terça-feira, 22 de novembro de 2011

Minha Língua


Posso não ser especialista em navegar neste oceano de crises existenciais e escrever, escrever sabe-se lá do quê e porquê, apenas por saborear a emoção das metáforas de cada dia, como se a minha criatividade fosse inspirada no terreno da solidão das próprias palavras.
Sou eu que as faço, sou eu que as escrevo, mas não sei em que tom as pronuncio!!
Jamais a minha loucura se torna tão lúcida, quando transcrevo a minha emoção e os meus sentimentos em frases soltas, em busca de mim, nunca conseguindo esse mesmo objectivo que é encontrar-me... e nos vales mais profundos do inconsciente continuo mexer nas cicatrizes inesquecíveis e incuráveis!
Procuro entender o meu tecido, mas costuro as minhas bainhas de forma arrebatadora.
Não sei coser os buracos do meu coração, nem remendar todo esse vazio que me mata e não me deixa libertar!
Disseco a minha pele e procuro o significado da beleza de todos os sentimentos que em mim moram, mas o espelho teima em não me responder!
Se sou loucamente doente, gero palavras loucamente inatas e elaboro algo sem sentido, mas verdadeiramente sentido por mim!
Posso ser miserável em todos os cantos do mundo por onde já passei, mas o pouco que levo, levo em palavras, levo tudo traduzido nesta língua que para mim será sempre perceceptível: a língua da emocionalidade...

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