gritar, e em cada despertar, o sonho realizava o cenário deste espelho de água turva.


A verdade do mar ruiu.
A água foi ficando cada vez mais límpida e cristalina, o seu coração duplicou de tamanho e viu o futuro num instante e pensou: isto não é verdade, é impossível sentir tanta paz e serenidade ao mesmo tempo e de repente.

Já não tinha ossos nem carne, deixou de ser “ser humano” e passou ser emoção. Era feito de alma e no peito escorria felicidade.

A cabeça fervilhava de ideias, e o espírito consumia-se no mais delicioso sorriso.

Olhou agora para a transparente água e viu-se a ele mesmo. Nele viu muitas coisas que não vira até hoje. Seria o brilho da água confundido com o do seu olhar?!

Havia também um escudo que o tentava proteger do mundo, uma voz sempre afável e disponível, um sorriso aberto e franco, uma mão pronta a dar, um ombro preparado a receber todas as lágrimas e tristezas.

Olhar agora o Mar era um pilar, mesmo quando se sentia fraco e vulnerável, era sempre um ponto de equilíbrio que o fez atravessar o arame do cais, sem medo. Porque sabia que estaria do outro lado com a mão estendida à sua espera a esperança e recompensa pela luta diária.

Excepcionalmente belas, as ondas eram agora calmas e serena.

Via-as assim, perfeitas quase a voar quando caminha sobre a água, como se a areia se projecta-se no ar, leve como uma pena, a pairar, a pairar...

O Mar ensinou-lhe coisas tão diferentes como escolher a roupa que iria usar de manhã ou aprender a ouvir as batidas do meu próprio coração.

Tinha medo de se perder em tanta fortuna, após tanto tormento e sacrifício.

Ele sabia o que é acordar exausto depois de horas mal dormidas porque a cabeça não pára ,nunca pára, não deixa o corpo desligar…

Deitou-se agora sob a areia húmida contanto as estrelas e meditou: “Tu céu, conheces a fraqueza deste coração, e só entregas o fardo a quem realmente o pode carregar.
Tu entendes o meu amor pela Vida - porque ela é a única coisa que tenho de realmente meu, a única coisa que poderei carregar para a outra vida, se esta houver.
Faz com que este coração se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dos abismos e das armadilhas do mundo…”


Viver intensamente o presente sem futuro, acreditando no amor e na Vida, sentido paz e serenidade.

É a pequena história do Soldado da Vida, que luta, sobrevivendo o dia-a-dia, não respirando, mas amando.

O facto de acreditarem ou não no destino resume-se a uma coisa: quem culpa quando algo corre mal?
Acham que a culpa é vossa?!
Se se esforçassem mais, tal não teria acontecido? Ou limitam-se a atribuir a culpa às circunstâncias?

 A água turva transforma-se em água cristalina…

“Porque há estrelas no céu!”
Adormeceu e ninguém sabe se acordou!´

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estreita Treta


Dizem que a Vida é uma treta

Todo o dia é o mesmo dia.

Aquela hora, espera-se o amanhecer, noutra o escurecer.

Prevê-se chuva e sol.

Treme-se com frio, transpira-se com calor.

Quem é treta? A Vida ou o Homem?!

Nada de novo se vê na rotina.

O Homem, esconde-se debaixo do lençol para confortavelmente dormir, sem sequer pensar no leão, aquele rei da selva e vida que dorme na arrefecida noite sem a impotência de pensar na sobrevivência: age de acordo com a circunstância do natural.

Na nossa Terra a dor é vista como algo grande, o amor como dor, e o pequeno como único atingível.

Pequenez não é a Terra em que vivemos, a ambição de querer pouco em muito cai no comodismo de satisfação.

Quem não finge? Quem não mente? Quem mais goza nesta vida, não se ofusca com a luz do farol!

Existe um outro alguém em nós, e muitos de entre nós não se conhece a ele mesmo.

Existem limites, e definem-se metas?

Para quê? Porque nos submetemos a tão pouco?

Existe alguém algures, no fundo de cada longe, que grita apenas para quem ouvir e acena para quem tem alma de ver,

A vida é estreita, e com o passar dos anos, não se vê nada de novo em cada luar.

Ninguém sabe como eu me deito, nada e tudo se pode prosperar!

É Domingo, é Dezembro, no Natal pouco muda.

Tudo se vai tornando escuro: a rotina que é sempre igual.

É sobrecarga de acontecimentos, é vicio, é instintivo: este homem-máquina, que não pensa!

Toda a noite é a mesma noite… mas olha em teu redor, vê aquela estrela que ontem não estava lá, o Luar não é velho, somos nós que ainda estamos cá.

É tudo treta, é tudo vício.

É existência sem vida.

É homem sem alma!

Vontade de Deus?

...Desmotivação do Homem!

Branco: Pele ou Papel?!


Acorda-se e limita-se viver entre quatro paredes em branco…

O que é o branco numa manhã?

É tudo, é nada! É vazio, é paz!

O branco é carência de algo, pobreza em expressão ou imagem.

Disposto a ser transformado: pinta o rosto de quem amas na parede branca.

Pinta uma opinião, sem nada a esconder, como se a tua alma estivesse flutuar no mar sem ondas, e nenhuma rede te irá capturar.

Persegue o céu e em breve te sentiras vestida de véu, voar!

O branco é o esplendor de todas as cores, reflecte o arco-íris de ilusão, aspira o negro de solidão.

E se dentro de nós não há alma branca, o Sol jamais brilhará, e dificilmente se deparará com a tal demorada solução.

Abre o coração em branco, olha para aquele rosto que pintaste na parede.

Agora é hora de dizer bem alto e de forma clara, sem arrependimentos, sem hesitação e muito menos sem lamentos: a porta continua aberta para estas quatro paredes em branco!

Branco: é essencial, é vital!

Hoje eu vi aquele rosto na parede, e pelo jeito que só cada um de nós vê, foi tudo graças ao branco.

Pele ou papel?

Que importa o que vai na imaginação?!

Pintar no branco, o rosto na parede, com a cor que apetecer.

Porque cada um de nós escolhe:ser pele ou papel.

Solução única: o Branco… abre o teu coração!

Introspecção do próximo desafio!


E agora que um fim se aproxima, é momento de introspecção: encaro já o fim como desafio e não como medo… é hora de aceitar e não perder tempo a tudo antecipar.

Quero ser clara e ter pensamentos objectivos, vou expondo o meu caso apenas quando tiver a certeza do que falo, sinto e penso.

Até agora vivi uma vida de saco cheio, viajei em todas as direcções, e por vezes atrevi-me passar semáforos vermelhos e abrandar nos verdes.

Fiz tudo, tal e qual na liberdade que me deram, de ser eu mesma, fazendo as pequenas coisas ao meu jeito.

Poupei energia e desgastei-me em pensamentos. Arrependimentos? Tive alguns: daquilo que deixei por fazer, conceptualizada que de o Tempo jamais voltará atrás.

Estou viva, sou maior e tenho outra vida pela frente.

Fiz o que tinha para fazer, observei o meu redor sem excepção.

Planeei cada caminho do mapa, chegando a hora da partida mudando de imediato de direcção.

Cada passo cuidadoso foi uma loucura no correr dos atalhos.

Agora não sei o que me espera. Fim? Não é de certeza! Um grande inicio vou enfrentar, e tudo a meu jeito emocional irei fitar.

Talvez hoje, ou apenas amanhã, liberto-me de tudo aos poucos, e sorrio, a meu jeito louco de viver, amando tudo o que rescende vida!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um Mundo para quebrar!


Nascemos para uma missão e vivemos num lugar para quebrar.



Não diria despedaçar em bocadinhos que se tornam nossos, mas transformar este Mundo num pouco de nós, dando um pouco de nós ao Mundo.


Para isso é necessário saber onde pertencemos: a missão mais difícil do Ser Humano. Pois limitamo-nos a seguir coordenadas da sociedade e das circunstâncias do momento ou da ambição futura.


Colhemos frutos apenas quando estes amadurecem, mas por vezes não nos lembramos de emitir calor e fazer com que o Sol brilhe entre as folhas das árvores, para conseguir saborear um fruto mais doce e rico.


Não podemos abusar da nossa posição, muito menos manipular o natural, mas o comodismo diário transforma-nos numa locomotiva que deita fumo sobre pressão!


O pensamento moderno faz as pessoas miseráveis, vagabundas de uma vida, limitadas no Tempo, sem se aperceberem que as próprias limitações são as restrições de uma personalidade.


Porque não ser um pássaro louco, voando nas cinzentas ruas, pintando de azul este velho céu?


Ele espera por nós, e pela nossa mudança.


Espera o velho homem… que festeja o som da Vida, que respira e aspira o ar…


Agora, neste ar abafado, existe um excêntrico, aqui e ali… Um anormal e um imoral. Tudo o resto de vulgaridade é certo, procurando sempre outro alguém que se adequa perfeitamente a essa total descrição.


Acaba-se o dia com cansaço, sem lugar para ressentimento ou reflexão. Cada passo é objecção , e já não existe poesia nem magia…


Imita-se tudo o que se faz naturalmente, copia-se o pouco que há de são, e diz-se ser original!


Ensaia-se o cérebro, e esquece-se o coração…


Sente-se um sabor estranho no estômago, engole-se tudo como se de verdade se tratasse, e ama-se o dinheiro como se de uma pessoa se falasse.


Será que ainda se pode abrir os braços ao céu? Subir uma árvore e cantar?


Nada me impede isso, mas já se é estranho nesta esfera a que eu vou chamar…


O amor é já uma razão, as telas de arte ficam gastas…


E cá estou eu, numa louca missão, subir uma árvore, dançar, cantar, sonhar… será que algum dia conseguirei este meu estranho mundo quebrar?!

domingo, 14 de novembro de 2010

Desentendimento


Sobreviver: o grande oficio era apenas Resistir!

Perdurar no Tempo que insistia em cessar na Solidão e escapar em ápices afortunados.

Porque naquele dia em que virei costas ao vento que insistentemente me tentava derrubar, apenas pensava em Sobreviver: ao seu sopro e violência. Tudo se fracturou com ardor, mas eu fugia pensando apenas em sobreviver.

Fugir não é Solução, mas que ofício é este que não me deixa sobreviver?

A guerra foi a comodidade e sanção.

Quais os riscos e marcos? Que interessa?! Guerreira com medo, guerra sem luta, em busca da sobrevivência em que é a Terra que se lacera pelos céus!

As veias afrouxam e a pele fica flácida… é o Tempo que resta desta Guerra, é o espelho do narcisismo de quem pouco fez.

As vagas no Mundo perderam a proporção, combatentes e vitoriosos juntam-se, escondendo derrotados, confundindo-os com os que batem com os pés na Terra e no Céu deste estranho chão…

Avisto ao de longe perdão, nunca chegando entender o amor que de contempla entre rivais de ódio, entre muralhas que tombaram.

Neste desentendimento, numa guerra sem sentido, varrendo o chão, entre o amor e o perdão.

Inversão de desentendimentos, união: Numa guerra? Ou num simples Jogo?!

Sombra de Nada


De pé? Honradamente tenta enfrentar o céu, aquele que é rasgado por um relâmpago quente e fugaz!

Não quer perder o Sol de vista, não quer deixar de adormecer contando as estrelas, mas de mãos atadas, calada e quieta, parece perder com olhos acamados no nada.

Nada: sem qualquer certeza, mas com esperança, perdendo-se em cada segundo… Onde estão o chão? Os sonhos ainda vivem? Será que o próprio Mundo ainda cabe no coração?!

Perder para quem chega, acobardada por quem parte sem mais um não.

Tenta definir o momento, transforma, excede e é então que deforma assim, tão rapidamente diante da sua própria desvalida e perplexidade.

Quer ficar só, num Mundo que já não conhece mas tenta compreender… toda a perda e mudança, todos os actos e cheiros que desvanecem em vão.

Olha para imagens desfocadas e com elas junta peça a peça, onde da soma resulta uma perda total.

E tudo se aguenta, sem nada fazer, perder o ontem, perder-se a si mesmo sem futuro em consideração.

É agora tempo de branco interior, esculpido num negro que invade toda a aura que envolve as mãos atadas que arrebatam o coração!

Olha-se, bem de dentro e algo que consegue admirar à vista salgada é apenas Sombra...Sombra de Nada!

domingo, 7 de novembro de 2010

Efectivo Universo


Hei, pst… Sim! Tu… coisa andante… “Ser Humano”? Ou imitação “dele”…


Sentado e tranquilo, sem ponta de humildade, consegues-me responder onde cresce o teu jardim?

Sim, algo natural e não que seja belo, mas genuíno… Sabe o que é? Não! Não me contes segredos alheios… pensa apenas onde cresce o Teu jardim.

Pois, pões a desculpa que vives noutro lugar e noutra época. E nesse espaço sem tempo, tens um segundo para pensar quem Tu és realmente?

Onde estão os Homens?

Sentados em bancos, com disfarces idênticos a algo natural, assemelham-se a espantalhos de jardins biológicos… De outra época!

Selando o segredo dos céus, onde está o futuro desta pobre humanidade desfeita em trapos?

Bem-vinda ao efectivo Universo!

As estrelas não brilham, tremeluzem com medo do que ai se aproxima.

Atravessa esta nova linha, reformula, redefine… Perco a mente!

Olho em minha volta, e tenho vindo rastejar por dentro.

O que lhe resta a estes seres? O que é que esta humanidade tem?

Não importa… para mim! Porque não os quero no meu mundo. Não me identifico como “um deles”, mas preciso de um processo de aceitação disto tudo.

Mas este unificado tem de se dividir! Agora poderia eu, nesta sociedade parar de prosseguir?

Não passa de um música: com letras bonitas, mas sempre com acordes errados!

Quero ver o símbolo da verdade desta nova humanidade.

E lá atravesso a linha, redefino, e perco novamente a mente!

Não quero…

Parte deles? Não quero pertencer!

... e Pronto!!

Prontos para o que aí vem?

Muito pouco Sem Sol

Olho para o céu e não vejo Sol.
 No ar apenas voam tristes folhas… Isto dá a sensação de tudo acaba!

Aquele Sol, aquele cheiro a Primavera que me inunda de felicidade, o calor de Verão que me faz vibrar de sensações… Até o sorriso surge espontaneamente.

E agora, até tudo voltar de novo?

Preciso eu de mil Sóis para acreditar?

Com a melancolia das folhas cair e voar, pareço não acreditar em quase nada!

Nem no fim, nem num começo, nem na Terra, nem nas estrelas! Careço de Sol…

O dia parece viver sob sombras acastanhadas e laranjas… laranja do Sol… Sol que espreita mas não queima. Sol que se esconde e não brilha.

Não acredito em nada sem Sol… Apenas nas frias batidas dos corações que passeiam agasalhados no abrigo do adversário da Vida!

Vida sem luz, apenas ilustração de uma quente fogueira, que acalenta as mão,s não suficiente para incendiar o coração…

Não há paz nem guerra. Não há tristeza para lágrimas, mas esta obtusa melancolia, invade-me sem pedir autorização.

A verdade é quem nós somos: e eu sou muito pouco sem Sol.

Como se da fotossíntese subsistisse…

Peço aos céus um dia livre, naquele que semicerro os olhos pela sua intensidade. Aquele que potencia as minhas necessárias descargas de adrenalina…

sábado, 6 de novembro de 2010

Confia em Mim!


Fechou os olhos, ouvindo soar suavemente ao ouvido: “Confia em mim!”.

Com a suavidade do bater das asas de uma borboleta, transformou o fôlego num momento… Num momento de olhos fechados em que o negro da solidão ímpar, apura todos os outros sentidos, e o correr deleitoso do rio sob as pedras faz com que o sentimento seja igualmente apurado.

Um cheiro que faz lembrar “algo”, não se lembrando do quê, confiou: confiou em palavras vindouras que já foram pronunciadas, confiou na profundidade do momento, deixando-se arrastar pelo bater das asas da borboleta.

É mesmo isto: a quebra de nostalgia com um momento de metamorfose.

Pousou as mãos douradas como se de uma almofada se tratasse, e sem nunca abrir os olhos posicionou-se como um desprotegido feto entre ervas daninhas e pequenos bichos que se encontravam no seu mundo ameaçado!

“Confia em mim!”

Mas isso é pouco, num mundo tão grande. É muito para um momento tão completo.

Para confiar, seria necessário estar não só alerta, como deixar que essa voz ficasse acessível a todos os sonhos rematadores do peculiar momento…

Os sonhos só se podem realizar com mente aberta, sabendo qual a hora certa, e estar ciente de que estes se podem tornar em dinamites!

Fácil é sonhar, a questão delicada é conseguir fiar esses sonhos…

Confiar na voz: confiar no que se sonha, de olhos fechados, saboreando momentos de tranquilidade…

A que se necessita para alcançar… o cheiro a “algo”, a realização de tudo…

Porque chegará o dia em que se consegue identificar o cheiro e o tacto: algo palpável, sem visão. Um brilho no escuro… Tudo, ou apenas o suficiente. A recompensa por acreditar, e sobretudo confiar na voz dos sonhos.

Confia em mim!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Algo que Existe!


Está no berço de um bebé, num sorriso de um idoso e numa brincadeira de uma criança.

Há quem a sinta no coração, há quem a raciocine como dinheiro na mente…

Há coisas que ajudam, outras que são essenciais.

Ao olhar uma onda bater na rocha, ao cheirar a fragrância húmida de uma floresta.

Ao abraçar-te, ao olhar-te…

Ao sentir!

Não passa disso: de sensações e emoção.

De sentimentos e oportunidade: para sorrir e chorar!

Não seria possível sem a dor, não seria sentida sem os cravos da saudade…

Mas ela está lá, e existe…

Talvez queiramos complicar a sua própria essência, mas é nela que pensamos todos os dias ao acordar!

Vá, só não quero confundir Felicidade com uma realização rotineira, a que somos obrigados como seres sociais a cumprir automaticamente.

Diariamente, aquele automatismo de robots em que nos tornamos, como se sorrir fosse um código de integração social.

Não quero…

Quero-a a ela, a legítima dita, que me consome por ser humana de sensações habilitada a sonhos… sonhos de Ser Feliz!

Luto não pela Felicidade plena, mas por vencer intrigas da própria alma que não me o permitem ser…

Adentro este labirinto de frenética de loucura, vejo em pleno mar o farol dos sonhos, entrando na escuridão sorrindo, não só para iluminar caminhos, mas para vencer enquanto choro!

Imagino assim, algo metafísico mas palpável numa pulsação acelerada de emoção de Ser Feliz!

Porque todo os ser humano tem a capacidade de se colorir como uma borboleta, sejam quais forem as cores ao seu alcance, há sempre uma maneira de voar e se libertar em direcção ao Sol: onde brilha um olhar, daquilo que afinal existe!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vou escolher... ...


Estas indignações que me tentam distrair, não me levam nem a pausas nem a conclusões!

Persistência…

Mesmo que a voz de sempre me insinue, e certezas atenuem.

É algo contra natura, é como se a resolução seja a minha adversária, enquanto seja dela que necessito para tomar um rumo…

Um rumo?

Eis a questão: qual o rumo certo?

Não podemos mudar o nosso nome, tentando diariamente mudar quem somos, sem nos apercebermos que são as escolhas que moldam a nosso própria mudança!

Como se o céu nos oferecesse bênções mesmo em frente dos nossos olhos, mas nós, como seres entrelaçados temos sempre a tendência para complicar e pensar na escolha certa… Quando nunca existe uma escolha certa!

É apenas a Vida que repete melodias e nos põe à prova.

Porque será que todos os dias se iniciam com o nascer do Sol, e tem término exactamente após 24horas… 24 horas de relógio que nos permite num segundo fazer “A ecolha” e muadar tudo!

Uma assinatura, uma entrada ou saída, um olhar ou uma palavra…

Não há oportunidades certas… há apenas oportunidades oferecidas, onde complica a escolha. Ambiciosos como somos, não nos chegam apenas as oportunidades, como ainda reclamos por o dia ter apenas 24 horas.

Para quê tal imbecilidade, se no segundo certo optamos por uma escolha precipitada, ou nos limitamos a uma escolha amedrontada?

Somos assim: temos muito e parece termos pouco, mas certo é, que só damos valor as coisas quando perdemos o pouco que temos…

E eis que a melodia da vida, se transforma em cântico de angustia e depressão!

É a mesma batalha todos os dias: “Qual a escolha certa?”

Sim ou Não muda não só um dia de 24 horas, mas uma vida… mas de que é ela feita se não de escolhas?

Certas ou erradas, com o fingimento da desculpa da “Ironia do Destino”, ironia é aquela em que optamos constantemente pelo comodismo e facilitismo, achando que loucuras ou aventuras serão estereotipadas por Inconsciência, Imprudência, ou falta de responsabilidade!

Acordar sem motivação é o primeiro passo para optar pelo “errado”, e menos correcto será ter chance de novamente escolher e termos medo de arriscar… unicamente por termos a sorte de uma segunda oportunidade!

Calar, vendo o comodismo passar?

Cruzar os braços debaixo do coqueiro e cair piamente na nossa consciência vazia de habilidades ocas no que toca a escolhas!

Não chamo disto viver: rodeados de opressão, tendo de adormecer ponderando escolhas… é a lei da sobrevivência.

E a maior parte das vezes acaba-se por desistir, mesmo antes da tomada de decisão.

Em cima é o Céu, em baixo a Terra, algo ou alguém deu-nos a oportunidade de Viver ou Morrer, colocando-nos testemunhas “contra nós”. Mas as opções são óbvias e encontram-se mesmo ali, diante de nós!! Maldição não é viver. É sobreviver, escolhendo apenas a vida porque testemunhas “contra nós” nos influenciaram para algo estranho que soa a “viver”…

Não se vive um ideal sem conhecer a parametrização da sua ideologia.

Não se escolhe “acertadamente”, não pela dúvida ou pressão. É pela fraqueza de cair na tentação de não escolher autonomamente mas sim lançar os dados, e mesmo assim ainda aturar a moeda ao ar.

Acreditando no que se quer acreditar.

Escolhendo no que se acha certo, e não no que quer que seja certo.

Escolha é tomar a atitude de lutar por viver sem sobrevivências, sem altruísmo de Ser e não parecer…

Opções... Entre dois ou mais fragmentos!
Simples?
...complica-se!