quinta-feira, 31 de março de 2011

Carta nunca Lançada


  O sino da nossa sina toca lá bem do alto dos céus, e uma estrela cai…
  Não quero engolir este veneno que não sei de onde vem. Não quero aceitar este fim!
  Porque segues tu em frente, e eu fico aqui parada?!
  Dias sem dormir por te amar, dias sem amar, por não sonhar. Porque aceitas esta badalada?   Porque te condenas tu ao que é dos outros e não meu, passando a algo “nosso”?
  Deixa de ser besuntado de cobiça, deixa de ser procriado pelo que nunca terás! Todo esse veneno foi completado no meu sangue, e destruiu-me aos poucos, perdendo a vontade de te ter.
  Construíste um guarda-chuva que tapou o Sol, e agora só me resta nadar contra a corrente deste mar branco.
  Não quis engolir este remédio amargo, mas se não há luz, para quê tentar abrir os olhos? Tudo em nosso redor é negro, e mesmo não havendo nada errado, tudo dá errado. Não, não és um erro, mas se não houvesse tempo, não encontraria nenhuma razão ou rima, para este poema nosso, que se conclui em branco, sem princípio nem fim!
  E se tu decidires? Eu aceito. E se eu aceito? Tu não decides…
  É um vaivém de felicidade e indiferença. É como se nos colocássemos ambos entre uma mesa de “ping-pong”, frente a frente, com regras que nem nossas são, limitando-nos ao que o jogo comanda e despacha, e nós, como meros jogadores, obedecemos, esquecendo-nos do que é importante para alimentar o nosso coração.
  Basta de fugires desta maratona e quebrares a barreira da meta, como atleta que és.
  Perfeccionista sem me oferecer perfeição? Mencionarás tu o meu nome nos teus sonhos? O que sou eu para ti afinal?!
  Horas vazias e vagas, ocupaste todo o meu espaço. Já eu, sou um remendo para o pouco pano que constróis entre os dois.
  Porque não me queres a teu lado? Porque me escondes entre paredes ocas que conhecem o meu sofrimento de quando estou só?! Porque nunca me quiseste para a tua vida se eu por ti fui capaz de oferecer pedaços de vida?
  Mas deste pecado se constrói uma história, a nossa baralhada história…
  E entre jogos a três Dimensões, fiquei para segundo plano, nunca chegando a entender qual a minha posição… na lista dos teus fins?
  Se começaste errado, eu fiz disso uma prosa ou canção, tentando em actos menores, demonstrar o meu perdão. Chegava agora a altura de tu teres vontade de concertar o inicio desacertado… equívoco mal pensado? Ou mais um buraco mal remendado?
  Capítulos sobrepostos uns aos outros, o meu final era escrito sempre da mesma forma, mas tu, como personagem principal, desaparecias sem mapa nem destino, e o meu ponto de encontro era sempre a encruzilhada do nosso olhar, e o desejo de te tocar.
  O que te faz sentir que eu te pertenço sempre que tu queres, quando tu, agora que preciso de ti, foges aos pulos, voando sem olhar para trás?
  E se eu agora decidir que não te quero mais a meu lado? Exausta e sem fôlego para mais correr, a baixa bateria de adrenalina é ainda mais rebaixada quando tu me empurras para o penhasco, deixando de novo o nosso mundo nas minhas mãos!
  Vamos respirar e pular para a próxima etapa? Mais uma… igual?
  Mesmo assim… “vamos tentar”, sorrindo com desejo não olhamos ao que não está certo… e o nosso perfume torna-se num só, quando o aroma de “nós” nunca foi servo.
  Cada passo que tu dás, pode ser o meu maior erro, mas eu insisto em abandonar tudo e ocasiões por ceder apenas, ou não querer já o nosso vaso quebrar.
   As flores estão murchas, quase secas, e a água está cada vez mais contaminada pelos espinhos das rosas que nunca foram pintadas de vermelho… o risco é meu, porque tu, mantêns-te nas tuas águas estagnadas, deixando correr os teus rios dos lados, sem que alguns deles se cruze com os meus.
  Os meus têm apenas água salgada de lágrimas derramadas…
  Mas chegou a hora de respirar, e de em novas águas mergulhar!
  Sei que a minha escuridão, se tornará um dia em luz… Tal como sei, que tu não estás para ser o farol do meu barco perdido…
  Sem um sinal…
  Horas vazias.

  Vou mergulhar! Agora, sem medo de ficar sem ar…

Boneca de Porcelana


  Porque gosta o homem de bonecas de porcelana?
  Olhar enamorado de todos os homens quando vêm passar uma boneca numa tarde com calor de Verão.
  Pele de seda, pernas de modelo, olhos de tigre, cabelo artificial.
  Quem és tu boneca? Quem és tu homem ingénuo?!
  As delicadas maçãs do rosto, pintadas pela poeira de nada, nem coram pelo habitual olhar fixado e aparvalhado.
  Sobras de beleza…
  E o homem que a vê? Os olhos brilham e no peito cresce uma frenética vontade de abrir a “mulher”, como se de uma prenda se tratasse…
  Será que algum dia o homem vai descobrir o que há dentro de uma boneca de porcelana?
  O prazer fala mais alto, o desejo é delirante e incontrolável. O calor de um corpo trémulo, faz sonhar, sem pensar o que vale a boneca de trapos que o espera incansavelmente, condenada ao amor de uma Vida.
  É essa a diferença entre uma boneca de pano e uma boneca de porcelana.
  Misto de emoções indivisíveis. Será o homem fraco?!
  O corpo é pequeno de mais, visto que quase não cabe tamanho contentamento, ao ser domado pela beleza ambulante…
  A boneca cai, parte e o tudo de transforma em vazio de nada.
  O que fica?
  A boneca de pano, infatigável, sentenciada por ser tudo… quando aparentará sempre “nada”!

"Atrás de um Bom homem, está sempre uma Grande Mulher!"

Felicidade - John Ruskin


"A felicidade
consiste em preparar o futuro,
pensando no presente
e
esquecendo o passado
se foi triste."

(John Ruskin)

Regina


Era hoje o teu aniversário!

Uma vela por ti.

Uma estrela por nós;

 Um anjo para mim!

Saudade...

Para sempre eterna...

Reaprender


Reaprender a amar é como reaprender a andar.

Nunca os passos de um segundo ensino desse andar serão seguros e equilibrados.

O medo de não conseguir levantar;

O medo de cair;

Num amor perdido, apenas com a fisioterapia do tempo.

E a reabilitação jamais recuperada na totalidade!

É tudo com sentido e sem intenção.

Mas por vezes, querer conseguir voar na emoção…

Aprender andar em pequenos largos passos…

Reaprender a Amar!

terça-feira, 29 de março de 2011

A VIDA - Florbela Espanca


"A vida é sempre a mesma para todos:
rede de ilusões e desenganos.
 O quadro é único, a moldura é que é diferente."

Florbela Espanca

Amantes


Se me viesses ver, hoje ao final do dia,

Na hora mágica dos cansaços e pensamentos,

Quando se acende o fim de muito

E o início da quietude da noite!

Se me viesse dizer

Se me viesse abraçar

Se me viesses compreender

Quando me lembro desse teu sabor

Quando me lembro dos teus paços

Quando me lembro do teu amor

Quando me lembro dos teus abraços!

O teu riso genuíno

A tua mão na minha

Sós nós com o nosso silêncio

Pára e vê-me…

Basta de me olhares apenas.

Sou eu

Só para ti

Como um cravo ao Sol

Como uma Rosa sem Espinhos

Como eterna amante

Em lençóis de seda

Sem direito ao teu amor

Como (di)amante...

Estante Depressiva


   A verdade é que nem mesmo a dor do pó acumulado não me faz desistir de toda esta limpeza do passado…

   Porque é que tantas e inúmeras vezes deixamos de olhar para aquilo que temos, só porque passamos em busca de coisas supérfluas, impossíveis, ou obstinadas?!
   Quantas vezes nos sentimos vazios e sós, quando estamos no meio de uma multidão disposta a oferecer-nos coisas boas?
   Podemos não ser capacitados para desenhar todos os nossos passos ou evitar determinadas quedas, mas tantas vezes que ficamos cegos, acabando por nos enrolar na nossa própria teia e engolir o veneno procriado por nós mesmos.
   Isolamo-nos do Mundo, e culpamos o Mundo por não nos ajudar sair desta depressão, culpando todos os factos exacerbadados pelo sistema nervoso.
   Ninguém disse que é fácil ultrapassar as dificuldades, e que todos os romances têm um final feliz, mas porque colocar os problemas numa lupa? E se não o resolvermos no momento que queremos, colocá-lo no microscópio e analisando-o pegando em todos os pontos, dividindo as células, multiplicando o DNA desse Problema?
   Tudo o que é necessário para chegarmos a um estado depressivo, que se torna a cada momento que passa como uma bola de neve, e cada vez mais difícil de encontrar o Sol para a derreter.
   Serramos os dentes, como se só fosse possível expandir o nosso lado selvagem, nem tomamos dimensão do que as nossas atitudes impulsivas e de seguida cravamos as unhas na pele e mergulhamos numa tempestade de lágrimas.
   Desespero e dor, pode até levar à ameaça da própria vida.
   Quanto menos queremos ser ajudados, mais pessoas temos à nossa volta dizer para ter calma.
   Quanto mais calma queremos ter, mais o estado de ansiedade se agita como se um remoinho num pequeno copo de cristal, que a qualquer momento pode estalar.
   E quando se chega a um estado terminal da pouca esperança que existia, queremos ser ajudados à força, mas os que lá estavam cansaram de ali estar, e partem exaustos…
   E ali se fica, sem dó nem piedade de si mesmo, numa ameaça da qualidade de vida, acabando por morrer aos poucos…
   Até quando?
   Uma fila indeterminada de obstáculos a ultrapassar, e sobretudo ter vontade de querer e conseguir a multiplicar…
   Mas depois de passado tanto tempo, com altos e baixos…
  A estante continua cada vez com mais pó…
  Até quando?
 Até hoje não sei…


domingo, 27 de março de 2011

Obrigada

Obrigada a todos os seguidores e aos 10 823 visitantes do meu pequenino cantinho...
Não é só para mim que escrevo, mas para aqueles que por aqui passam...
Obrigada!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Por hoje é tudo


Quero perder-me no meu silêncio. Posso não estar no meu perfeito juízo, mas há pessoas assim: felizes com a sua própria solidão. De mãos dadas com o vazio, é apenas isto que quero: um nada do meio de tanto que rejeito. Quero ler o soneto em branco e ouvir o som surdo. Quero deixar de acreditar que a vida é magia, vivendo em busca de nada, esperando irrealidades desfeitas em dádivas do eco do fundo de uma garrafa vazia.

Interpreto os esboços de uma tela do bêbedo pintor e vou em busca dessa realidade nos passos que abandonou na margem do mar. Quero encontrá-lo, olhar bem no fundo do seu olhar e confrontar o mundo dele com a minha solidão. Semelhanças ou diferenças, perdidos ou achados…

Quero ser professor da minha própria voz, e comandar o meu espírito para um retiro de ideias e pensamentos.

Não quero pensar em nada, em ninguém, quero desprender os pés da terra, multiplicar a adrenalina, e descolar deste piso. Não quero morrer, não quero adormecer, mas quero deixar de viver por instantes. É isso possível sem a droga do sonho que me comanda? Estará ela impulsionar para o meu cérebro um delírio e transformar estes factos num pesadelo com os relâmpagos da trovoada que servem como música de fundo?

Estou cansada do meu olhar, enraivecida com a minha presença neste palco e insatisfeita com a minha representação.

Fechem as cortinas, não aplaudam e deitem-me à cara toda esta vergonha do fracasso de estar deixar de ser eu mesma.

Se fosse apenas eu… mas tudo se arrasta acorrentado à minha cruz. Qual a salvação da minha própria personalidade?!

Não, não há título para estes momentos de ausência. É como se a minha casca deambulasse descolada de todas as minhas promessas interiores. Onde estão os valores? Porque valorizo eu, o nada?

Só o silêncio de aconchega.

Pareço uma dama negra de drama, com incapacidade de erguer as mãos aos céus e brindar com as estrelas.

Indiferença perante o Mundo.

Toda esta realidade se deve a ter tudo e não querer nada.

É como uma noite sem luar…

E quando as estrelas são o meu abrigo, atinjo o limite da minha verdade, e desisto de me entender a mim mesma.

Sem objectivos, sem verdades ou falsidades, não construo castelos e atiro a areia para os meus próprios olhos.

E de repente, quando a insistência de algo me faz desistir e fechar os olhos avisto com a minha alma semicerrada uma estrela cadente…

Peço um desejo?

O que quero quando tenho tudo e não quero nada?

Por hoje é tudo…

(Sinto-me nada!)

A Mais...Ou Menos!


Não acredito na Matemática...
Amar não é Matemática...
Um coração + Um coração não deveria ser UM CORAÇÃO?

Pior é quando se divide não em dois... Mas aos pedaços....
E aí uma lágrima mais uma lágrima não serão duas lágrimas, mas sim UMA Lágrima maior...
Que não cola o coração...

O abstracto do Amor
O concrecto da Dor...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Analisando


Analisando

O céu

As estrelas

O mar

A areia

O rasto do Sol

A força da maré

O pobre pescador

O bêbedo pintor

O lume

Analisando…

O Mundo

A Vida

Os dias

O meu abrigo

Os pássaros do Sul

O meu Norte

Analisando…

A planície

As pedras e as flores

O que é Natural

O que soa a sobrenatural

Analiso por esta cidade fora

A multidão

A prisão

À procura de mim mesma

Neste restolho intacto de “gente”

Os meus passos…

Analisando…

O Sol de Março

As tatuagens do desconhecido

Um filme

Um lugar encantado

Analisando…

Uma gota

Um pouco de céu

Uma velha casa

Um velho

Uma criança

Analisando…

Vestígios

Ninguém…

O fundo do teu olhar

Analisando…

“Nós”

Analisando…

… a outra margem de mim!

Fim de Tudo


    Baú de fotografias de quando era criança foi o horizonte entre mãos durante horas a fim, numa noite nostálgica de chuva e do som estridente da trovoada tentar afastar sonhos e martirizar pensamentos. O que é esta paragem no tempo? Que passagem é esta pelo caminho de recordar algo que não passa de memórias fotográficas?! A fantasia tem brilho como as estrelas, e quando olhamos para as estrelas fantasiamos a realidade. Deixamos de sentir os pés na terra e apanhamos balanço para voar…
    A gente vai continuar a viver e contar sempre memórias passadas, mesmo quando o moinho não bate mais nessas águas. Antes que venha a escuridão, há-de saber sempre bem um abraço, como se fosse uma história de princesas com final feliz. E assim adormecemos, tentando esquecer os problemas que soam a dura e pura realidade de uma menina da foto que cresceu.
    Ao teu redor há baile de máscaras e os amigos por vezes não se diferenciam de conhecidos numa multidão, balançamos como soldados de chumbo nesta caminhada de pedras frias da calçada, e cada lugar só nosso deixa de ser mágico, porque alguém com quem tivemos coragem de o partilhar partiu sem olhar para trás e deixou o nosso coração de cristal despedaçado em bocadinhos tão pequeninos que sentimos que nunca vamos encontrar uma cola poderosa que os possa reconstruir.
    Inventamos charcos de chuva de prata, quando o único charco da alma é o sal das lágrimas. Mas quando temos coragem de erguer a cabeça, o sol erradia, e a cidade em tons de cinza e negro avista as cores do arco-íris.
    Todos são cúmplices para nos derrubar, e cada um de nós tem de arranjar forças no escuro luar para que sejamos únicos e poderosos, não para existir, não para viver, mas sim para sobreviver…
    Há uma dança na terra muito estranha neste momento. Será que finalmente a natureza apostou na vingança contra o Homem?! Será justo? Será apenas um susto?!
    Fará parte da condição humana actual ter medo de ficar mais perto do fim de tudo?!
    Do lado quente da saudade da fotografia que cabe numa mão e sente-se numa vida, provocam-se amargas questões rebeldes de um espírito que está domado pelo medo que acabem todos os sonhos…
   Onde se bebe água da fonte dos Deuses? Terá esta humanidade ainda capacidade de acreditar e ter fé?!
   Que fragilidade estou eu assistir? Ainda a denominam CRISE?! Só se a subentender por Crise de Valores…
    Grito que “Hoje quero ficar!”, mas até quando poderei eu ficar?!
    Gente perdida… que não luta por se encontrar. Onde está p sabor de uma amora suja pelo pó da sede? Onde está o arrepio de molhar o pé na água gelada do mar? Onde estão as sensações? Onde está o verdadeiro Homem?
   E não, não sonho que o Universo se transforme numa ilha de imortais. Sonho apenas na simplicidade de uma ilha de mortais sem o susto desta crise indisciplinada de espírito.
    Lado a lado só se for para um jogo económico, a justiça só é feita se for pelas próprias mãos. E segurança só se tiver um par de notas na carteira e alguém poderoso que se sente no trono do poder.
    Quando já anda é intacto olho para a fotografia com o meu sorriso de criança…
    Cresci para isto?!
   Estes vestígios de Humanidade provocam-me náuseas e vertigens!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lutar, Viver... Morrer!


O que será de mim?

Eu, que não gosto da realidade,

Detesto o óbvio e a facilidade.

Vivo assim na condição do sonho e abstracto

É tudo demasiado claro para mim

Quero cor

Quero negro e branco!

A vida é Linda,

Somos nós que não a sabemos ver nem pintar.

Perde-se tudo, sonhando apenas a dormir.

Não quero ser condenada

E adormecer nesta fútil realidade.

Chamas em pó,

Sou amante do meu amigo

Sou amiga do meu amante.

Mas tudo tem um fim

A vida tem um fim…

Inquieta viajo por caminhos longos

Apago atalhos

Sonhando com felizes enamorados…

Onde vou parar se a vida também tem fim?

Viver, viver, viver…

Lutar, lutar, lutar.

Morrer!

Vive-se a vida toda, com ou sem tempo.

Luta-se quando se vive.

Morre-se uma só vez.

A que céu vou eu parar?

Sonho lutar pela vida

Luto, vivendo, lutando contra o tempo da morte…

Humanos…

Pontos nesta linha sem mapa!











Sussurro


Oiço de perto a chuva que chora na na janela do meu quarto

Oiço ao de longe um Tic Tac do relógio

Onde o Mundo gira

Onde o Tempo não pára.

Tudo pelo segredo do que sou.

Quem sou eu?

Alma só, apenas com Tempo.

Por quanto Tempo?

Horas de chuva.

Sussurros desta nostalgia que me faz companhia.

Procuro-me quando estou perdida

É duro olhar para um espelho quebrado!

A noite questiona-me e transforma-se no inicio de um novo dia

A ponte partiu!

Vou para a frente?

Ou volto para trás?

Não tenho respostas…

A chuva continua chorar

A noite a sussurrar

O relógio toca a melodia da partida

De quem foi e jamais voltará…

Presa


No sussurro de uma noite com chuva!

domingo, 13 de março de 2011

B.I.dentidade


Coloca o teu dedo azul numa folha em branco…

Impressão digital: Coisa só nossa, que nem nós próprios conhecemos!

Passagem imutável como um caminho que seguimos desde a infância.

Algo que somos incapazes de conhecer.

Conhecermo-nos não é uma questão de lógica.

O milagre está muito para além de conhecer o outrem…

Capitulação feliz, seria conhecer a nossa própria córnea.

A qual nos faz ver o Mundo…

E nos impede de olhar para nós mesmos!

Geografia humana, Geografia de nós mesmos…

Porque o corpo cresce bruscamente,

O desatino dos ossos com as rugas de expressão

Difícil de encaixar na harmonia do nosso Crescimento,

Do nosso Ser.

Do Eu desconhecido…

Onde a Impressão Digital será sempre nossa

Mas assemelhar-se-á para sempre a um labirinto…

Não temos na nossa cabeça um mapa sobre ela.

E temos assim, um constante medo de desenharmos

O Fim

De algo ainda mais abstracto

Que a nossa própria inocência

De nos queremos conhecer com um espelho

Quando a montra do nosso Eu está na correcção

Do que os outros são para nós

E de como nós somos para o Mundo…

Poema Sem Sentido...

Agora, mesmo agora

Queria escrever um poema

Poema sobre Amor

E não consigo.

As rimas estão dentro da minha cabeça,

Mas as palavras soam-me distantes

A saudade e a mentira

E aquele complexo labirinto de sombras

Simplifica-se a algo tão simples e absurdo

Que não se pode pronunciar “Amor”

Quero um novo sentido de ideias.

Preciso agora de viver uma nova realidade?

Quero ser capaz

Capaz de escrever o poema.

Quero ter coragem

De acreditar novamente no Amor.

Os gatos pretos que cirandam nos jardins

Atormentam-me

E não me permitem contemplar rosas vermelhas

A sua nitidez desfoca tudo o resto.

Nada resiste à distorção daquele felino andar...

Afogam-se memórias, expiram sentimentos.

E poesia passa agora para segundo plano.

Histórias… onde gatos pretos

Que vêm devagar

Contra a minha vontade

Acender este poema.

Apagar rimas de Amor!

sábado, 12 de março de 2011

Resgate


Por muito que queiras acelerar o relógio

Duas a quatro vezes

Nunca deixas de ter pressa

Quando ouves o silêncio

Quando te acomodas ao silêncio…

Silêncio do Amor

Silêncio Meu e Teu

Silêncio nosso!

Resgata-me e deixa-me aqui

No tempo parado.

No silêncio sem pressas…

Cicatrizes


Menino assustado caiu de bicicleta no alcatrão. Quem não conta uma história destas?! Como o chão com gelo que nos fez escorregar e sentimos a adrenalina curar-nos o susto…

Catorze letras que aprendemos com a leitura do passado… É como um rectângulo de papel rugoso que escondemos dentro de um livro, só porque foi o nosso primeiro amor que nos ofereceu entre pequenas carteiras riscadas de escola. Todas elas serviram de porta-cartas de pequenas histórias de amor.

Pequenas luzes da nossa aurora, actuam em eclipse, mas é nele que começam surgir os negros corvos que rangem sons estridentes na nossa pura alma de criança. Uma bala é laçada no nosso coração e é assim que crescemos.

Furando com balas de todas as cores, e como Dolores vagabundos desta vida só nos resta querer curar, e com o tempo deixar cicatrizar.

No entanto “Aquele Verão” ficará para sempre na nossa memória. E os quatro pequenos grandes sonhos de criança assinalarão perpetuamente a nossa personalidade.

A novidade para nós, já como adultos deveria ser sempre como a primeira ida ao Jardim Zoológico. Porque é no coração do bosque que imaginamos a Terra do Nunca, onde nos seguramos a sonhos, a fé e sobretudo ao “Regresso a Casa”, onde reencontramos origens e passados. Onde a última onda é a primeira carta. Onde o murmúrio das paredes é o fenómeno de coisas simples que apenas se tornaram complicadas porque crescemos…

E logo nós, que sempre sonhamos em criança “quando for grande…” Porque terá uma criança tanta pressa a crescer, quando em adulto é tão duro isso acontecer?!

Baldios, estradas secundárias, ravinas… foi este o caminho que escolhemos?!

Destino ou não. Sina ou Sorte… Coisas simples e coisas complexas… crescer ou ser eternamente uma criança?!

Podemos ter dupla personalidade, cinco bibliografias ou uma tragédia na vida. Mas haverá sempre mais do que quatro pregos pregados na nossa tábua rasa. Respiraremos sempre pequenas ou maiores percentagens de monóxido de carbono.

Não é que o paraíso de meninos esteja perdido… Há sempre uma última dose de fé e esperança de voltarmos ser ingénuos. Mas existirá sempre no ar a antimatéria que respiramos inconscientemente.

É como ver Teatro ao microscópio. Parábolas e dissonâncias… as pessoas não são mais nem menos, miniaturas de uma esfera circulante.

As cicatrizes da minha vida… para que servem elas senão para ferir, curar, crescer…?!

Outra História...


O efeito do vento não as afecta… Subtis e delicadas, discretas e sem passar desapercebidas emitem um som que só elas alcançam.

Giram, giram e giram… Como se em cada girar único houvesse um propósito.

Em cada movimento depende a ordem do mundo.

Depende essa luz insidiosa da sua própria poesia.

Em círculos apertados e perfeitos.

Em espirais.

Em galáxias de estrelas.

Em tons que só elas sabem pintar.

Em beleza que o Homem não consegue encontrar…

Borboletas…

Ainda quer o homem a história do efeito borboleta?!

terça-feira, 8 de março de 2011

MULHER


À sombra da Lua vi um retrato de uma Mulher triste.
Porque choras?
Porque sofres?

És Mulher e dás vida.

Sente-te Mulher e ficarás Viva….

Mulher não é um corpo despido.

Mulher é a forma fêmea da Vida.

Mulher não são lábios vermelhos.

Mulher é coração.

Mulher é amor…

Mulher faz poesia.

Sem mulher não haveria fantasia.

Silhueta de Mulher.

Porque Mulher nua inspira.

Respira fundo e sente o que é ser realmente Mulher.

Veste-te de sorriso e sentimentos.

Exalta amor e felicidade.

Mulher é ser filha.

Mulher é poder ser Mãe.

Mulher é a gentil camponesa.

Mulher é Aleluia à Humildade.

Mulher é beleza.

Mulher é simplicidade.

Ser uma simples Mulher

É ser Verdadeira Mulher…

Verdade, Autenticidade e Brilho.

Mulher está escrito nas estrelas.

E hoje agradeço aos céus

Por me ter tornado MULHER!

Mulher é Dom!


...Sempre sonhei ser Mulher…

domingo, 6 de março de 2011

Louco Poema


Escrever um poema sem rimar

Prosa sem amar.

Poema tem tudo, poema não tem nada.

Quem escreve e quem lê.

Quem ama e reclama…

Sente as palavras como toda a minha loucura.

Loucura de escrever para mim.

Sanidade de saber que tu não lês.

Não lês os meus olhos.

Quando passei uma vida rascunhar as minhas veias…

Entre o céu e o inferno, a lua fala com as estrelas.

Confronta o céu…

E neste poema de loucos… tudo se perdeu!!