domingo, 12 de maio de 2013

Dia Mundial do Enfermeiro: Porque amo SER ENFERMEIRA

   

Era pequena, muito pequena… Uma criança como todas as outras, que se alimentava de fantasia, sonhos e ilusões.
    E como a todas as crianças, os adultos perguntavam o que eu gostaria se ser quando “fosse grande”, e eu, entre palavras mal conjugadas respondi imaginando: “Quelo xer enfelmeila: quelu ajudar as pessoas mais velhinhas e dar picas aos novos!”…
    Nunca me esquecendo dessa frase, contornei todos os meus passos e alimentei todas as minhas etapas da vida para que isso acontecesse.
    Prestes entrar na universidade havia enfermeiros descontentes e falava-se em desemprego, mas eu sempre regi a regra de que não seria feliz se não fizesse aquilo que amava.
    Quando me vi no meu primeiro estágio percebi logo pelo calafrio, e pelas “borboletas” no meu estômago que era mesmo aquele o amor da minha vida…
    E aí segui a minha aprendizagem com altos e baixos, o “ser enfermeira, ajudar as pessoas idosas, e dar picas aos novos!” Até já sentia a “tristeza” de sentir que assustava as crianças que tinham pavor à bata branca!
    Pior foi, quando as fitas foram lançadas à fogueira, e estava prestes sair do mundo de ilusão dos estágios. Não ia ter ninguém ao meu lado para me conferir se o meu ato era o correto e a minha técnica era bem feita…. Pior que isso, não tinha emprego! O meu sonho estava prestes a não se realizar.
    Deitava-me pensando que não tinha passado disso mesmo: de um sonho de criança.
    Já não havia "picas", já não havia bata branca, já não havia lugar para mim, o mundo já não precisava do meu praticar enfermagem.
    O Mundo não… o meu país!
    Tive de fazer a mala e atravessar metade da Europa para ser aceite como enfermeira, e vestir de novo esta pele que me alimentava, e que tanto me faz feliz!
    Não consigo ser eu sem ser enfermeira!
    Estou longe daqueles que amo…
    Sinto a minha família envelhecer ao longe, vejo os que deixei mais pequenos a crescer sem mim, e quando vou à minha própria casa sinto que já não pertenço ali… Porque abandonei os que amava por aquilo que amo fazer: ENFERMAGEM!

PatríciAntão