quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Personagem sem nome


Desde todo este começo, que pouco ou nada sei.

No fundo nem sei que personagem nesta história sou… Talvez seja eu a culpada da parte negra do filme, e se calhar de toda esta insegurança,todo o mau pormenor que lhe pertence mereça!

Afiguro todas as coisas que deixo para trás, e reivindico uma auto metamorfose transformando-me como uma livre meretriz: Quero voar por esses jardins interditados, que só lá vão os destemidos, pousar em realidades, deixando as cores da inteligível fantasia.

(Porque isto de parar no Tempo para ter coragem de crer incessantemente em quimera desgasta ideologias, desvanecendo a esperança que nunca deixa de residir no brilho de um olhar.)

Quero ouvir o que nunca ouvi, ver o que nunca vi, e defrontar realidades que nunca conheci.

Quero abandonar o telhado do meu porto de abrigo e crescer… crescer na liberdade de ser emancipada por mais…

Há coisas em cada um de nós que não mostramos, nem sequer admitimos que nos pertencem.

O meu único temor é que avultando, perca a humildade de ser a simples pequenina que sou.

Imagino tanta coisa enquanto estou à espera! Mas… à espera do que? Já apostei tudo o que tinha, e saí a perder. Mas não me quero acondicionar neste comodismo de esperar na vida, sem reivindicar a diferença de actuar, agindo pela diferença e crescimento de mais e melhor dentro do meu cosmos a quem muitos que me rodeiam pertencem.

Não quero agir como uma acriançada revolucionária do meu próprio rumo, quero apenas tomar pose de um bocadinho mais para além do oferecido óbvio. Isso é dos fracos, e eu quero tornar-me infatigável no vindouro…

Há tanta coisa à minha espera… não me limitarei à espera de coisa nenhuma.

Surpreendida por hoje melhor me conhecer, e sem guião deste filme, sem confiança num fim que nem sei se existe, sei que por nada me zango… limito-me ficar triste!

Não peço nada em troca, apenas nunca destruir humildade… Crescer sem preço: conseguir deixar de ver apenas o “bom”, com lealdade por mais crua e difícil que seja, que venha ela: a bruta actual realidade!

Será que até hoje me engano? Será que alguém me compreende em segredo?

Será que é medo? Ou vejo a ilusão como um brinquedo?

Será que é um exagero pessoal? Ou que afinal conheço a realidade, dela não fujo, mas suavizo-a com a cegueira desta minha alucinação?

Será que é este o meu verdadeiro nome?

Nunca prometi mais do que podia…

Pois, posso fazer que não acredito… mas neste filme de sangue e armas, prefiro encarar a atroz realidade, que viver na fantasia!

Sou eu: personagem de um filme, filme sem fim premeditado, personagem sem nome. Escrevo um guião, praguejo o excesso…

Crescer… para mim já seria um progresso!

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