segunda-feira, 21 de maio de 2012

De Mãos Dadas à Distância

Distância, foi desde pequena uma palavra que me intimidou. Não pelo facto de me terem persuadido de que tal palavra tinha um conteúdo negativo, mas também porque me conseguiram provar isso mesmo, com demonstrações letais!
Para mim qualquer poema que contivesse a palavra distância incluía uma rede de outras, como a saudade, sofrimento, ausência, tristeza e angústia.
Distância era a incapacidade de comunicar, de olhar, de abraçar, de emitir sensações entre dois seres que não se podiam encontrar "aqui" e "agora"!
Telefonemas ou cartas , ou de uma forma virtual… Até que ponto consigo eu suportar a distância?Habituada a viver e conhecer quem amava através de contactos longínquos, deveria eu estar imune a todas estas questões que ainda hoje me atormentam…
Perguntei ao meu grande mestre: “O que é a distância?” – “Distância é um conceito, um conceito geográfico de espaço que separa fisicamente as pessoas. Apenas isso!”
A minha mente martirizada pensou: pensou que com a distância anula-se a possibilidade de tanta coisa que é fundamental para eu sobreviver: ternura, abraço, o toque com carinho.
Até ao dia… o dia em que antes de adormecer olhei para as estrelas tão distantes, e aquelas que iluminaram tantos sonhos meus! Elas ensinaram-me então que a distância separa os corpos mas não os corações. Não descura o sentimento quando este é real e verdadeiro.
Distância não alimenta o desespero, apenas a vontade de um dia haver o afortunado reencontro, onde tudo saberá melhor e a multiplicar.
Tudo se reforça com a distância: aquilo que é fraco ou não era nosso, simplesmente desaparece: evapora!  Aquilo que era forte, cresce e consolida o sentimento…
Não há longe nem distância, quando de facto se quer estar junto e amar!
…Quando os limites não limitam os sentidos e os sentimentos, basta antes de adormecer dar a mão à distância e sonhar juntos

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