quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Personagem sem nome


Desde todo este começo, que pouco ou nada sei.

No fundo nem sei que personagem nesta história sou… Talvez seja eu a culpada da parte negra do filme, e se calhar de toda esta insegurança,todo o mau pormenor que lhe pertence mereça!

Afiguro todas as coisas que deixo para trás, e reivindico uma auto metamorfose transformando-me como uma livre meretriz: Quero voar por esses jardins interditados, que só lá vão os destemidos, pousar em realidades, deixando as cores da inteligível fantasia.

(Porque isto de parar no Tempo para ter coragem de crer incessantemente em quimera desgasta ideologias, desvanecendo a esperança que nunca deixa de residir no brilho de um olhar.)

Quero ouvir o que nunca ouvi, ver o que nunca vi, e defrontar realidades que nunca conheci.

Quero abandonar o telhado do meu porto de abrigo e crescer… crescer na liberdade de ser emancipada por mais…

Há coisas em cada um de nós que não mostramos, nem sequer admitimos que nos pertencem.

O meu único temor é que avultando, perca a humildade de ser a simples pequenina que sou.

Imagino tanta coisa enquanto estou à espera! Mas… à espera do que? Já apostei tudo o que tinha, e saí a perder. Mas não me quero acondicionar neste comodismo de esperar na vida, sem reivindicar a diferença de actuar, agindo pela diferença e crescimento de mais e melhor dentro do meu cosmos a quem muitos que me rodeiam pertencem.

Não quero agir como uma acriançada revolucionária do meu próprio rumo, quero apenas tomar pose de um bocadinho mais para além do oferecido óbvio. Isso é dos fracos, e eu quero tornar-me infatigável no vindouro…

Há tanta coisa à minha espera… não me limitarei à espera de coisa nenhuma.

Surpreendida por hoje melhor me conhecer, e sem guião deste filme, sem confiança num fim que nem sei se existe, sei que por nada me zango… limito-me ficar triste!

Não peço nada em troca, apenas nunca destruir humildade… Crescer sem preço: conseguir deixar de ver apenas o “bom”, com lealdade por mais crua e difícil que seja, que venha ela: a bruta actual realidade!

Será que até hoje me engano? Será que alguém me compreende em segredo?

Será que é medo? Ou vejo a ilusão como um brinquedo?

Será que é um exagero pessoal? Ou que afinal conheço a realidade, dela não fujo, mas suavizo-a com a cegueira desta minha alucinação?

Será que é este o meu verdadeiro nome?

Nunca prometi mais do que podia…

Pois, posso fazer que não acredito… mas neste filme de sangue e armas, prefiro encarar a atroz realidade, que viver na fantasia!

Sou eu: personagem de um filme, filme sem fim premeditado, personagem sem nome. Escrevo um guião, praguejo o excesso…

Crescer… para mim já seria um progresso!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Por breves momentos...


“Há erros que se cometem, e que depois dessa breve passagem chega-se à conclusão que eram óbvios de se cometerem devido às circunstâncias do momento!”

Pensamentos vulgares de um Ser Humano vulgar, num final de tarde, onde se olha pela janela em silêncio como se estivesse assimilar uma verdade profunda…

No silêncio do vazio dos pensamentos deu-se por si só ouvir a própria respiração, e a expansão torácica presenteou um suspiro!

Lembrou-se do dia em que o luar trespassava a janela e o barulho ritmado das ondas chamou em direcção ao brilho suave das longínquas estrelas, onde se tremeluziu uma afirmação celestial, como se estivesse anunciar a presença de um Anjo da Guarda algures, entre Terra e Marés.

Mesmo invadida pelo cansaço súbito dos pensamentos pensou que um dia voltará aquele lugar e talvez seja aí que estejam todas as respostas de que precisa…

Entregar-se à música natural do Mar, entre o Sol empertigado nas dunas desertas, arrastando os pés descalços pela areia, não conseguiu evitar sentir-se uma sortuda por poder estar ali de novo: uma simples pessoa que andava à procura de verdades, como uma criança anda à procura de conchas.

Seria mais que gratificante enfrentar o infinito do horizonte e detectar algum Sinal, mas limitou-se aspirar a brisa e concentrar-se no seu mundo: o Sol que se escondia no Mar…

Apesar do desempenho deste impacto de pensamento não conseguiu chegar perto da resposta por que ansiava.

Porque aqueles estranhos pensamentos estavam longe… falta o cenário, falta o cheiro a Mar!

No aconchego de uma almofada apenas, e do calor de uma pequena manta sorri manhosamente por saber que em breve haverá a oportunidade de “ali” voltar!

Dissabor de Sentidos!

Quero actualizar este dia!
Mas não, não vou fazer um poema…
Limito-me ouvir uma música que inspira os meus próprios batimentos cardíacos e me faz sorrir.
Sorrir, porque estou aqui, sorrir porque estou viva, e sorrir, por ter a sorte de ter Tudo para ser a pessoa mais feliz do mundo… Porque não sou? Quase tudo… um quase grande, pelo qual luto diariamente!

Faço agora uma viagem em redor de mim, não como conclusões de crises existenciais… apenas um resumo deste dia para mim!

Ouvi uma história à lareira, da “Bela e o Pobre Poeta”, aquele que pinta poesia em quadros e pendura telas na parede da casa onde vive em solidão.
Encontra o final de todas as histórias em “A Vida é Bela”: em cada pensar, sentir e agir.

Grandes e fracos, mas com estas pequenas memórias, não irão longe.

Em lagos azuis grito até rebentar as artérias que “Aqui vou ser Feliz!”

Transformo, misturo e até trituro memórias para conseguir “O hoje!”.

A Vida é muito para ser pensada e deixar de ser vivida… e nas histórias que me contam, há sempre qualquer coisa que fala de irrealidades e facilitismos! Mas quero mais… quero o desafio, quero a liberdade de um sonho real!

Todos nós passamos de fúteis a “qualquer coisa”, escrevendo linhas dos nossos livrinhos secretos! Meras palavras, puras aparências…

É isto, hoje e sempre, a inconstância da minha alma selvagem, que vê o Amor desfeito em melodramática poesia!

Onde vive o optimismo deste dia?

O amanhã não vai ter tanto encanto…

A passo do descompasso, não encontro critério para me queixar deste dia.
Vinte e quatro horas foram mais que suficientes para pesar as minhas palavras, inseridas no meu mundo e nos meus passos!
Sou assim, feita de pedaços dos meu caminho, não pesando os bolsos com estas pedras que me apontam, mas sim suportando as esfaceladas cicatrizes que curam sem tempo e razão!

Conformes poetas contam que “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”: na minha irrealidade oculta, a minha será sempre insatisfeita, e refugiando-me em pequenas palavras, gritando no meu silencio, e de repente o riso causa um desiquilibrio emocional no que é, e no que devia ser para mim mesma!

Dissabor de sentidos (in)significantes, onde tento entrar nos eixos de um outro rumo diferente, nestas intermitências de memórias e presente!

Vazio, ou cheio? Cansada dessa “gente” ofendida consigo, com o presente, que se diz liberta do passado, quando é ele que atormenta as acções do presente…

Na vida, é tudo ou nada, e eu que vejo o mundo ao contrario, ouço sempre o coração, e no limite de um olhar, continuo assim: eu, neste mundo, com passado!

Meu estranho mundo?
Não, apenas tento dar uma volta de 360 graus no que fere…
De mãos dadas com a Lua, sonho entre Utopia, transformar o negro em arco-iris… e acredito compulsivamente que a arte não começa nem termina.
Para mim a arte é infinito, algo que não termina, e jamais se saberá o seu ponto de partida!

A de Amar, vive na casa de Soturno, e a louca porta da casa que fica aberta, diz que a Lua não é de ninguém! Tal como os sonhos que construo: não são meus!!

A pura das loucuras é convencer-me de que a minha sombra é uma mirangem!
E assim decido pintar o meu rosto de rosa choque para me convencer de algo berrante que não sou!
Mesmo assim, a admirável demência é continuar chorar ao ler romances, quando nem se sabe se o amor realmente existe.
O Amor não se mede em gramas, porque “Maria´s e “Manueis” há muitos…

Apetecendo-me apimentar o sentimento de intriga, aprendo anatomia humana, e ai percebo que o coração não passa de um órgão forte, mas que fica fraco e pára… de repente!

E a vida resume-se a  arte: de máscaras humanas, pintadas de da cor que nos apetece.

Ausência instável neste barraco de ideias! Caminha-se sobre solos de pingos que caem so céu, e escrevem-se cartas para ninguém…

Assinam-se compromisso com o Acaso, e enquanto se esboça uma tela, dão-se pequenos goles de Chá de Menta… Porque Arte é prolongar o Tempo. Não é esta escrita lambida do resumo de um dia só meu.

Uma estrela em reflexo de uma flor em espiral, que se transforma em estrela cadente, sendo o desejo do homem fechar aspas em actos sem citar o autor!

Sente-se uma gargalhada sonora de um futuro imprevisível, e numa noite de Inverno, cai a Geada sem estrelas, que queima estas flores em espiral que eram a única companhia daquele solitário banco no jardim!

Lenga-Lengas, de histórico-filosóficas resumidas a provérbio de avós, que enchem o nosso cérebro de coincidências que nem existem!

Horas tortas: há muitas maneiras de passar o tempo...

Juntos num caminho só nosso, no limiar dos sentidos, despem-se palavras, e surge uma lágrima na luz… Louco amanhecer: mais uma peça no Puzzle!

Manejar o Silêncio é mais do que esconder palavras, são as memórias de uma vida, que nos meus olhos não fazem sentido!

Noites difíceis num papel em branco…Aquele ser “anormal”, que exprime que o essencial é Amar… Quando toca a melodia do Adeus e anuncia fim sem principio!

Jogadora de palavras, em laço de sangue, onde os loucos estão certos, onde o dia foi feito disto tudo: emoções, os meus gostos… pensando e falando no perfeito juízo por detrás de loucura, com “porquê´s”… Porque sim!

Sem magia, a Vida seria pura atracção! Sonhos vencidos, ou não?!

Suspiro de uma "toda a vida"…
Tudo termina, mas tudo ficou por dizer!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Meu Mundo (Im)perfeito!


Quando era uma pequena criança o que conhecia?

Pouco? Nada? Um Mundo de perfeição e sonho, caminhando na utopia e facilidades!

Precisava eu de crescer para olhar este duro mundo sem liberdade?!

O que era então a vida?

O que esta vale, se todos um dia fechamos os olhos até mais?!

O mundo está desenhado no plano da dependência, e eu só desejo ser livre.

Quero ter sonhos libertos de toda esta pressão… e opressão!

Conseguirei eu um dia rejeitar este mundo que me impuseram apenas por ter crescido em palmos?

Não fujo à responsabilidade, mas  luto pela libertação desta obrigação de me deitar pelo cansaço e não adormecer pelos sonhos.

Era mais fácil se não tivesse acesa esta rebeldia.

O que perdi, quando tudo isto à minha volta não existia?!

Naquele Mundo nada era impossível, muito menos mentira…

Sem medos luto pelos meus sonhos, e recorro a tempos que já eram, para viver estes três dias, aquele que já passou, aquele que está passar e o outro, aquele que não sei se chega a começar!

Pavor… Melodias diárias, de rotinas sem sabor!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Seres em Crise para cá da Lua!

É noite, avisto a lua cheia!

Que clarão é este embutido nos meus olhos?

Algo que o olhar não consegue esconder, nem com sorrisos nem com lágrimas.

Disseram-me durante uma vida, que em cima de mim só há Céu! Não… há muito mais para além das nuvens…

Olho a Norte, olho a Sul e ela fica ali a guardar-me!

Há um cheiro de fogueira que queima o ar… O mesmo Céu, o mesmo Norte, o mesmo Sul… a mesma Lua!

Sempre ouvir uma melodia para alegrar momento de melancolia.

Maldito animal é este o Ser Humano, que é vagabundo e tem uma mente criminal… Mas certo é que toda a gente chora.

Uma taça de champanhe?

Há festa esta noite…

Com sabor a tutti-fruti desfilam corpos vestidos de nada!

Quem é este Ser que não respeita o silêncio da Lua?!

Desbaratado, fanático, melodramático!

É um depósito de mágoa e pobreza interior que veste farrapos de luxo para brilhar o exterior!

Fala mal, e vive longe da realidade… odeia e sofre três vezes mais que um selvagem animal…

Acreditam em contos e fazem histórias infelizes!

Não adianta querer, tem que se ser, tem que muito dele e dos outros ter!

O mundo é muito diferente da Lua para cá… Só alcançamos o céu em dioptria máxima porquê? Rara e pequena capacidade.

Somos seres pequeninos e rabugentos com uma Vida…

A neblina corre a nossa alma e ficamos cegos com o pouco a que estamos habituos ver.

Hoje adormecemos, e amanha vamos acordar aqui outra vez, para cá da Lua, pouco vendo! Cada um no seu castelo, cada um na sua função e nem sequer arranjamos tempo para perceber que estamos morrer de Solidão!

É isto: pouco e pequeno: o Ser Humano diluído nesta corrosiva atmosfera. Que quebra o equilíbrio ecológico que nem sabe distinguir a Filosofia da sua própria análise psicológica.

Um Universo em crise: e ninguém quer ser coadjuvante de ningúem!

Afunda-me o barco…

Mas só nos lembramos de pintar as letras das ondas em cor de Ouro!

Ser Humano imperfeito, que não sabe o significado do Não!

Procura vivo ou morto, uma estranha e incorrecta perfeição…

Besta!

Aquele que vive só e sem senão!

Batendo no peito frio, sem coração.

És cego? E ainda te chamas com charme de “doidão”!

Palmas para nós… Seres Humanos espectadores da Vida!

Existimos, nesta esfera nem redonda, com arestas gélidas sem sentimento nem emoção…

Esta é a história de “Um Ser” que vive para cá da Lua…

De “Classe A”… Mas afinal o que há para além da Lua e do Céu?!

O mundo é diferente daquele que me contaram em histórias felizes de Sapos e Principes, de Homens e Guerreiros…

Seres Humanos…

... em plena Decadência!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

No frio de uma Estação...


Sim, não saboreio o frio do Inverno.

Sinto saudades da luz de Verão…

As estações somos nós que as fazemos.

Inspiro fundo e tento inalar aroma de Primavera!

Um chilrear esconde-se nos meus ouvidos e sorrio.

Tudo o que faço é sonhar com uma estação só minha, Com cheiro a Primavera e calor de Verão.

Pintada com cores inexistentes no arco-íris, com aromas que em nenhuma outra estação se podem aspirar!

Com o pôr do Sol eu continuo sonhar.

Esta nova estação é tudo: é um novo pensamento, é uma canção que componho e canto, Inverno, Verão, Outono e Primavera… Uma tela com mistura de tons.

Vou pintar este cinza numa cor galhofeira e se houvesse mais de vinte e quatro horas no dia, elas seriam passadas neste doce sabor de explosão de alegria para procriar uma nova Estação!

Sonhar: quando os céus são azuis ou cinzentos. De manhã, ao meio-dia e á noite! Porque tudo o que faço é por uma nova Estação…

Estou sintonizar o meu corpo e mente.

Porque tudo o que eu faço é sonhar com uma nova Estação! O dia todo, com vinte e quatro horas, o ano todo: sem cruzinhas no calendário!

Fé? Sobrevivência? Esperança...


Fé?!

Espera que alguém o encontre… mas já foram todos embora!! O barco partiu e alguém ficou…

Ali se encontra, no vazio das marés, como o som ensurdecedor das ondas na rocha que tapa o horizonte!

Com cheiro a mar por todo o lado… é Sal o que escorre entre as margens dessa vida.

Quer apenas ser resgatado desse ponto de asilo, antes que tudo comece afundar, logo antes que ele se incendeie de tormento!

Enquanto o Mundo está em segurança, um ser que parece minúsculo à vista dos leiais amigos, precisa de ajuda, aguardando pacientemente pelo dia da salvação!

Aguarda assim, pela sua vez… o orgulho continua, mas desta vez não vai funcionar. Carece de mais… muito mais para ser salvo…

De repente tudo parece pequeno e inútil. Mas quem se importa com isso? Nem sabem que ali está… “Vou morrer de qualquer maneira!”. Está condenado esta noite.

E se nadasse no mar imaginando que se trata de um ameno rio?!

Já se capacitou de que o orgulho desta vez não vai funcionar.

Mas está tão habituado a isso que lhe parece apenas mais uma corrida, isso ajuda-o manter-se calmo, mas qual o ponto de partida? Eis a linha da chegada…

A noite fica ainda mais escura, o corpo quer descansar, mas dói até ao respirar!

Percebe que quer viver, não sabe por quanto tempo, mas quer sobreviver a esta noite…

Os pensamentos desaparecem por completo, porque eles agora estão realmente apavorados…

“Ajuda-me!”

Para quem fala ele, olhando para os céus?

O orgulho desta vez não vai funcionar…

Não olha para trás, porque vê morte e não à sobrevivência.

Põe-se á margem, acumulando forças… Apenas mais um pouco… Mas até onde? Até quando?!

Grita por ajuda, mas ela nunca virá…

Não sabe para onde avistar, não sabe por onde começar a nadar…

O pânico começa alastrar-se, e na mente dele a morte dá-lhe a mão… e apenas ela o pode salvar!

“Mas eu nasci para vencer!”. E grita a plenos pulmões… Mas continua não haver ninguém!

O orgulho desta vez não vai funcionar. Preciso de algo com maior peso… Preciso não só de fundamentar, mas acima de tudo acreditar!

Fé!!

Surfando no ar, há pássaros por todo o Céu: o Sol nasceu!

Como é bom viver…

Sobreviveu, e agora sim, a sua honra ficou orgulhosa.

Mas agora ele quer descansar… Anseia agora pela vida, porque uma coisa permanece dentro dele: esperança!

Essa coisa que nunca morre…

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Castelo


Algures, acima das nuvens que parecem algodão estão castelos… Castelos de areia, que se desfazem em sonhos…

Sonhos que por vezes não passam de meros pensamentos, de nuvens no nosso cérebro…

Mas sim, longe dos banais lugares que conhecemos, aqueles pelos quais passamos todos os dias e nem sequer damos conta da sua forma e cor… existem castelos! Castelos de pedras, que atiramos todos os dias a quem se cruza no nosso caminho e nos esquecemos de fazer delas chão para os nossos pés!

Existe um pequeno castelo na nossa vida! Está escrito nas estrelas, e nem o Homem pode mudar…

De vez em quando, quando o Sol se põe, sonhamos com esse castelo, e até imaginamos como ele possa ser!

Algo de estranho acontece por vezes connosco… como se houvesse um soar de violino na nossa mente, e construíssemos o projecto desse mesmo castelo… Apetece-nos de repente chorar para todas as nossas feridas curar…

Apetece-nos imaginar uma cor para o pintar… E quando se fartam de viver esse pequeno momento de nostalgia, desistimos de viver, ou paramos de sonhar!

Em vez de um castelo avistamos ruínas, ou um nublado sonho de criança distante…

Mas todos nós temos esse castelo: nunca ninguém lá esteve, a não ser “eu” nesses momentos em que nos desligamos do mundo real!

Algures… o céu, no oceano, bem longe da Terra todos nós temos uma castelo!

Eu conheço o meu refugio, onde vivo, sonho, me liberto… e eu conheço a bruta realidade, em que caio em mim, e me ridicularizo, sabendo que acabei de sonhar com o meu castelo!!

Lua Espelhada


Estás ver aquela Lua?

Sim, aquela que é de todos, mas única a cada um de nós!

Estava aqui quieta no meu canto, quando um perfume me fez recordar…

O quê? Não sei bem… algo que me fez voltar a uns tempos que lá vão!

Fui arrastada pelo perfume em direcção à rua, em direcção à estrada… Fui ao encontro do Rio, e nele via “aquela Lua!” A lua espelhada, que brilha no céu mas nos fazia companhia a nós… deitada sob o Rio!

Como se assistisse a um filme nos olhos de um espectador… Mas naquele dia, era eu e tu as personagens principais de um filme… um filme da lua espelhada na água!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tecido irrigado de vermelho


Porque sou eu fita deste tecido irrigado de vermelho?

Ou me aceito como sou de uma vez por todas ou renuncio uma vida já!

Sou isto… para quê? Tanta emoção junta nunca fez bem a ninguém. Acaba sempre em desilusão ou loucura!

Mas que é isto afinal, ser feita de sentimentos? É como se tudo o que corre dentro de mim se resuma a adrenalina… de emoções!

Fico cega, e não vejo com a mente. Esta teima me ofusca um grande problema de racionalidade…

Perco a cabeça com coisas que para seres normais não passam de lerdas e ininteligíveis!

Mas o que é isto onde eu me perco eternamente? Uma teia de sentimentos, que me prende como presa débil e padecente…

Fugir de sentimentos? Para que? Não tenho razões para o fazer… sentimento é um colossal desafio, ora bom, ora menos bom! Porque não existe para mim um sentimento “mau”. Todo ele tema sua vertente boa, pois são os ditos “maus” sentimentos que nos fazem crescer, amadurecer, e acima de tudo valorizar aquele que é tão bom de ser sentido!

Mas sentimentalismo não deixa de ser o meu grande problema…

Confronto realidades de uma não fácil vida e diariamente fico sensibilizada com o que menos espero… assim, enfrento todo o pormenor da vida com este maldito tecido de que sou feita!

Costurada ao pormenor, há detalhes que a mim própria me surpreendem… tal como agir com sentimento e mais sentimento, quando não há razões sequer para haver espaço para tal lacuna.

Nunca pretendi que isto que corre dentro de mim me causasse um problema… mas hoje tenho as minhas sérias dúvidas!

Porque é ele o culpado de muitos outros sentimentos antagónicos!

Por ele eu me contorço e me reviro… quero deixar de sentir e deste mundo me afasto…

E ali fico eu, na minha pequena bolha… de sentimentos!

Coisa que me persegue e me invade os actos irracionais e os concebíveis!

Gritando: porque sou eu feita de tecido de coração, onde me enredo nesta teia de sentimentos?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tempo perdido?


Escrevi cartas, o tempo passou e nem o pó as levou…

O tempo passou, e aquela rua onde me perdi, continua nua e fria, onde o escuro continua e nada dentro dela sorri…

O tempo passa e as memórias permanecem…

Porque me garantiram durante uma vida que “O Tempo tudo muda”? Mas nem tudo cura...

O tempo passa, as expressões do meu rosto mudam, mas o coração de criança não se cansa…

Impulsiona assim tudo e nada parado no tempo: imagens e pessoas, imagens de pessoas e pessoas que não passam agora de imagens!

Vagueio agora por becos de desilusão… Revivendo momentos que outrora contaminaram o meu ser e me fizeram parar no Tempo.

Agora sigo: neste busca insana, perdida em sombras que sufocam o meu pranto…

Tento conter aquela lágrima que quer gritar um nome!

E nos ecos da minha voz, faço-me entender que não vale a pena rolar em teimosias… que não resultam a não ser em Perder Tempo!!

Perder-se Tempo?!

domingo, 10 de outubro de 2010

Dia Mundial da Saúde Mental


"Para se ter boa saúde mental, são necessários bons pensamentos e boas atitudes no nosso dia-a-dia!"


sábado, 9 de outubro de 2010

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos


Assinala-se hoje o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.

Os enfermeiros (que o são de verdade) sempre estiveram ao lado dos doentes em fase terminal – não vem daí a lanterna de FNightingale, que fazia de noite a sua ronda pelos doentes moribundos?…

Medo que nos faz sós!

O medo faz-nos sós…

Mas quero aqui ficar…

Em tudo que não consigo largar!

Olhar a chuva que me suja a janela, e ficar aqui… ver água a cair…

Quiseste levar tudo o que era meu, e agora não consigo rasgar este escuro que veio e não vai…

Acredito genuinamente que hoje o dia está perfeito para reunir todas as razões do Mundo para sair daqui, deste negro lugar.

Mas não vou…

Aqui fico eu mais uma vez, sem saber largar, sem querer esquecer…

Virá a água da chuva e lavar-me-á o que me dói!

Até lá vou ficar aqui: com o medo fico só!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sol e Sombra


Ontem vi sombra, mas só porque hoje ainda existe Sol…

Sol que brilha e me seduz…

Todas as manhãs na janela luz erradia!

Fazes-me sorrir, inspirar fundo e ler esperança no Céu…

Porque é com esta esperança que o Sol fica mais perto de mim.

Na tentativa fracassei, na sombra me escondi…

Mas o Sol de novo me procurou… Seduziu-me e conquistou!

Teus raios ofuscantes e quentes penetram a minha retina, deixando de conseguir alcançar cores…

Apenas negro… e ausência de luz!

Cegas-me…

Está na hora na nos extinguirmos um ao outro…

E caindo lágrimas dos meus olhos no rosto do céu, existe uma penumbra em que se une um laço…

 E as cores?! Mais uma vez o desfecho cega-me!!

Não!!! Como tens tu este poder raio de Sol?

Olha-me tu uma última vez, e diz que não me cegas…

Apenas me incutirás cor, e reduzirás esta inflamada dor!

domingo, 3 de outubro de 2010

Anjo caído no Ringue

Não se lembra do momento, nem se deu conta que tal aconteceu… Mas os olhos de inocência cruzaram-se com a crueldade e sentiram o amargo prazer da injustiça.

Embateu contra momentos dolorosos e conheceu o amargo sabor da violência e injúrias!

Chegou quase ao limite, mas tolerou e tentou desviar-se de negras personalidades…

Tentou esquecer os espinhos cravarem-lhe o coração enquanto caminhava, perdeu-se de dor, e tentou esconder… Sentiu que era melhor não falar, mas também não fugiu… Enfrentou a realidade, embateu em algo... e caiu!

Aconteceu uma vez… e mais mil!

Acumulou toneladas de peso no peito… e transbordou por fim no olhar.

Sorriso já nem existia, mas teimava em não querer dizer: “Basta, não aguento mais!”

Um dia, talvez encontre isto de novo e não se deixe abater. Até então irá encorajar o corpo a combater sem razão!

Mesmo parecendo uma história sem fim, parece perdido no próprio destino e a cruz parece pesar toneladas.

Não sangra nem chora, luta sem conjecturar fúria…

Maus hábitos os quais não se interiorizam, nem nunca chegam fazer parte dele, mas adapta-se!

Um golpe, um estigma, um rasto, cicatrizes…

Caído, sem luz, tão longe do mundo dele…

Ondas que queimam, deixam marcas maiores que aquelas que se vêm nas mãos!

Olhos, lábios… Porque mudaram eles?

Soltam-se penas…

Voam pelo nada em glória de uma horripilante e inevitável transmutação…

…Um anjo caído no ringue…