quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Porta do Silêncio


Entrar em mim através do silêncio...
Perceber os meus actos quando não entendo a causa das minhas atitudes!
Deixar aninhadas no  corpo as minhas palavras, todas as que tenho, enroscadas nos meus lábios como se fossem um presente que possa abrir quando eu partir. Entregar as palavras num poema, embrulhadas em vazio, feitas de luz apenas. Irei lê-las no escuro da minha solidão, quando eu me for. Eu sei. E sentirei o vento de que falo todos os dias para quem não me entende, cheio de sal e de espuma das ondas que ...se desfazem no corpo gelado e frio dos rochedos, saberei ler as estrelas e navegar nos mares cujas rotas não esqueci ainda...

Só sei entrar em mim assim, pela porta do silêncio, tão pesada no meu peito, tão frágil e insegura na ponte que te encontra... Por isso, não digas nada. Estende-me o silêncio. E não finjas sequer que me viste entrar....

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