Eu não tive um balão cor-de-rosa quando chorei por ele.
Vivi em desertos e em cidades que tudo acontece.
E todos os meus balões de pequenas ilusões de criança estouraram.
Mas não me ensurdeceram... amadureceram-me!
Já tive férias de verdade.
Já me faltou companhia de "um amigo de verdade!"
Estive cara a cara com o mar, e contei muitos segredos às estrelas.
Já quis voar, e já caí quando o coração batia a um ritmo compassado.
Não pedi nada e tive muito.
Pedi tudo e não tive nada.
Fui presa à minha família.
Desiludi-me com amor de família.
Já tive amigos.
Já sofri mais por amizade do que por amor.
Já acreditei no amor.
Já quis deixar de acreditar nele.
Como uma vítima à minha fogueira, sinto-me tribal neste mundo...
Mas quem nunca amou uma história de índios?
Para mim ainda as fadas voam,
E vivo na ilusão de um dia vestida de branco experimentar a carruagem da Cinderela.
Sem meia noite, nem sapato de cristal.
Apenas com amor e magia...
Vivo assim: sem me importar de ter o vestido sujo
Desde que pertença a histórias de guerreiros!
Pego na mão o meu balão.
Dentro dele tem memórias e fantasias.
Sinto esta utopia infiltrar-se nas minhas veias.
São sonhos...
Não pedi nada disto para mim.
Não é fácil viver assim...
Largo o balão...
Voa...
Voa louco de ilusão!
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