Distância, foi desde pequena uma
palavra que me intimidou. Não pelo facto de me terem persuadido de que tal
palavra tinha um conteúdo negativo, mas também porque me conseguiram provar
isso mesmo, com demonstrações letais!
Para mim qualquer poema que
contivesse a palavra distância incluía uma rede de outras, como a saudade,
sofrimento, ausência, tristeza e angústia.
Distância era a incapacidade de
comunicar, de olhar, de abraçar, de emitir sensações entre dois seres que não
se podiam encontrar "aqui" e "agora"!
Telefonemas ou cartas , ou
de uma forma virtual… Até que ponto consigo eu suportar a distância?Habituada a viver e conhecer quem
amava através de contactos longínquos, deveria eu estar imune a todas estas
questões que ainda hoje me atormentam…
Perguntei ao meu grande mestre: “O
que é a distância?” – “Distância é um conceito, um conceito geográfico de
espaço que separa fisicamente as pessoas. Apenas isso!”
A minha mente martirizada pensou:
pensou que com a distância anula-se a possibilidade de tanta coisa que é
fundamental para eu sobreviver: ternura, abraço, o toque com carinho.
Até ao dia… o dia em que antes de
adormecer olhei para as estrelas tão distantes, e aquelas que iluminaram tantos
sonhos meus! Elas ensinaram-me então que a distância separa os corpos mas não
os corações. Não descura o sentimento quando este é real e verdadeiro.
Distância não alimenta o
desespero, apenas a vontade de um dia haver o afortunado reencontro, onde tudo
saberá melhor e a multiplicar.
Tudo se reforça com a distância:
aquilo que é fraco ou não era nosso, simplesmente desaparece: evapora! Aquilo que era forte, cresce e consolida o
sentimento…
Não há longe nem distância,
quando de facto se quer estar junto e amar!
…Quando os limites não limitam os
sentidos e os sentimentos, basta antes de adormecer dar a mão à distância e
sonhar juntos…
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