É esta a dúvida que me resta: que papel é o meu?!
Podia arranjar motivos a meu gosto, mas foge-me a razão. Passa por mim, mas não pára e cai completamente ao contrário. É possível Ser e Não Ser?
A intermitência vaga da ponderabilidade assusta-me os ouvidos e pára-me o coração.
Palpita-me que isto é pânico: é uma faca que me desata a língua e me trava o coração. Uma arma que me faz fechar a boca para não me ouvir a mim mesma.
Quero pensamentos em branco. Cerrar os dentes e engolir as palavras que teimam em escorrer-me nos olhos! Mas não vou cair na debilidade de me escoar neles, vou nadar nessa maré salgada e gelar todo esse espaço.
Petrificada agora na minha consciência salgada que me cobre o rosto, na pele do meu tempo, fico estátua, sem querer acreditar que me passaste as mãos um dia transformado em abraço. Prendo-as ficticiamente com arames que agora me rasgam os pulsos.
Sinto essa cruz de veneno sobre os meus ossos débeis e que me colocam num estado de desequilíbrio precário.
Se ao menos a livre leve brisa me tocasse sem quebrar…
Mas se não me toca perco-me!
Perdida, em (des)iquilibrio
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