A minha distracção diária é procurar a minha própria lei. Coisas que eu sei mas deixo de saber, coisas que eu julgo saber e afinal nada sei sobre elas, coisas que penso que nada sobre elas sei e sou doutorada nelas sem me aperceber disso!
Quero ficar assim, no meio de todas as minhas coisas e deste mundo estranho: entre o perto e o longe do tudo e do nada, entre as coisas, entre o aprender e o crescer...
O que ontem era certo, hoje é já errado e o amanhã, nem a linha da minha mão me pode indicar o Norte!
Até o dia em que mudar de opinião, as minhas coisas serão a minha lei.
A minha experiência pode até estar contra a Ciência, mas só ela está certa para mim, e só ela descreve a teoria da matéria de que eu própria sou feita!
O meu conhecimento é a minha ciência, a minha prática será um dia a teoria, a história que terei para contar... ou para mim guardar.
Eu adivinho que vou sofrer sem ninguém me dizer, o meu relógio mostra-me o tempo errado e o despertador acorda-me cedo de mais, ou simplesmente avaria e não toca a horas.
Eu gosto do meu refúgio tal e qual como ele é, senão jamais seria o meu refúgio. Eu gosto dos meus defeitos, eu gosto dos meus pecados que construí em virtudes e gosto das dificuldades que se transformaram em experiência. Eu gosto da vida e gosto do que a vida me ofereceu.
Eu gosto de arrumar o meu quarto quando ele está completamente desarrumado, eu gosto de arrumar as minhas ideias à minha maneira...
Eu gosto de pegar numa vassoura e dançar com ela, eu gosto de aprender a dançar à volta da Lua, mesmo que esta me influencie o humor de Lua Cheia.
Ninguém sabe mexer na minha confusão! Ela é a minha organização...
Ninguém entende o meu feitio, ele é a minha personalidade...
É este o meu espaço dentro de mim, é este o meu jardim, é este o meu ponto de vista... há dias que estou aberta para turistas, mas há dias em que não me apetece nada ser fotografada!
Sou inconstante no meu mundo fechado, que está aberto sem horários fixos para visitação.
São coisas que eu sei: que apenas eu sei: é a minha lei! Como a de cada um.
O meu medo mora ao pé das coisas mais loucas que há em mim, e ninguém me pergunta quanto eu já paguei por ser tão louca assim!
Ás vezes sou comodista, outras hiperactiva, mas quanto mais me mexo, mais me afundo em mim!
Moro assim, neste meu triste e alegre cenário: vejo filmes sem pausa, leio livros sem música de fundo, escrevo frases sem rima ou até mesmo sem sentido, e quando leio o que escrevo, digo para mim: "Quem é esta louca?" Mais uma lei em mim...
Do lado imaginário, não sou feita apenas de sonhos ou pesadelos.
Entro e saio sempre que me apetece, mesmo assim, sei que não sou livre neste vasto céu, desta estúpida lei que há em mim!
A noite fica clara... no raiar do dia que chora com esta chuva nostálgica e gelada. Gota a gota, um por um, ninguém neste mundo estranho consegue escrever "A minha lei!"
Coisas em mim?
... Só eu sei...
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