sábado, 30 de abril de 2011

Utopia


Sonho antes de adormecer
Inalar a brisa do mar

Ouvir uma guitarra tocar

Estas cordas frágeis

Tenho de me conter

A água está fria

O mar bravo

Descalça pela areia…

Um dia…

A menina que acreditou

Ser sereia!

Secretamente...


A Bela e o Monstro à espera do Sol…

Ela pensa como a Vida lhe faz bem. Inspira o ar que a faz acreditar, e começa desenhar castelos no ar. Pede às estrelas para lhe dar asas para voar.

Chegar a ti é como brincar com o fogo, e estes desencontros dizem-me que o Tempo a teu lado não passa. Tudo pára… olho para ti, o Mundo fica azul!

Olha para mim para além das trevas dessa noite. Eu só quero ser a feiticeira da Luz… Olha, bem lá para o fundo do meu olhar! Podes, podes mesmo em mim acreditar.

Mesmo assim, saber que ainda gosto de ti não consigo chorar por tudo ter acabado…

Onde tu estiveres, para além da linha do horizonte, eu serei sempre aquela criatura perdida na noite, com pormenores que foram acrescentados à minha personalidade que se construiu. Mas são pormenores sem a mínima importância, tendo em conta aquilo tudo que tu conheceste em mim!

Vivemos o prazer do pecado por amar para além do que é permitido por lei…

E se eu te dissesse agora, olhos nos olhos: “Preciso de ti!”?!

Quando um dia esse momento vier, seremos condecorados a reis da Solidão de todo este tempo que passamos sem nos ver.

Rendida a um pretexto de “se eu pudesse…”, secretamente questiono-me acerca deste sentimento que controla todo este conflito de queima de neurónios.

Será?! Só quando já for tarde de mais…

Só tu me entendes… só tu esperas mais um dia! Só tu sabes dançar comigo sem saber dançar.

Anda… vem dançar… para toda esta queima de neurónios acabar!

A Lenda da Enfermeira


"Quando Deus criou a Enfermeira, teve de fazer horas suplementares.
Era o 6ºdia. Disse-lhe um anjo: “Senhor, há muito tempo que trabalhais para fazer este modelo!”.
Deus respondeu-lhe: “Já pensaste na longa lista de símbolos especiais inscritos nesta encomenda? A obra tem de ser entregue sob a forma masculina e feminina, fácil de desinfectar, sem despesas de conservação e não pode ser de plástico. Ela deve ter nervos de aço, costas que resistam a toda a provação, sendo ao mesmo tempo dócil e graciosa, para se poder sentir à vontade nos quartos de serviço demasiado pequenos. Deve poder fazer cinco coisas ao mesmo tempo, tendo o cuidado de manter sempre uma livre”.
O anjo abanou a cabeça e disse: “ Seis mãos, isso é uma coisa impossível”.
Deus respondeu: “ A dificuldade não está aí. O que me preocupa são os três pares de olhos que deve ter o modelo padrão; dois olhos para ver de noite através das paredes, durante as velas e para vigiar duas unidades; dois olhos atrás da cabeça para ver o que não gostariam que visse, mas de que tem que ter absoluto conhecimento e, seguramente dois olhos de frente, que olham para o utente e lhe dizem: “Compreendo-vos, estou aqui, não se preocupe”.
“Não posso”, respondeu o Senhor. “ Já conseguiu que raramente adoeça e se saiba tratar a si mesma. Aceita que dez quartos duplos acolham quarenta utentes, mas nunca que dez postos de trabalho sejam apenas providos por cinco enfermeiros. Gosta da sua profissão, que exige muito dela e que não é muito bem paga. Sabe viver com horários irregulares e aceita ter poucos tempos livres”.
O anjo andou lentamente a volta do modelo de Enfermeira e suspirou: “ O material é demasiado mole”.
Deus replicou: “ Mas é tenaz. Tu não imaginas tudo o que ela pode pensar? Não somente pensar mas avaliar uma situação e tomar compromisso”, disse o Senhor.
O anjo inclinou-se mais sobre o modelo e passou-lhe o dedo pela face. “ Vejo aqui uma fenda”, disse ele, “ Já vos disse que experimentais demasiadas coisas no vosso modelo”.
“ Esta fenda é feita por uma lágrima!”.
“ Porquê?”
“ Ela corre nos momentos de alegria, de tristeza, de decepção, de dor e de desamparo”, explicou Deus. “É a lágrima que serve de tubo de escape para o excedente”."

 AUTOR DESCONHECIDO

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Divide e Multiplica


"A felicidade é algo que se multiplica quando se divide."

Paulo Coelho

Rosas






“Rosas - La Oreja De Van Gogh”
“En un dia de estos en que suelo pensar,
hoy va a ser el dia menos pensado,
nos hemos cruzado
has decidido mirar a los ojitos azules que ahora van a tu lado
desde el momento en el que te conoci
presumiendo con prisas,tiempo de silencio
te juro que a nadie le he vuelto a decir,
que tenemos el record del mundo en querernos

Por eso esperaba,con la carita empapada que llegaras con rosas
(si,mil rosas para mi)
por que ya sabes que me encantan esas cosas,
que no importa si es muy tonto soy asi
y aun me parece mentira que se escape mi vida
imaginando que vuelves a pasarte por aqui,
donde los viernes cada tarde como siempre la esperanza dice
quieta y quiza si

Escapando una noche un bostezo del sol,
me pediste que te diera un beso,
con lo baratos que salen amor,
que te cuesta callarme con uno de esos?

Pasaron seis meses y me dijiste adios,
fue un placer coincidir en esta vida,
ahi me quede con la mano en el corazon,
y en la otra excusas que ni tu entendias

Por eso esperaba,con la carita empapada que llegaras con rosas
(si,mil rosas para mi)
por que ya sabes que me encantan esas cosas,
que no importa si es muy tonto soy asi,
y aun me parece mentira que se escape mi vida,
imaginando que vuelves a pasarte por aqui,
donde los viernes cada tarde como siempre la esperanza dice
quieta y quiza si

Y es que empiezo a pensar,
que el amor verdadero es tan solo el primero,
y que empiezo a sospechar,
que los demas,son solo para olvidar
Por eso esperaba,con la carita empapada que llegaras con rosas

(si,mil rosas para mi)
por que ya sabes que me encantan esas cosas,
que no importa si es muy tonto soy asi,
y aun me parece mentira que se escape mi vida,
imaginando que vuelves a pasarte por aqui,
donde los viernes cada tarde como siempre la esperanza dice
quieta y quiza si”

"Assim", Uma carta para alguém...

 
"Acordo assim! Nunca acordaste “assim”?!
  “Assim” como algo estranho e inexplicável… “Assim” como se uma pena de pavão entrasse em ti e fizesse cócegas com uma cor qualquer, sem conseguires decifrar qual!
  “Assim” foi como eu acordei… como se o pressentimento de que “hoje a minha vida vai mudar!” me invadisse. Para melhor? Para pior?! Como? Não sei…
  Acordei “assim”… num lugar para além do arco-íris! Neste dia encontrei uma nova cor! Bem lá do alto, no fundo de mim mesma, os sonhos que sonhei: “uma vez” desta história estranha que contada jamais alguém entranha.
  Pássaros azuis voavam pelo castelo deserto. Já não havia Sol, na noite em que descobri as estrelas.
  Foi ali, ao olhar-te, que te desejei como se me sentasse em cima do trono de um novo sentimento… depois de duras realidades, perseguidas pela consciência de culpa e traição acordei onde as nuvens nasceram. Bem atrás de mim, sem porto de abrigo.
  Quantas vezes não pisei as pedras daquela calçada, pensando no porquê de não te ter conhecido antes.
  Os problemas entre nós derreteram-me como balas, e longe, acima dos topos das chaminés era onde eu queria que a tua mira me retratasse.
  Tempo não nos faltou. Caminhos se cruzaram, encruzilhadas nos depararam… mas o sentimento por ti teimava em me desafiar. “Porquê se não posso?!”
  Ontem consegui ver árvores verdes entre toda esta selva negra que sempre teimou em nos assombrar.
  Árvores verdes?! E Rosas vermelhas também…
  Olho para elas, e assisto-as como se da nossa história se tratasse. Dizes-me tu para esquecer o passado? Não quero! Hoje tive a certeza de que não quero esquecer nada que tenha a ver contigo. És lindo de mais para que isso aconteça. Não me canso de te olhar e flutuo quando acordo nos teus braços… Por favor, não me condenes por ser uma eterna criança que acredita em sonhos.
  São momentos como as últimas horas que passei contigo que me fazem abrir os braços e querer voar. É o teu sorriso que me faz sonhar… e hoje tenho novas palavras no nosso livro: acreditar… e confiar!
  Já viste como fica lindo o Céu ao fim do dia no Castelo?! Já viste como ficam os nossos olhos? Baralhados, como se não soubessem distinguir as cores para além do belo?! Foi o que aconteceu àquela irreconhecível menina de há uns dias. Uma menina com medos e inseguranças que quis tirar uma fotografia a um lindo veado, mas não o soube distinguir. Olhou para ele e apenas viu um “ser”…
  Só quando o dócil veado, com o seu passo ameno a olhou nos olhos, se aproximou e mostrou o quão singular e harmonioso ele era, é que a menina conseguiu ver! Ver, deixando de estar cega com sóis passados que a magoavam. Só com as cores não antes pintadas é que conseguiu a fotografia perfeita que ficará encaixilhada para sempre na memória, e sobretudo tatuada no coração.
  Por te dizer que acredito em sonhos não é porque durante toda a minha vida vi céus azuis, com nuvens brancos ou arco-íris de fundo! Talvez seja porque sempre me habituei viver com um cenário negro, mas tenho esperança, e isso faz-me “sonhar”.
  Para mim as cores do arco-íris não são lindas no céu. São aquelas que se vêm no rosto das pessoas.  E desde o momento que te vi houve um raio de Sol que fez com que me atraísse a ti.
  Como Ferro e Íman…
  Atraís-me não porque és um “menino bonito”! Atraís-me por tudo o que tu és…
  Hoje peço um desejo, em cima de uma estrela: que para o ano te possa dar mais um beijo, como o de há dois anos atrás… bem lá no alto, onde o meu sonho me desafiou… me desafiou amar-te… até hoje!
  Como Ferro e Iman... Sou Feliz assim... eu e os meus Sonhos!
  E tu fazes parte dos meus sonhos.
  Obrigada pelas Rosas!"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Gritar LIBERDADE


Quero viver num lugar, onde as paredes são estrelas e luar.

Quero poder sorrir, ouvir e falar, quero poder gritar LIBERDADE!

Quero acordar e ter mais vontade de viver.

Deixar de ter medos parvos e não pensar no receio de um dia me vir arrepender.

Fazer de um sonho um desenho e em tudo o que faça aplicar o maior empenho.

Com vontade de me ver a mim mesma e aos outros.

Cada risco como uma dança, cada sombra um poema!

Abrir os braços e ser pássaro que cruza o céu.

Olhar-me de frente sem contornos nem me esconder neste véu…

Ser como um simples desejo e voar como herói de um nosso beijo!

Sobre uma amontoada cidade viver numa estrela

E sem me dar de conta

Gritar LIBERDADE

Quero ser eu mesma sem pensar

Sem bússolas para me guiar

Deixando de ter medo de amar…

Neste lugar que hoje me deito

Descanso só da minha grande solidão.

Para que me queixo se não busco resolução?

Os meus traços são defeitos,

Outros mortos de desilusão!

Liberto-me quando?

Quando parar de me condenar a pensar com o coração.

Grita, Sente!

Ainda não estou preparada!


Ainda não estou preparada

Para te perder

Para ficar só

Não estou preparada para crescer e aceitar o natural

Reconhecer que tudo o que tem um princípio tem também um fim

Não estou preparada para não te ter

E te recordar apenas

Não te poder abraçar

E não poder ser abraçada por ti

Não estou preparada para passear pelo Mundo

E perguntar-lhe: “Porquê?”

Não estou preparada

Nem hoje

Nem nunca

Só sei aceitar a Vida!

“Porquê?”

Somos Lágrimas


"Quando saímos do útero materno  e penetramos no útero social, choramos!
Quando saímos do útero social e penetramos no útero de um túmulo, outros choram por nós!
Na saída e na entrada da vida, as lágrimas irrigam a nossa história!
Por quê, senhores e senhoras?"

 in "Vendedor de Sonhos"

Liberdade


"Ser livre é querer ir e ter um rumo
e ir sem medo,
mesmo que sejam vãos os passos.
É pensar e logo
transformar o fumo
do pensamento em braços.

É não ter pão nem vinho,
só ver portas fechadas e pessoas hostis
e arrancar teimosamente do caminho
sonhos de sol
com fúrias de raiz.

É estar atado,amordaçado,em sangue,exausto
e,mesmo assim,
só de pensar gritar
gritar
e só de pensar ir
ir e chegar ao fim."

Armindo Rodrigues (1904 - 1993)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Atracção Oculta



Aqui e agora tenho uma atracção oculta pelo que não entendo.

Ainda não te foste embora?! Então porque continuo dormir sozinha?!

Neste comboio, vou em direcção ao caminho do incerto…

Parte feroz e cambaleante…

Nada mais… ninguém mais… que Tu!

Porquê?!

Não te queria querer…

Nesta tentação… da tua teia solta!

Doce Páscoa


A Páscoa não é um dia para comermos chocolates e sim para comemorarmos a vida e rechearmos os ovinhos de sentimentos doces!

DOCE PÁSCOA

terça-feira, 19 de abril de 2011

Exaltação

"Viver!... Beber o vento e o sol!... Erguer
Ao Céu os corações a palpitar!
Deus fez os nossos braços pra prender,
E a boca fez-se sangue pra beijar!

A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...
Asas sempre perdidas a pairar,
Mais alto para as estrelas desprender!...
A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...

Da vida tenho o mel e tenho os travos
No lago dos meus olhos de violetas,
Nos meus beijos extáticos, pagãos!...

Trago na boca o coração dos cravos!
Boémios, vagabundos, e poetas:
--- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!..."

Florbela Espanca

Sombras


Do mar

Do céu

De uma lágrima

De um sorriso

Da lua

De uma estrela

De memórias

De perspectivas

De amor

De dissabor

De tristeza

De felicidade

Sombras de gente

Sombras de coisas

Sombras de nada

Sombras do que sou

Sombras de uma vida

Sombra de mim!

Perdidos e Achados!


Quando se tenta o melhor mas não se tem sucesso;

Quando se consegue o que quer, mas não o que se precisa;

Quando se sente cansada e não se consegue dormir;

Presa nesta maré, com um barco sem remos!

Escolherei eu a sorte do vento?

Até onde?

Até quando?!

Fico-me por: “Um dia…”

Ou um “Talvez um dia!”?

Quando as lágrimas começam a rolar

O espírito mingua

Volta não volta…

Voltarei?

Quando se perde algo que não se pode substituir

Quando se ganha algo que nunca será igual!

Quando se ama alguém e tudo é desperdiçado

Quando com simples palavras se fica despedaçado!

Pode ser pior?

Poderá vir ser melhor?

Quero luz

Para me guiar ao céu…

E me aquecer este desalento…

Bem no alto

Ou bem lá em baixo

Fraca ou forte

Quero esquecer?!

Se nunca tentar, nunca vou saber!

"ISTO"

"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!"

Fernando Pessoa

O inverno voltou?

Meia hora na minha janela, concentrada no som nostálgico das lágrimas da janela. A chuva não gosta de mim e eu não gosto da chuva. Como se me pintasse em tons de cinza, é inevitável pensar. A estrada está molhada e a humidade canta ópera bem alto.

Inverto-me com a chuva, como se fosse um caracol solitário, apenas eu e a minha “casa”… quatro paredes com fumos e memórias.

O que me resta?!

Esperar pelo Sol… porque com a chuva morro!!

Deixar de ser gente e ser um balão!


Hoje estou num dia não

Quero deixar de ser gente

E ser um balão

Sentir-me leve e voar…

Já não sei se o tempo vai voltar

Sinto a vida a passar

E o tempo assobiar

Neste mundo suspenso

Não sei a quem pertenço!

Atada por um cordão

Sobe até ao céu balão…

Distendida ao máximo

Na minha largura

Quero-me sentir numa mão segura!

Ser livre

E ao cantar disfarçar

Asas postiças?

Não anseio voar…

Deixo-me fluir

Para o infinito fugir

Misturada com o vento

Sem corda

Sem dono

Sem sofrimento!

Palavra?!


  Com palavras iguais digo o que me faz sentir mal, e as respostas são sempre diferentes. Quando os actos se tornam repetitivos as palavras desgastam-se… diálogos transformam-se em monólogos e o nosso estranho mundo converte-se no meu estranho mundo de questões indecifráveis.

  É na subtileza das palavras que saboreio todos os actos subjacentes … neste mundo de mudos sem comunicação como não há-de o Homem sofrer e magoar-se?!

  Não gostar da palavra é extinção de tudo: é passar um atestado de óbito ao que somos perante o Mundo, sufocando-nos com esta solidão egoísta: solidão só nossa, sem direito a palavra.

  Não gostas de ler? Não gostas de escrever? Não gostas de conversar? De comunicar? Mas já paraste para pensar que nos momentos de solidão que achas só tua, ouves música? O que é a música senão um som de palavras? O que é falar contigo mesmo?!

  Neste grau menor de comunicação que a sociedade actual vive, tem apenas duas escolhas… ou a palavra, ou a loucura!

  O nosso auto-retrato modifica-se forçosamente por toda esta mutação social. Mutação de mudos e surdos, egoístas ao ponto de nem oferecer a palavra, sem terem noção do quão importante é receber…

  Dar e receber a palavra: dialogar, conversar, comunicar, descomplicar, distinguir, resolver, saborerar, conhecer...

  Um amontoado de sentimentos não falados ou de actos mal interpretados apenas terá resolução com a palavra. Esqueçam a explosão no momento errado, no sitio errado com a pessoa errada.

Na vida há um “timing” para tudo… e a palavra não é excepção.

Usa-a… mas sabe usá-la!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Beijo



"O som de um beijo
 não é tão elevado como o do canhão,
 mas o seu eco perdura por muito mais tempo."

- Oliver Wendell Holmes

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ponte


Vence toda a luta, ou permanece a sorte?!

Vibra a ansiedade que apaga a velha novidade

Corpo perdido, sentimento prometido

É agora, esta a sombra entre a verdade e a mentira

A nuvem que arrastou as poeiras do nosso vento…

A ponte entre nós!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A miséria do meu ser - FERNANDO PESSOA


A miséria do meu ser

"A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer

Que roda fora da pista.
Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?"


Fernando Pessoa

Entre Medos


Só e com pensamentos distantes

Ali, no meio da multidão

E eis que de repente vi o teu rosto

E senti de novo aquele eco no meu coração!

A batida é forte

Mas até onde chega esta linha do destino?!

Tudo o que vejo

Tudo o que quero

Tudo em que eu pensava que acreditava

Evaporou como gotículas de água

E o sol não brilhou

Nem o arco-íris conquistou!

Queria poder tocar nesta realidade

Achas que é muito?!

Eu acredito no que posso tocar…

Mas não deixo de imaginar!

Está tudo aqui:

Parado à minha frente…

Vou enfrentar a multidão,

Negociar os meus medos

Com os meus pensamentos

E atrás das velhas paredes eles ficarão ….

sábado, 9 de abril de 2011

Luta


Enquanto não alcançar... Não vou descansar!

Sonhar,
Acreditar,
Lutar!
...Com os pés na Terra,
para o Céu olhar!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Melodia


Diz-me o que sabias tu da vida, antes de sentires as borboletas na barriga, e mais tarde descobrires que essa confusão na tua mente, acompanhada de sorrisos involuntários eram sintomas de paixão que se transforma a cada dia que passa em amor?!

O que era então a Vida?!

O mundo era plano e linear, e via apenas independência para tudo aos poucos descobrir…

Mas não rejeites o que o mundo te impôs…. É um erro ter medo de amar!

Quem acendeu toda essa rebeldia no teu olhar?!

O que eu perdi quando tu não existias?!

Lá, e naquele dia nada foi mentira. Sem medos vivemos os nossos sonhos de aventura, e agora corremos esses tempos como se um passado comum usufruíssemos.

Ninguém muda assim, sem as estrelas saírem do lugar.

Não te ofereço mais essa flauta para que me possas cantar a mesma canção que me moveu nos dias passados.

A imortalidade não vive no sempre, e o nunca não é oculto por este fracasso…

Fracasso de ter medo de mudar por amor…

A minha flauta não quer continuar o seu lamento…

terça-feira, 5 de abril de 2011

Falas de civilização... ALBERTO CAIRO


Falas de civilização...

"Falas de civilização, e de não dever ser,

Ou de não dever ser assim.

Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,

Com as coisas humanas postas desta maneira,

Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.

Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.

Escuto sem te ouvir.

Para que te quereria eu ouvir?

Ouvindo-te nada ficaria sabendo.

Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.

Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.

Ai de ti e de todos que levam a vida

A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
"
Alberto Caeiro

Dança



A Dança
Polo Norte

"Chegaste de passos apertados
Os olhos embargados
Cheios de medos teus
Pediste que te levasse a magoa
E que te tocasse a alma
Olhando para os meus

Apertei-te contra ao peito,
num abraço perfeito

A rua como companhia
Às vezes escura e fria
Pura realidade

Ninguém olha p'ra ti
Com olhos de gente
Ate mesmo indiferente
A quem és de verdade

Esquece o teu mundo lá fora
É hora de ir dançar
(Refrão)

Esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim
São asas que me dás
Levam alto p'ra longe

Esquece o teu mundo lá fora
É hora de ir dançar
Esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim

São asas que me dás
Levam alto
Esta noite dança só p'ra mim
Que esta dança nunca tenha fim

São asas que me dás
Levam alto p'ra longe
até de mim
até de mim"

Mundo Rasgado


  Um homem polémico é aquele que chora, um homem surpreendente é aquele que agarra todas as mulheres pela cintura e se deita como se de bonecas descartáveis se tratassem.
  Livrai-me dos discípulos desta esfera que está autodestruir-se, corroendo todos os valores humanos, tornando o sangue em ácido sulfúrico, as veias em tubos de ferrugem que descartam numa pedra, dura e vazia, oca de sentimento e valorização da Vida e do Homem!
  Chamem-lhe sociedade, chamem-lhe crise, chamem-lhe homem actual, ou mulher moderna. Chamem-me criança, chamem-me antiquada, chamem-me louca, mas eu não quero estar aqui. Não me apetece estar aqui!!

  Quero ir à beira-mar e ouvir tocar uma viola, tapando os olhos a este mercado de maulucos que se arrastam como inúteis hálitos alcoólicos agarrando a garrafa como se uma filosofia de vida de tratasse.
  O que é verdadeiramente caro?!
  Parem de se vender como mestres que têm capacidade de inquietar o cérebro dos que têm por mais frágeis!

  Hoje uso a terapia do grito.
  É Primavera, o Sol penetra-me na pele e oferece-me energia para ser assim, e nem sequer dar-me ao trabalho de olhar para esta montra em que se está transformar o mundo! Vou ao alto do monte, onde a natureza é o único cenário e grito ao mundo: “Aqui sou Feliz!”…
  Eis que tenho um ar psicótico com notável imaginação de transformar os dias em algo tribal. Mas é esta a minha missão: viver desta forma, só minha… não quero ser travada pelo medo desta confusão social, onde as crianças se estão tornar de anjos a diabos e as famílias em aglomerados doidos em busca da sobrevivência para conseguir comer ao final do mês.
  A grande surpresa, é que o Homem é líder fora do padrão natural, e complica ainda mais as coisas… os “média” tornam-se numa fonte de nutrição, que nos alimenta de desespero e pessimismo. E os inteligentes miseráveis dos leitores, voam com uma asa de frango, tentando assassinar o mestre da crise, sem pensando no risco de morrer calados, porque nem sabem a quem culpam… é a lei dos fracos!
  Convivência perigosa, esta entre membros de uma sociedade baralhada… Dez minutos para silenciar a vida de quem fala de mais, e os piores inimigos de um ser humano, é aquele que ainda vai dizendo a verdade e possuindo alguns valores, realmente… humanos!
  Mulheres de mentes complexas, homem como se se tratasse de um inventário, o inventário dos cinco dramas e as suas pontes.
  Dores represadas, em seres que se tornam fantasmas não domesticados.
  Este Mundo, vista como uma ilha de demónios, ameaçada por crise e conspiração, criando desesperados, chocados psicopatas e assassinos de valores e moral.

  Afinal, a maior crise da história, é o sufoco da actualidade. Os porões da mente mentem-nos a nós mesmos, iludindo-nos com o que já não existe em nosso redor, nem sequer em nós mesmos!
 
Rasgando a alma, nem o grito me salva.
  A dor desta calúnia humana fere-me, mas a grande revelação para mim mesma é que não me consigo camuflar nesta selva.

  A criatura devorada pelo criador…

Porque os homens modernos… também choram!!!