sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Poema Fechado!


E se escrevesse um poema?
Um poema que em nada dissesse tudo?
Um poema em que todos compreendessem ora os meus defeitos, ora as minhas virtudes.
Um poema em que explicasse todos os meu erros.
Um poema em que exprimisse todos os meus sentimentos.
Um poema com forma de flor, mas objectivo?

Necessito urgentemente de procurar um refúgio de mim mesma, para encontrar uma explosão de criatividade para o conseguir produzir.
Preciso de concentração e controlar toda a minha emoção.
Procurar as palavras certas e sábias, que encaixem do belo à realidade!
Abrir horizontes de sabedoria e comer mais o nutriente da humildade.
Necessito de um incendiário, para que o meu coração se torne de forma explosiva um impulsionador de rimas e palavras.
Não quero uma relação doentia com os versos deste poema.
Quero escrevê-lo e divorciar-me dele, daí em diante. Pois ele só me servirá de desabafo e libertação.
Necessito de trabalhar com dois tipos de pensamentos ao mesmo tempo, pois não posso ser, nem demasiado racional, nem pouco emocional.
Poema que é poema, é sentido.
Mas este teria de ser um poema especial!
Quero libertar todo este imaginário que me consome, e organizar o meu sistema de loucura que não controlo.
Neste poema não quero contradições.
Neste poema não posso ser bipolar. Tenho de ser uma pessoa apenas...
Nele, nem o Tempo pode ser enigma.
Nada nele poderá ficar por resolver.
Não posso contrair dívidas nas palavras quando o escrever. Não pode ter pontos de interrogação, muito menos reticências...
Se sou a psicopata das palavras, então terei de me curar com elas, e para isso tenho primeiro que tomar consciência do débito que tenho com elas, para ver até que ponto posso ter crédito neste poema!
Serei poeta endividada eternamente?
Ponto final...
Serei eu capaz de escrever um dia o meu poema fechado?
A minha dúvida é a minha dívida por ser transparente e sentimental!
Tudo em aberto...
Tudo com reticências, contradição, emoção, sem rima... o meu poema impossível!
O meu fracasso... o meu inconsciente de inverdades!

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