terça-feira, 31 de agosto de 2010

Medo Retemperador

Vencemos muitas vezes o medo de algo que nos pode magoar ou derrubar, com o próprio medo de não suportar por mais tempo deixarmo-nos estar escondidos de algo incerto.

Arriscar, ganhar ou perder?!

A vontade de vencer é um instinto crónico do Homem, mas que seria do sabor doce se um dia não tivéssemos provado o amargo?

Nem todas as tentativas se reduzem a redotas, mesmo quando a meta nos parecem sonhos impossíveis de alcançar?! O que conta é a resistência da corrida, e a ponderação das paragens.

“Não vou parar, porque morro, vou arriscar porque sonho, não vou ter medo porque quero vencer!”

Existe o medo e o medo do medo!
Existem recaídas do medo, e existe a desistência por medo!

Tudo seria dirigido pelo medo se não fosse a vontade de vencer… Como sabe bem o doce da vitória!

Vontade que se agiganta, como se um oceano imenso nos coubesse por inteiro na nossa determinação.

Por quanto tempo?

Não interessa… porque o fundamental é atrevamo-nos a inventar essa espécie de coador mental onde vamos deixando as pequenas partículas do que somos realmente.

Somos o que pensamos ou pensamos o que somos?

De quantas máscaras precisamos para encaixar o realismo da vida? Sempre que o pensamento nos torna reféns?

Com alguma sorte, saberemos ensaiar um sorriso trocista!
Haverá algo mais retemperador do que ouvir o chilrear de pássaros tendo como pano de fundo o zumbido esguio do vento sem medos?

Porque é que os maiores medos é amar e viver?!

...Quando o maior desafio é amar a vida!

Happy Birthday SS

Olhares
Brilho
Magia
Intensidade
Encontros
Partilhas
Amizade
Desencontros
Simplicidade
Cor
Luz

Uma borboleta que fez com que os nossos caminhos um dia se cruzassem… e surgisse uma nova cor no arco-iris.

“A madrinha”!

O olhar dela, o sorriso, a simplicidade de viver e transmitir vida!

Hoje é o teu dia!

Que tenhas um dia Fascinante e repleto se Sensações…

És Sensacional… tu sabes disso!

Obrigada por TUDO!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gente!

Como é difícil desfragmentar todos os sentimentos que avassalam em momentos de opressão:
É difícil saber a hora certa: hora certa de avançar, de parar, de por um ponto final naquele passado capítulo!

Pensamos sempre que “ainda há algo, ou um pouco mais”. Algo que já não faz sentido, mas nós, como teimosia ou ilusão acreditamos sempre que tem ponta por onde se lhe pegue e em vez de desembaraçar, o nó fica ainda mais apertado e impossível de afrouxar!
Pensamos sempre que ainda dá para levar mais, só um pouco mais… e arrastamos poeiras que acabam por se transformar em duras rochas!

Fingimos acreditar que do nada surgirá um anjo, e que esse dará a reviravolta necessária a todo este drama! Uma reviravolta prevista no misterioso roteiro da vida, mas que nos pega de surpresa e faz com que nos pareça que o mundo é algo mais que um espaço e tempo para passarmos uns dias…

Mas milagres?! Onde estão os anjos de asas brancas? Apressadamente pintam o seu rosto de negro e mostram dentes afiados, e tudo se transforma numa cena de um vulgar filme de terror!

Talvez tudo tenha uma razão de acontecer: "... hoje cruzei-me com aquele menino de camisa azul, porque tinha de ser ele, hoje, naquele sitio!”

Talvez sejamos surpreendidos pela nossa mente com os dejá vu ´s como conquista do futuro, memorizando o passado em fracção de segundos em rapidez incompatível com o nosso próprio espírito.

Somos gente: disso temos nós a certeza. Gente sensível e errante. Gente que não tem o benificio de viver duas vezes, mas o tempo suficiente para ir aprendendo lidar com a vida! Nunca se aprende viver de verdade, vai-se vivendo apenas porque existimos… e somos gente… Gente que ri de verdade, que sofre de verdade…

Somos mesmo gente?!
Somos pessoas reais: carne e osso temos, fora isso nada nos permite definir “Gente”!

Algo real, algo que existe, mas tem crises existenciais… vivendo uma vida, aprendendo viver, chegando ao fim sem saber que gente é!

O mesmo Filme!

Quando se pensa em recomeçar, pensa-se em dar uma nova oportunidade a nós mesmos e à vida!

Renovam-se esperanças e acima de tudo acredita-se que: “Desta vez vai ser diferente, e vou conseguir!”

Se chorou e sofreu, foi como limpeza e renovação…

Se há raiva pelas pessoas que nos obrigaram sentir o amargo sal das lágrimas, foi para um dia perdoar e valorizar o perdido… e achado!

Tem de se começar por um inicio de melhora, de regeneração e sobretudo de aceitação não perdendo auto confiança… Porque nem todos os meios justificam iguais fins!

Afastam-se pessoas nesse período de isolamento, e até se perdem fragmentos de nós mesmos.

Mas é hora de iniciar e pegar na luz que ofusca a nossa reabilitação desta estupidez humana de deixar de viver para sofrer!

Sim, acredita-se que tudo está perdido e que não há futuro com solução, mas há sempre algo que nos faz erguer a cabeça, que nos obriga levantar-nos e seguir os passos por um novo caminho…

Há sempre coordenadas diferentes, mesmo quando as margens do caminho nos parecem semelhantes… Há uma equivalência na marcha, e desta vez têm-se a vantagem da ponderação de passos, ou não… a insegurança pode-se virar contra nós, e em vez de avançarmos um passo recuarmos dois, e aí as coordenadas geográficas repetem-se uma e duas vezes, desordenando o nosso cérebro e fazendo com que ele interprete erradamente as imagens geográficas dessa caminhada.

“Tudo de novo” … quando vamos á bilheteira, compramos um bilhete para o mesmo filme, acompanhamos alguém que ainda não o viu, e assistimos (in)conformados, fingindo que prestamos atenção a pormenores que nos escaparam na outra sessão, mas acabamos por nem sequer ler as legendas todas ou tentar conhecer as personagens, por uma simples razão: já sabemos o fim! E isso não mudará…

Que imbecilidade é esta de assistir ao mesmo filme vezes sem conta e continuarem cair as lágrimas com o mesmo final?!

Seremos assim tão sensíveis? Ou tão pobres de espírito para habituamos a nossa alma e corpo ás mesmas sensações e emoções repisadas?

O mesmo livro, o mesmo filme, a mesma cena, o mesmo palco de teatro… mudam os figurantes (porque esses pertencem ao fraco cenário de fundo (que é o mesmo!))… O mesmo fim… As mesmas lágrimas.

E tudo recomeça: o novo processo de isolamento… e é inacreditável, como continuamos depois de varias caminhadas pelo mesmo caminho, tropeçar, recuar nos passos, avançar… e cair!!

É hoje: mais um dia com desafio mental de ir á bilheteira, em busca de um novo filme… escolhendo um idêntico aquele que tantos nos marcou: “Pelo menos este sei que vou gostar!” “Arrepia e fez-me chorar!”

sábado, 28 de agosto de 2010

Dá Medo...


Quando abrimos as asas sem olhar para o Tempo;
Dá medo ouvir palavras que ferem como navalhas;
Quando se seguem caminhos opostos ao errado e no fim nada muda, ficando apenas a incógnita de mais uma ilusão;
Quando se avista uma luz usurpadora pensando que de uma anjo se trata e não passa de um soneto de uma boneca de trapos;

Dá medo lutar por um sonho como metáfora;
Dá medo quando as incertezas do dia seguinte são as mesmas de ontem;
Dá medo cair na escuridão e nostalgia de noites vazias sem estrelas;
Dá medo não arranjar um refúgio numa tempestade;

Dá medo ver um olhar ausente;
Dá medo saber que a porta sempre aberta, afinal nunca lá esteve… (Algo mais transparente ou inexistente!)

Dá medo… perder as palavras totalmente… por ter medo!!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Loucura ou Sensatez



“O prazer mais saudável é o reconhecimento da própria vida.”

Sou louca ou sensata por tentar beijar a noite e alcançar a lua, quando na água olho o reflexo de um outro espelho?!

Já não sei o que me contagia… e não posso sequer fazer mais nenhum discernimento:

Tolice é achar que a Vida nada vale, quando é a única coisa que temos, e a única certeza é o fim dela.
Tolice é achar que amar é um jogo doentio.
Tolice é achar que viver, amando na humildade de sermos nós mesmos é um tipo de castigo divino!

Sensatez é algo que não nasce connosco no berço. Porque quem é louco, é nato, quem vive por experiência aprende ser sensato?
Sensatez é saber parar na hora certa.
Sensatez não é apagar dos olhos o que nos sai dos ouvidos. É guardar o bom e apagar o que nos faz mal!
Sensatez é perdoar, é pedir um preço baixo…

Sensatez é conseguir dar um adeus na hora da despedida…
Tolice é deixar partir!

Astuta ou estulta?

Fico na esperança de virem dias loucos e sensatos que me conquistem… Até lá vou-me iludindo com a loucura de ser sensata, tendo o prazer de reconhecer a própria vida!!

Minha Menina

Num canto escuro e frio te encontrei
Tentavas tu sorrir e alegrar
Mas quem és tu pequena princesa para ter de crescer?!

A tua história vivi e chorei
Cada soluço escondido em ti
Fez os meus olhos estremecer

Queria apenas que fosses “a menina”
Mas até as brincadeiras de uma criança a vida te roubou
Sem nada e com tudo

Ninguém pode abafar os gritos que vão dentro de ti
Ninguém pode apagar a verdade
Dos motivos de tanta agonia, angustia e dor
Essa dor interpretada por loucura…
…Ou serenidade!

Uma desconexão que existe em ti
E não me deixa a mim ver
E a ti  “a menina” ser!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ventos...

Quem me leva estes ventos que me destravaram as portas?
Entram com tudo, sem pedir licença pela janela do meu quarto!

Redemoinhos desmancham os meus cabelos e sonhos
O tapete levanta as pontas e deito para de baixo dele pós e certezas!

Ventos que invadem a minha cómoda e destroem as minhas pequenas especiais “coisas”...
Vão pelos ares as efémeras nostalgias guardadas no leito da cabeceira
Acelera o relógio e faz cair a linda boneca de porcelana!

Leva ferozmente as minhas cortinas e parte deixando apenas o fantasma do vento!

Sem cara, sem corpo e sem alma!

Vento apenas: no tempo de sonhos gigantes!

Sopra mais alto!
As janelas abertas e o sol quente deste Verão estranho
faz bem às minhas voltas sem sopro de vento…

Respiro o teu sopro...

Eu não sei quem te perdeu...




Eu não sei quem te perdeu - Pedro Abrunhosa

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Para os olhos de 'Alguém


O meu espírito é o reflexo de um rio,

O que me corre nas veias?
Nem eu sei… Se eu soubesse!!

Algo inexplicável é impulsionado pelo coração de forma intensa e irregular!

O meu olhar aguarda de forma lúcida, esquecendo a loucura do teu sorriso…

Peço aos céus que me concedam três desejos nesta noite,
Será muito?

E na minha mente nada há a mais a não ser algo que nem eu sei!

Deixa-me conhecer-te nesta noite…

Não importa a cor dos teus olhos,
Importa é que sejam meigos como se desvendam
Essas janelas de “um pouco de ti”
E que não sejam gradeadas
Importa que sejam livres
E que saibam lidar tanto com a água como com o fogo

Olhos que atingem sempre o brilho das estrelas

E sugerem desejos impublicáveis!

Quero esses olhos pousados nos meus

São a resposta do teu doce sorriso…

...Nesta noite o meu colo será ninho
...Deita e adormece!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Invadir e quebrá-la...

Hoje apetece-me calçar uns sapatos vermelhos (que não tenho)
Vestir um vestido (que raramente uso)
E caminhar pela calçada molhada pelas primeiras chuvas

Isto tudo porque acordei com boas intenções…
Quero invadir a rotina e quebrá-la!
Quero virar a cabeça e acabar com a preguiça matinal

Hoje quero ser uma menina, uma donzela, uma senhora ou uma musa

Não quero censurar sonhos
Quero agarrar nas mãos do Mundo
E beijar o céu

Procurar um perfume diferente e inalá-lo como se do meu ar se tratasse!

No Silêncio de uma Noite

No silêncio...
Sempre o silêncio
No escuro da cálida noite

O sono que não vem

Este silêncio ensurdecedor
Como se se contassem carneirinhos
Conjugam-se verbos de pretérito

Imperfeito de tempos que já foram

Fragmentos de uma vida
Recolho alguns cacos… impossível de colar!

Não tem jeito algum
E não tem volta a dar
"Nunca tem..."

A vida parace pequena
E o quarto apertado e abafado

No lugar secreto do meu canto
Sem palavras

É como um sonho...acordada!

Guardo uma história antiga e
mitos me embalam.

Enfim... de mais um sonho adormeço...

Pedra em Pó!


Lancei tantas vezes a pedra à água...


E estranhamente a pedra fez ricochete e em vez de se transformar em pó, fez-se de novo pedra e mais dura ainda!

Tudo de Novo




Klepht -  Tudo de Novo

Sei que nem sempre dou o melhor

Penso só depois de me arrepender
Qualquer dia o nosso caso vai prescrever


Não me deito sobre a solidão
Prefiro o colchão onde te deixei
Há distância do que tenho sei dizer

Não te sintas só
Se nos sai mal
Faço tudo de novo
Se nos sai mal

Duas horas para acabares
O que em quatro anos
A gente fez
A rotina sabe responder porquê

Longe de um início
Estava junto mas sozinho
Sei que para ti nem custou
Qual dos dois mudou as regras

No fim

Ambos com razão
Ambos sem desejo
E o cansaço deu
Ordem de despejo

Sem pensar que na verdade só o tempo mudou

Não te sintas só
Se nos sai mal
Faço tudo de novo
Vou mudar este jogo
Com as minhas mãos

Não te sintas só
Se nos sai mal
Faço tudo de novo

Vem mudar este jogo
Que eu não quero perder
Eu não quero perder

domingo, 22 de agosto de 2010

Quanto Tempo tem o Poema?

Vem um pobre poeta, correndo com tinta e relógio na mão..

Ouve o lamento de “o coitado”!

Mas ele chegou “aqui”,

E traz cravado no peito um punhal

Que abre um caminho mártir para um poema

Quem o escreve ou ama ou sofre

Qual o tempo do poema?

O tempo é cura…

Mas o poeta guardará nele o segredo

Da imortalidade do velho tempo...

Suave Violência...Cruel Crime!

Suave…

Ninguém vai chegar ao fim… mas todos se autodestroem e disputam vidas.

Arrogância no olhar, crueldade nos actos, para quê?

Não poderia ser este puzzle mais suave de construir se as próprias peças facilitassem?

Não seria o castelo mais belo se as pedras não fossem tão duras. Tombaria? Não… se dessem as mãos de uma forma alicerçada e unida!

Mesmo sabendo que a má palavra não é solução, continua usar-se a mentira como a grande solução…

Parece que vivemos num jogo viciado, sem perdão para o pecado.

Crime…

As regras são quebradas sem o outrem se aperceber… fecha-se os olhos aos próprios actos e o dedo apontador vira na oposta direcção!

Para quê sermos camiões com o objectivo de atropelar os outros como se de inofensivas formigas se tratassem? Não seremos nós um dia formiguinhas com medo de camiões?!

Se alguém luta contra todos, todos lutarão um dia contra mim… Mas hoje somos simples comodistas que pensam na inveja do presente.

Uns morrem por justiça, outros matam por prazer…

O crime compensa e a paz é banal e irreal.

Onde está a diferença entre o bem e o mal? Heróis são aqueles que matam!

Hoje digo adeus á confiança nos outros.

No meu peito já muito se abriu uma ferida. Mas para quê esta revolta se nada vai mudar?

Queria tanto poder desenhar um caminho para amar… mas cruzo-me com aqueles que se vingam e se aproveitam de uma triste inocente que na sua ingenuidade ainda acredita que algo poderá mudar!

Já não tenho para onde ir… olho à minha volta e tudo é equitativo!

Quando a hora chegar “de um bom rapaz ou rapariga” se irá falar… até lá: o sabor da crueldade irás provar…

sábado, 21 de agosto de 2010

Não digas nada!


A música tocou, e eu estava perdida entre aquela multidão que saltava nas luzes…

Estou perdida, preciso de um espelho de água para que renasça determinado narcisismo em mim.

Queria apenas conseguir voar numa noite de lua cheia e na manha seguinte olhar para trás e perguntar-me: “Onde estás, para além do Céu e das tuas perdas?”

Procuro o destino sem respostas… porque quando se perde alguém não se tem mais tempo para pensar em solidão!

A resposta é saber de ti…

Mas não digas nada!!

Mau Feitio


É mais forte do que eu… cada vez que tento perceber atitudes altruístas com pingo de impostura disfarçada, fico completamente à toa! Será assim tão difícil para a humanidade serem “SERES VERDADEIROS”?!

Ai não haver detectores de mentira e máscaras nos bolsos de toda a gente!

A falsidade e cinismo fazem com que o meu Mau Feitio se apure muiiitooooo…

“Isto tem dias”… mas não tem havido dia algum que me consiga deparar pela pureza da fidelidade da humildade.

Preciso de férias desta sociedade e procurar uma tribo que fale a mesma linguagem que eu!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

The Script - The Man Who Can't Be Moved

O Sonho da Noite Passada

Um impulso que faz levantar da cama, depois de uma noite mal dormida…

Colocam-se os pés do chão e olha-se para o vazio, quando as paredes brancas fazem rodopiar a cabeça numa vertigem que nos enlouquece…
Nada diz nada, nem os sons nem os vagos pensamentos…
O corpo fica inerte em forma de defesa e a cabeça gira como se ali não existissem testemunhas de um acordar!
Quando se acorda com insanidade poética, dorme-se acordado numa loucura de não conseguir viver verdadeiramente!
Delírios de sonhos misturados com realidades, pode fazer não só poesia como encenação de uma peça de teatro ou uma tela abstracta que para além do pintor, são apenas rabiscos de um louco!
No auge da liberdade de um amanhecer, deve-se encontrar na mira do espelho o verdadeiro eu…
Isto quando não se fala do que se sonhou…
Sonho aquele que é chamado um sonho perturbado…
Aquele sonho que deixa marcas na realidade e confunde-se com ela, arrastando para um mundo que não existe, mas sente-se e deixa nostalgia cravada no peito.
Atropela pensamentos variados com o tempo que insiste em lembrar coisas do passado, fazendo reviver apenas “o sonho da noite passada”!
Cenas irreais que se transformam não diriam em pesadelos, mas sim num tormento.

“Dentro do coração apenas deveria perpetuar amor e esperança…”

E não, não é loucura pensar que a poesia entra nas veias, que faz vibrar por cada palavra, por todos os versos que se sonham e são reais…
Loucamente, faz-se desenhar aquela pintura sem esboço, com rabiscos incompreensíveis para além do sonhador…
É nem mais nem menos, a arte de sonhar que nos faz pintar rabiscos na poesia…
São estes rabiscos que despem o corpo e limpam a alma, e nos faz ser totalmente “Seres verdadeiros”!

Não sou capaz de abdicar destes rabiscos, pois deparo-me com esta realidade… de acordar e pensar num “sonho da noite passada”!

Hoje, ao acordar, deparei-me com a realidade, mas lutando com o direito de continuar a sonhar, de continuar a rabiscar a realidade… sempre com a presença da teoria de que era impossível para mim viver sem “O Sonho”!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Baile de Máscaras

Neste baile há apenas fantasias!

Chamas-lhe tu de “vida”?!
Não passas de um mero actor, sem cenários de cartão!

Máscaras que escondem uma dor indefinida
Numa espécie de delírio febril

Os mascarados dançam alegres:
“Vamos lá encher a taça de novo!”

Mas eu não quero ver estas malditas representações que apoquentam!!

Ouço um pranto de alegria
Na noite do baile de máscaras
Em que o sorriso é defraudado
E o olhar disfarçado por pinturas faciais…

… que apenas escondem expressões…

Onde estão as sensações do frenético baile de máscaras?!

Cai a taça, derrama o champanhe e os vidros de cristal misturam-se com um som de festa sem aplausos…

De Tempo a Tempos...

Enquanto corro parada,
Um relógio sem horas conta o meu tempo...

Tem começo numa forma, num cheiro e num nome!

Destino? Acaso? Premeditação?
Curvas? Nalgum lugar ficou o tempo?

Onde e quando será o seu fim?

Tempo este de jardim de incertezas
Onde cultivo rosas, espinhos e ervas daninhas
Imaginários e realidades
Guardados em memórias antigas…

Um buraco negro engoliu os meus coloridos sonhos!! Devolve-me tudo isso tempo sem mais tempos!

Desacelera o relógio…

Como se se cortasse os pulsos do tempo,

Escoam pétalas e voam rosas…

... No início de tudo, o tempo acabou!!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mas...

...existe o vento
O vento que entra pelos quatro cantos da sombra
E leva-me para onde ele quer

Existem os sonhos e os redemoinhos de ventos
Ambos ventos inconstantes
Feitos para serem sentidos

E se fechar os olhos e abrir os braços
Consigo voar por instantes…

A minha avó


Patrícia - 1994
A minha Avó Albertina

Diz a minha mãe que vou ficar uns tempinhos com a minha avó Albertina.
Uma avó é uma mulher velhinha mas com muita genica.
Uma avó leva os netos a passear e conversa com eles sobre como a vida é dificil, e que eles quando eram da minha idade tinham de trabalhar muito para poderem comer e nem sequer tinham uma bicicleta só para eles.
A minha avó não sabe ler, mas ela sabe muita muita coisa e está sempre contar histórias antigas à beira la lareira, a fiar lã e com pouca luz para não gastar.
A avó faz comidinha boa e dá doces ás escondidas.
Gosto de cuidar dos coelhinhos com a avó e ir buscar erva para eles.
Como a avó é velhinha, não consegue rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal, é divertido na mesma.
Ela faz-me levantar muito cedo porque diz que é melhor estudar logo de manhã, e quer sempre fazer um rabo de cavalo, eu não gosto mas não quero dizer-lhe porque ela fica triste.
Ela está sempre a  contar histórias do meu pai, dos meus tios e da minha madrinha quando eram pequeninos.  
As avós quase todas usam óculos e eu já vi a minha outra avó tirar os dentes e as gengivas. 
Quando faço perguntas ou peço alguma coisa ela tenta ser má, mas não consegue e logo me diz que sim. 
Todas as crianças do mundo deviam  ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós e nos dão muito carinho sem ralharem.

Happy birthday AVÓ

Avó: minha mãe também…

Quando era criança segurava nas tuas mãos e sentia a aspereza delas, caminhando ali mesmo em direcção ao passado com as tuas antigas histórias que dominavam em mim um sentido de luta e sobrevivência na vida, sempre com base a humildade e simplicidade!

Aqui estou eu hoje: admirar o xaile negro como véu de seda que caiem nos teus abatidos ombros!

E os meus ouvidos captam cada frase entreposta sobre os teus definhados lábios levando marcas tuas para o resto da minha sina…

Chamo-te querida avozinha… e a imagem da força que hoje tiveste para apagar 89 velinhas, terminando com aquela gargalhada só tua!

Parabéns!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Nada!

O nada nasceu em lugar nenhum
cresceu sem letras, sem vírgulas,
travessões e reticências

O nada não tem história nem futuro

Afinal qual o seu nome?

Tem cor?

Desejo? O nada deseja nada?

Nada amou e foi amado?

Cheiro?!

Sonhos de nada?!

…se o nada fosse tudo, mas nada é!

O nada não nasceu nem morreu, mas viveu no abismo

"aqui jaz nada"

nada virou um fantasma

nada me assombra

às vezes vejo-o pela janela, nas noites de insónia:

Nada a declarar!

Doce Rebeldia

Rasga o céu a menina, baloiçando num suave movimento em direcção a um tecto espelhado…

Serão estrelas ou negro véu que o céu oferece?!

O corpo vai leve num impulso de baloiçar mais alto, e eis que cruza o olhar com uma espécie de anjo: De que? Porquê?

Na dúvida de quem será esse “menino”…

Rosto de anjo, alma de homem… Quem é ele doce e rebelde ser?

Num momento apenas: em que a rebeldia dos ponteiros dos segundos simplesmente pára!

E a menina percebe que há sonhos em que se juntam pedaços… mas nem tudo o  que parte se volta a colar e nem tudo o que é “nada” sabe a pouco…

O que a noite esconde: um enigma do anjo doce e rebelde!!

sábado, 7 de agosto de 2010

Mal(dita) Palavra!

Toda a vida li em poemas que as palavras são espelhos...

Não, não enganem aqueles que acreditam nelas escritas:

Palavras são eco,
As palavras podem ser um desperdício,
As palavras nem sempre dizem tudo.

(As palavras dizem algo?)

Deixam o dito pelo não dito
O Subentendido

E os gestos sem palavras?
A cena muda
O silêncio…

Palavra crua
muda e esquecida na gaveta
mal(dita) e mal criada!!

Não nascida, abortada ou prematura
Anterior ao silêncio e ao pensamento

E depois há aquela palavra perdida em versos: em dor e em sonhos!

so-le-tra-da, diluida na alma

que me leva no tempo…

E me faz acreditar… na  MAL DITA Palavra!!

Mais um dia




Mais Um Dia
José Cid

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Arte

Exausta, quando de repente
Resolvo abandonar tudo

Eis que surge uma luz opaca…

Absorvo-a no meu ser
E pela química do brilho que me ofusca
Transformo-a num lápis e papel

Criando um quadro
Brilho forte, de luz radiante
Metamorfose de sensações

Irradiante brilho a rondar-me
Transparência de sentimentos

Enfim, abrando os meus suplícios
E a arte faz-se naturalmente

Abrindo portas trancadas
Percorrendo longas estradas

A arte da esperança é luz!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Suave Cor


Num panorama de sombra cinzenta
Esboço um ápice só meu:
Desfaço as minhas teias e desmancho os meus nós deste enredado novelo!

São nuvens de algodão aquelas que a daltónica mente enxergou como negras e sem formas…
Embrulho as palavras num lenço de seda, e lanço-as por um som suave de brisa jasmim!

O dia acontece sem labirintos, nem fim
Para imensidão dos segundos, sorrio e vejo luz

Bailando entre gotas frescas e Sol
Rebaptizo as cores que entre o algodão emerge
E negocio com os céus para me oferecer apenas um pouco daquela cor!

His Mistakes



Usher - His Mistakes

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Guardei segredo!!

Um selinho oferecido pela Cátia Mourisca...
Obrigada Cátia!!
Está fantástico...

1.Quem é que nunca vais conseguir esquecer?
Quem amei e amo
2. Alguém comanda a navegação da tua vida?
Eu mesma
3. Oferecer o blog a 3 pessoas ou mais.

4. Comentar o blog da criadora.
Sou seguidora assidua, adoro "Esboços de Tela" e irei comentar mais vezes de certeza...
 
Obrigada Cátia!

História quase real

Cansada de estar triste e sem saber o que fazer, escorreu as lágrimas para uma folha de papiro com a sua história escrita e colocou-a numa garrafa bem fechada, quase que selada!

Correu sob as pedras do robusto rio e atirou para lá a garrafa, na esperança que esta alcançasse de imediato ao alto mar!
Antes de partir invocou os céus para lhe que lhe oferecessem asas…
Agitou os cabelos que o vento soprava e sacudiu o pó das memórias: passou como reflexo na água todas aquelas recordações… os melhores e piores momentos, ou até aqueles mesmo que nem bons nem maus, não foram totalmente neutros!
Compreendeu que cada um tinha o seu exacto valor: e não precisava por isso convertê-los num peso para os ombros, mas em pedras para construir um belo e forte castelo!
Era a sua vida: às vezes boa, outras vezes cruel: por muito que lhe batesse mimava-a até lhe sorrir!

Viu estrelas-do-mar, cavalos-marinhos e tubarões com sangue!
Percebeu que o amor estava ao seu alcance, vestido com a cor dos céus e com o brilho das estrelas…
Percebeu que na vida há guerras, mesmo para quem não tem vontade de lutar!
Sentiu então que não, não poderia ter asas, mas se quisesse podia voar…
Decidiu então correr o risco, abrir a porta ao inesperado, e viver como sempre disse que iria viver: com os sonhos em frente, seguindo sempre em frente dos sonhos!!

Pegou na caneta e escreveu: imaginou mundos possíveis, outros imaginários.
Perdeu-se em labirintos de emoções e atreveu-se dizer ao tempo que não o temia! Livre dos ponteiros do relógio, procurava-se a si própria e esperava… esperava tanto e não cansava!
Mas adormeceu: de olhos fechados e corpo cansado sonhou que alguém chegou com uma caixa vazia na mão.

Tinha dentro dela cor e magia: só ela a conseguia ver. Pois era inalcançável a quem o seu mundo não compreendia.
Acordou, com a triste razão de que de um sonho não passava: o mundo continuava dela, com a cor e magia que apenas compreendia e já ela mesma temia.
Temia por saber que ainda ali estava, no frio do rio, avistar  a corrente que levou a garrafa que há pouco tinha na mão.

E agora? O que estava na folha de papiro seria somente memórias do coração…

Ao contactar com o alto mar, começaram cicatrizar velhas feridas, e na face oculta da Lua que na água reflectia pode contemplar tranquilamente o que a caixa vazia com cor e magia continha…
Não era afinal vazio: cruzou-se entre o real e imaginário encontrando uma plenitude de equilíbrio e cura daquela folha de papiro… selada e mergulhada em alto mar!