Hoje, contaminados pelas memórias presas do passado como seres ementais, apetece-nos correr para o silêncio da recordação. Neste desacerto do silêncio navegamos em momentos egoístas de solidão onde as ilusões que já foram sonhos se agravam e agimos como pobres profetas que transpiram ao subir uma milagrosa montanha!
Sabendo que cientificamente provado não é saudável para a nossa mente e socialização neste mundo que agimos como se só fosse nosso, achamos que ao fazer publicação dos nossos índoles sentimentos nos ajuizará e curará, alertando em cor vermelha, que a culpa será do outrem e então nos ajuizaremos vertendo os olhos para o chão, transmitindo um suspiro de graça como quem está puramente limpo de culpa.
Subimos, alertamos e ampliamos este estado de sede do velho isolamento e não aceitação de que o que se passou foi para crescer.
Mas quanto mais se cresce em altitude, maior a falta de ar, e com suspiros de dor, achamos que por ventura a culpa que é sempre dos outros nos provocará crises asmáticas, quando a única bomba de cura é a humildade de crescer lateralmente, olhando-nos para se conseguir perceber que o único erro afinal foi nosso!
O silêncio é agora a maior pressão atmosférica, e continuamos insuficientes respiratórios, recusando-nos respirar outro ar, matando-nos pouco a pouco com partículas de orgulho.
Excluímos a auto culpabilização muito airosamente desta parte grave do mundo, para nos lançarmos de coração morto e alma despedaçada. Com remessas desfeitas não só de falsas memórias, mas de encartados muito feios, contempladores de uma vida desfeita. Sempre a uma distância segura, de forma a não chocarmos com a realidade. Realidade só nossa!
Vemos o tempo e todos passar por um canudo, e todavia nada fazemos, senão pelo nada esperar!
Rimos hipocritamente caracterizando uma personagem social que não existe e denominado o acto ofendido como “sorrir”!
Piedoso público: o prestígio acabou!
A cortina está prestes fechar-se, e nem sequer aplausos… nem assobios!
Pertencemos então a que classe?! A esta a que tanto ansiamos, mas a que tanto queremos um fim.
Rejeitamo-nos, sem antes nos aceitarmos, e para melhor contaminação, fazemos pares de semelhantes, chamando-lhes de Amor!
Vamos parar de cantar.
A representação tem de acabar…
Há Sol! Ele está lá… à espera das ninfas da floresta negra que tudo isto se tornou.
Haverá algures um animal qualquer mitológico, com ou sem brilho, de arco com ferrguem.
Já nem cheira ao perfume da utopia…
Coisas baratas neste mundo…
E dói, sabendo que afinal a culpa não é do passado, das memórias, do trágico presente.
A culpa é nossa!
É minha!!!
Cai o pano, sob uma musica hipnótica…
E dói…
Continua doer estes imprevisíveis futuros sentidos…
Que apenas se esclarecem sob o mando da forma como nos vemos a nós, e à nossa culpa!
Adorei!
ResponderEliminarMomentos intensos de reflexao!
ResponderEliminarObrigada marina...
O melhor blog que vi até este momento. Muito bom mesmo Patrícia.
ResponderEliminarNem sei o que dizer "Marina". Obrigada soa a pouco!!!
ResponderEliminarNão é necessário agradecer. É sincero!
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