Fechou os olhos, ouvindo soar suavemente ao ouvido: “Confia em mim!”.
Com a suavidade do bater das asas de uma borboleta, transformou o fôlego num momento… Num momento de olhos fechados em que o negro da solidão ímpar, apura todos os outros sentidos, e o correr deleitoso do rio sob as pedras faz com que o sentimento seja igualmente apurado.
Um cheiro que faz lembrar “algo”, não se lembrando do quê, confiou: confiou em palavras vindouras que já foram pronunciadas, confiou na profundidade do momento, deixando-se arrastar pelo bater das asas da borboleta.
É mesmo isto: a quebra de nostalgia com um momento de metamorfose.
Pousou as mãos douradas como se de uma almofada se tratasse, e sem nunca abrir os olhos posicionou-se como um desprotegido feto entre ervas daninhas e pequenos bichos que se encontravam no seu mundo ameaçado!
“Confia em mim!”
Mas isso é pouco, num mundo tão grande. É muito para um momento tão completo.
Para confiar, seria necessário estar não só alerta, como deixar que essa voz ficasse acessível a todos os sonhos rematadores do peculiar momento…
Os sonhos só se podem realizar com mente aberta, sabendo qual a hora certa, e estar ciente de que estes se podem tornar em dinamites!
Fácil é sonhar, a questão delicada é conseguir fiar esses sonhos…
Confiar na voz: confiar no que se sonha, de olhos fechados, saboreando momentos de tranquilidade…
A que se necessita para alcançar… o cheiro a “algo”, a realização de tudo…
Porque chegará o dia em que se consegue identificar o cheiro e o tacto: algo palpável, sem visão. Um brilho no escuro… Tudo, ou apenas o suficiente. A recompensa por acreditar, e sobretudo confiar na voz dos sonhos.
Confia em mim!
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