A menina saltou dele com sensação de tontura, mas o baloiço continuou baloiçar sozinho.
Abrandou, diminuiu até que parou levemente.
Ficou ali, no vazio, sem nada nem ninguém para lhe dar força de baloiçar.
Só o vento podia mudar qualquer direcção dele mesmo… parado ou a rodopiar violentamente ao som do vento: tudo dependia da força da natureza!
Sós: a menina, um baloiço velho de um parque, e o silêncio da natureza!
Tudo falava baixinho, de forma a que os sons fossem imperceptíveis.
Rodeada de tudo e nada, entre sombras, solidão e aconchego de estar com ela mesma.
O portão do parque chiou um som a ferrugem velha e foi aberto pelo próprio vento.
Imóvel, sem mais nada lhe importar a menina senta-se de novo no baloiço, a não ser pensar no prazer que o velho baloiço lhe devolvia ao lhe dar aquela firme sensação no estômago.
Nesses momentos em que o baloiço voava bem alto e se cruzava com o céu, apenas lhe apetecia saltar no infinito e voar sem o assento seco e duro do baloiço…
Mas limitou-se a sonhar: para a frente e para trás, para a frente e para trás a baloiçar no nada, voando nos sonhos!
Porque o nada é muito pouco para quem ama sonhar…
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