quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Escrevo mais uma carta que tu nunca lerás!


Ainda se sentia o frio de Janeiro e estava eu a centímetros de ti!
O coração palpitava e o som das veias era induzido na minha mente, como se todo o cérebro fosse explodir com a ideia de que te poderia amar de verdade.
Afinal era mais que paixão! Seria obsessão por ter ouvido pela primeira vez a palavra não?
Rejeitaste inúmeras vezes a ideia de seres feliz ao lado de alguém que modificaria a própria humanidade se lhe fosse permitido.
Coragem, força e instinto de te aceitar não lhe faltava.
Já quantos adeus sem despedida houve antes desse dia?
E agora que sentia que finalmente tu lá estavas, fiquei com medos de amores adormecidos e dores não vencidas...
Apareces tu, sem saber porquê nem de onde, mas mais uma vez o destino me comprova que és tu...
Tenho sido ingrata por me condenar às correntes do passado, mas é apenas uma canção imortal e desesperado do meu presente castigo...
Quantas histórias felizes eu escrevo? Quantos finais eu proponho?
Sinto o meu coração abandonado de magia e utopia e assim desperdiço o amor... agora que já sei que é mesmo amor!
Conto o ódio de algo imperdoável e peço para me cuidares, quando nem sequer pondero cuidar de mim...
Desde o primeiro ponto da nossa história que considero não só o primeiro encontro, mas todos inumeráveis reencontros, que eu desejo coisas impossíveis! Será por isso que estou ser condenada?!
Transformo dos cristais frágeis da personalidade de cada um, a doce loucura de nos amarmos, e mesmo que ao longo do tempo insistamos em dizer adeus é um forte abraço que une as nossas lágrimas,  e os extremos de cada um de nós nos revertemos num só sofredor.
É dor, é perdão, é amor...
Podes estar apenas a meu lado no sofá, mas isso equivale  escalar a Lua!
Posso fugir como um flash da realidade, mas a geografia do teu corpo e alma pertencerão irreversivelmente à história  do meu sonho imortal!
O nosso hino de vida poderá ser diferente e até mesmo oposto, mas é certo que a Estrela e a Lua, podem nunca se encontrar, mas pertencerão ambas ao mesmo céu, quer elas queiram ou não... foi assim que a Natureza quis!
Escrevo-te cartas que tu nunca lerás, e com isso sinto-me uma verdadeira boneca de trapos!
Sou eu, no meu mundo perdido, tentar encontrar uma explicação para te dar...
Penso em ti, e sei que tens o direito e motivos para partir... Pode ser até uma forma de eu começar a não ter medo de mais nada, principalmente da perda daqueles que amo!
Será o meu Mundo louco sem medos, sem ti, sem a Lua, sem o teu Sol e sem a nossa Doce Loucura...
Loucura de nos amar-mos, mas de não nos compreendermos.
O sal das minhas lágrimas não foi em vão... veio da maré da revolta e dor que te quis fazer entender.
Mas nunca é tarde...
Mesmo quando se está prestes a dizer adeus!
Com saudade e com muitas coisas que te queria conseguir dizer, a única certeza que tenho é que quero um Mundo melhor... para mim e para ti, mesmo que não seja um mundo nosso!
Agora visto um vestido azul, solto asas e voo, e aqui fico à espera: de tudo ou nada! De ti ou de boas recordações...
Só porque te amo e sonho que um dia possas ouvir todas as coisas que tenho para te contar!

Não saibas que és Feliz!


"Nenhum Ser Feliz Pode Saber Que o é!"

Theodore Adorno

É Mentira!


Ainda existe verdade? Ainda podemos hoje cruzar-nos com pessoas verdadeiras? As pessoas verdadeiras não mentem? Porque se mente? Porque a verdade não tem piada!
Deliciamo-nos com o acto de mentir, uma vez que a verdade nua e crua é algo tão transparante e óbvio que não desperta sensações nem paixões. Isto sim, é a pura realidade!
Não existiria paixão, filosofia nem psicologia sem mentira. Mentira de nós mesmos não é um engano! Mentira dos nossos pensamentos e sentimentos é algo que apimenta os desafios diários de qualquer Homem...
Esta inconstância é considerada a servidão das nossas crenças... acreditar nas  próprias mentiras e convencer os outros de que é a mais pura das verdades não é manipulação psicológica e não se é menos verdadeiro ao fazê-lo!
Há quem se afeiçoe à falsidade, mas falsidade é diferente de usar a mentira.
Pensar e agir sem se basear nos outros e em seitas filosóficas é falsificar a verdade ou ser genuíno e verdadeiro?
Esta controvérsia entre o que é falso ou usar a mentira é uma margem que vai do viver, ou apenas existir...
É como confeccionar uma ementa e alguém nos pedir a recita: fornecemos o essencial, mas ocultamos o segredo...
Provavelmente o grande segredo das pessoas bem sucedidas na vida são as pequenas mentiras ocultadas.
A verdade é somente a luz que não atinge máscaras. E o que seria do Homem actual sem máscaras nem defesas?

 "A verdade pode, talvez, atingir o preço da pérola que mais brilha durante o dia, mas não alcança o preço do diamante ou do carbúnculo que tanto mais brilham quanto mais variadas forem as luzes!" ( Francis Bacon)

Apimentar personalidades e ideias com a mentira é o acréscimo do prazer!
Falsas valorizações, imaginação, ocultação, algo que soa a falso e desagradável...
É Mentira?!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Distância!


Quando se está junto e se ama pensa-se que: "Se um dia nos separarmos iremos ter saudade, mas o amor é suficientemente forte para ultrapassar a distância..."

Não acredito! Não suporto ausências e distâncias! Posso ser fraca, posso um dia ter-me tornado forte por estar longe dos que mais amava, mas não suporto... muito menos num momento da vida em que se tem tanto para dar e receber!

As pessoas quando se se separam, sentindo amor, amizade ou simples afinidade parecem sentir todas as forças e defesas para ultrapassar todas as barreiras físicas. É quando se tem a sensação de algo semelhante a perda, valorizando todos os momentos e sentimentos com essa pessoa...
Há uma explosão de emoção e contacto, onde se abraça com emotividade e conforto. As lágrimas caem pelo rosto e até se sente aquele arrepio de "Vais embora, e percebo agora que és mesmo muito importante para mim! Nós vamos ultrapassar isto!"
Sem despedidas mantém-se o contacto que vai diminuindo com o tempo. Aos poucos e poucos a emoção vai-se evaporando e o contacto com a outra pessoa vai-se tornando cada vez mais racional, cada vez menos emocional... cria-se apenas um hábito sem espontaneidade de sentir e tudo se transforma em emoção!
Um sinal, um contacto, uma carta, uma memória...
E aqueles que temos diante dos olhos são os que lá estão e pronto!!
Não é ser injusto, não é esquecer, não é substituir, não é deixar de gostar... é desgastar aquilo que os olhos não vêm!
É tudo transformado em passado, imagens e recordações...
Saudade...
Distância!
Algo que acaba sem adeus directo...
Pode ser apenas por uns tempos, e haver "um dia"... um reencontro...
Será que o abraço vai ser tão reconfortante como o de despedida? Mais? Menos?
Depende da distância que a partir desse momento criamos também entre nós mesmos!

Pouco...


"Sofremos muito com o pouco que nos falta
 e gozamos pouco o muito que temos."

William Shakespeare

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Natural para mim é escrever...


Completo carinhosamente a minha própria angústia quando transformo sentimentos em palavras. Das palavras escondo ainda algo mais obscuro em metáforas e prossigo de um rascunho para cores invisiveis aos que me leieem... e no fundo, quando releio o que escrevi já nem eu própria distingo a verdade da palavra que define o sentimento daquele momento!
Aligeiro este medo que tenho em passar da teoria à prática e as palavras que rabisco num papel branco, serão para sempre uma infusão nunca saída do meu laboratório.
Queria conseguir uma imaginação mais sofisticada, mas se não mudo actos, como poderei mudar sentimentos sem vivências?
Que falta de coragem a minha... Será que tenho uma fobia social não diagnosticada e vivo em indignação profunda?
Ás vezes nem eu sei o porquê de esconder entre linhas... ou de tentar enganar-me a mim mesma, falsificando esta máscara de alguém que sonha um dia escrever o diário da sua vida, para que muitos compreendam o porquê de me agarrar firmemente às correntes do meu passado e memórias. Nada seria sem elas, e o vazio apoderaria-se de mim. Ao invés a p+alavra conquistou-me e assim escrevo... escrevo para mim mesma!
Não me condenem por utilizar uma folha em branco como meu confessionário.
Não me critiquem por aproveitar a leitura de um livro para me tentar ver ao espelho. Pode não ser a minha imagem, mas é atrvés de grandes personagens que nós nos adaptamos neste mundo de representação!
Não escrevo por hábito nem por delírio. Posso inventar palavras entre as minhas loucuras, mas não minto no que elas conseguem mover entre os meus mundos.
É a ponte entre margens minhas, incompreendidas pelas ondas da maré que não consigo acompanhar.
São as palavras que me protegem dos meus medos e me dão coragem para lutar pelos sonhos mais profundos!
Não escrevo cartas por piedade, escrevo como forma de comunicação, quando não consigo chegar ás pessoas através de diálogo ou simples olhares e gestos.
Não me desfiguro! A personagem que sou quando acordo, com ou sem bipolariadade entre a manhã e a noite é a figura que escreve, aqui ou acolá... o que interessa não são as palvras soltas, são a união e força das frases que fortificam o sangue das minhas veias e reanimam o meu coração, espírito e alma.
Sei que as palavras que passo para esta folha não correspondem totalmente ás minhas evidências, mas apenas posso garantir que tudo pode ser louco, mas nada é falso!
Amo a palavra, uso a escrita, e tudo isto desperta o meu silêncio e solidão!
Para mim escrever é a fortuna herdada que cega a realidade para a tornar mais fácil de ser vivida, recordade e até mesmo esquecida.
É a minha natureza precavida...

Ciúme

 
"O ciúme é um latido que atrai os ladrões."
 
Karl Kraus

Em tons de Cinza


O fogo da paixão é tão bom de sentir... mas queima!
Todos queremos amar e ser amados... mas o amor enlouquece!
O desejo faz-nos voar... mas o desejo trai!!

Talvez todos estes sentimentos fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o tudo e o  nada... mas não são!
Se a virtude estivesse em sentir o meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris seria pintado em tons de cinza...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meu Mundo


Posso não conseguir mudar o Mundo, mas consigo mudar o meu Céu...

Ainda...


Ainda te consigo ver como só um espelho consegue reflectir!
Ainda te consigo cheirar sem te tocar...
Ainda te consigo sentir!
Ainda consigo prever os teus gestos.
Ainda consigo prever os teus olhares...
Ainda sou eu...
E tu ainda continuas ser tu.
Já não existe "nós" no presente
Mas ainda há esperança de um dia existir "nós" no futuro...
Ainda consigo ter esperanças
E também sei que tu ainda tens esperanças...
Tudo porque ainda nos amamos
Como ninguém se ama nos dias de hoje
E na nossa realidade!
Só nossa...
Ainda não me ouves
Mas ainda me vais ouvir...

Abandono de si mesma!


Chora sozinha no canto do seu quarto.
Quarto com sombras e teias.
Quarto com pó e vozes de memórias!
Insiste em prender-se nelas,
Como uma presa do passado!!
Perde agora a vida
Quando podia ter um amável presente...
Costumava sentir, sorrir e tudo amar...
Agora?
Agora o rumo é para lado nenhum!
Sente-se atacada
Não se consegue desprender
Dessas cordas que ela própria criou
Dessas amarras que a impedem de avançar!
Implora e suplica
Pede libertação
Mas não se consegue libertar
Nada faz por se libertar...
Cai de joelhos
E lágrimas transforma-se em sangue
Sangue nas secas veias
E ninguém sabe a cor da sua sombra...
Sombra do seu destino
Que ela própria ditou
Cada vez mais miserável
A cada dia, a cada ano que passa...
Mais um dia que não começou
Mais uma oportunidade que acabou!
Lá no fundo o que há para esconder?
Lá no alto, o que há´para descobrir?
Nervosa, amedontrada, assustada e fraca!!
Ou se auto observa atentamente, ou morre aos poucos...
Aquele canto do quarto
Cada vez mais escuro
Onde não consegue abrir os olhos
Nem encarar um novo destino!
Talvez ela tenha razão para ficar assim...
...Porque um dia acordou e viu luz
Mas alguém lhe apagou a luz!
Todos desapareceram
E ela correu apenas com a sua sombra!
Caiu no chão...
E finalmente
Um dia...
Se libertou!!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Por Quê tanta Futilidade?!


Tantas belezas exóticas, atraentes, frias e vulgares passeiam nas ruas que cruzam o meu dia-a-dia!
Somente em busca de prazer e egocentrismo...
É isto que se compra no mercado de hoje!

O romantismo foi bloqueado e gozado em troca de fúteis prazeres do corpo.
Facilidades perante grandes dificuldades é que provoca a crise...
Crise de valores...

O que será do futuro desta geração fútil?
O que será dos jovens quando mais tarde acordarem sozinhos e sem qualquer apoio de valores?
Valores que nunca os acompanharam!
De quem é a culpa? Deles, de quem os educou ou da sociedade?!

Tenho saudades de ver um mundo no auge de valores..
Meros seres dominados por uma cama vazia que se vai preenchendo quando lá calha.
Seres sem construção nenhuma!
Seres sem alicerces nem cimento...
Sem estabilidade de uma vida!
Alguém que acompanha ao lado
Que admira valores, ama e batalhou...
Batalhou de forma próspera, para chegar ao dia de hoje... e ver "isto"!

Mas cá continua... com a esperança de que haja uma salvação do Mundo.
Uma salvação de nós mesmos e de todo o Ser Humano...
E cá estará...
Para ver de novo os valores brilhar...

Acabem com esta futilidade que nos mata como humanos!

sábado, 17 de setembro de 2011

Arte


"Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado.
E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam.
De aí a sua perfeita execução da obra de arte."

Fernando Pessoa

Amo-te sem Cor!


"Amo-te" tornou-se desde há algum tempo uma palavra  falsa e irreal!

"Amo-te" escreve-se nas mesas da escola primária quando ainda quase nem se sabe o que o amor é.
"Amo-te"é escrito nas árvores ou "graffitada" nas paredes.
"Amo-te" diz-se a alguém que conhecemos virtualmente!
"Amo-te" pronuncia-se sem ser sentido.
"Amo-te" sente-se sem nos apercebermos.

"Amo-te" é real mas está tornar-se muito banal...

É paixão confundida com amor.
Amar este ou aquele sem diferença;
Amor... em qualquer cor!
"Eu sou bom e tenho capacidade de te amar!"

Não se ama quando se quer...
Não se escolhe quem se ama!

"És de mais" é transformado em seguida num "amo-te!"
E a magia do verdadeiro amor perder forma e brilho...

Eu quero saber num gesto de amor, se me amas ou se apenas dizes que me amas...

É este um pecado real e diário da sociedade actual.

Ontem conheci-te, hoje amo-te e amanhã esqueço-te?

É um AMO-TE sem Cor...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fanatismo


"Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!
...
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...» "

Florbela Espanca

Estrela Apagada


Ergui a cabeça, mexi as pernas e segui a minha estrela...
Para no final preceber que não era uma estrela de verdade!
Era apenas uma estrela desenhada por mim...
Uma estrela em papel e pintada com lápis de cera!
Que derreteu e queimou quando lhe toquei...
Não há estrela neste céu!
E agora?!

Agora é recomeçar...
Tudo de novo...
Agora em busca do Sol!
Erguer ainda mais a cabeça, mexer muito mais as pernas e seguir o meu Sol...
Sol que me ofusca a visão...
Mas que não me cega!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Frio Reencontro


Quando os nossos olhos se cruzaram fiquei com frio, nessa noite.
Frio de saudade, frio de arrependimento de te ter perdido um dia...
Fico com medo do escuro e quero inconscientemente o teu aconchego!
Escondo-me atrás de um novo fraco muro, e não sei ao certo o que sou e o que tenho...
No meio de um nada, vivo um incerto num lugar anónimo!
Avanço, recuo e alguém me dá um palpite...
E é o teu olhar que me abre o apetite de te ter.
Sei que não devia ficar parada na margem da estrada à espera do incerto, mas os carros nem sempre estão no sítio certo para nos levarem!
Tens mais que desculpas para nem sequer te aproximares de mim. Tens frases batidas para arranjar ódios por mim...
Improvisaste-me um sonho nessa noite gelada!
E aguardo o pesadelo de alguém um dia te encontrar antes de mim...
Quero deixar a luz entrar, e não ficar parada na estrada... quero pedir boleia de novo ao teu coração!
Quero aquecer essa noite fria de emoção...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dom Provisório


"Ao fim e ao cabo,
a vida é irremediavelmente
 um dom provisório".

(Miguel Torga) Diário XV

Menos um Bocadinho de Mim


Entrar no meu cantinho e perceber que alguém que não foi convidado invadiu o meu espaço. Que remexeu as minhas coisas, tocou no meu chão, viu as minhas fotografias e levou muitas das minhas memórias desde que nasci é inaceitável!!
A imagem daquela porta arrombada, das coisas espalhadas, gavetas abertas. A imagem das lágrimas do meu pai, da minha mãe, da angústia da Daniela, da noite sem sono, dos medos constantes que me atormentam desde então.
Angústia e revolta...
Espero justiça, mesmo não tendo muitas esperanças que esta venha existir...
Sinto-me vazia...
Apenas invadida por sentimentos ruins!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tua delicada flor!



Delicada flor a tua, que esconde o cheiro de quem a colheu e os espinhos de quem a regou.
Visitado por prazer, não te lembras de o fazer.
Não te revoltes pelo que foste, mas não te escondas do que te fez ser o que és agora!
Abre horizontes ao teu jardim, e não te deixes murchar.
Não peques por essa sede que te pode destruir.
Não agridas os que te querem cheirar com os espinhos dos enganos que tu colheste.
Lágrimas que não quiseram brotar...
Mas és tu, flor sem cheiro ou cor.
Espinho de prazer, pecado vencido?!
Brota uma nova flor, nesse canteiro de pedra!

Quero ser alguém


Quero deixar de ser "mais alguém";
Quero deixar de ser algo;
Quero deixar de ser nada!
Quero quebrar barreiras
Quero ultrapassar limites
Quero tocar nas estrelas...
Quero ser a  minha própria musa
Quero-me inspirar na minha própria vida.
Quero suavizar o passado
Quero colorir o presente
Quero fazer um rascunho do futuro.
Quero unir as letras em sílabas
Quero construir frases de amor
Quero construir textos de felicidade!
Quero abrir mão das dúvidas
Quero segurar bem firme nos sonhos
Quero gritar pelas certezas
Quero lutar por mim e pelos que amo.
Quero transformar-me em energia e força

Não quero fracassar...

Quero ser Alguém

... para além de "mim", "aqui" e "agora!

Não quero mais
Não quero melhor!

Quero ser mais
Quero ser melhor...

Quero ser eu
Quero ser alguém...

Cor e Asas


Sobrevoa o espaço de antigos segredos.
 Sem cor, sem sabor, existe como ser imutável e não se atreve a viver.
Não consegue derrotar a força do vento, mas também não se atreve a abrir as asas e voar!

Os sonhos são asas, o desejo de amar a força, o infinito o céu, a realidade o destino...
Para que tem medo aquela larva de voar?

Abre as asas e deixa para trás esse medo de viver...
Pinta-as de cor...
Imagina os sonhos e o seu sabor...
Tu podes e consegues!
Com fé, teus braços e mente,
 Com as tuas pernas anda, pára e sente!
As tuas mãos estão soltas, e prontas para abraçar...
Transforma e luta...
Queres aprender a voar?!

Agora és borboleta...
Tens um vasto e fértil jardim
Cria agora raízes em "mim"!
É o teu novo "eu" com cor e asas...

Em nós... em mim, em ti ou nele... todos os dias se deveria fazer uma metamorfose do espírito triste e abandonado:
... A larva em borboleta!

É o meu Silêncio...


Em palavras quietas e quase sempre incertas, fico parada no meu próprio pensamento quando nada me surge na mente. É como parar de viver no Tempo e não saber o que fazer.... Não há motivos para desanimar, mas o louco impulso do cérebro mói este pensamento e destrói o pouco que há entre o oco deste som vazio da alma.
É como sentir-me nua e auto triturar-me pouco a pouco sem sequer me aperceber que tal está acontecer.
Meus labirintos secretos...
Mistérios mantidos no olhar.
Vejo-me ao espelho e nem sei o que de mim mesma posso esperar.
Estou morta...
Estou parada...
Estou invadida por este estranho vazio.
Estou aqui: apenas eu em algo incerto!
Apenas eu, numa música sem som.
É este o meu silêncio!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O outro lado...




"Façamos da interrupção um caminho novo.

Da queda um passo de dança,

do medo uma escada,

do sonho uma ponte,

 da procura um encontro!"

Fernando Sabino


Borboleta que há em mim!




"Gosto da noite imensa,
 triste,preta,
como esta estranha borboleta
Que eu sinto sempre
 a voltejar em mim!..."

Florbela Espanca

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Loucura invisível!


O que é a paixão para mim?
Futuro, ilusão do presente ou recordações presas a um passado?!
Estou aqui: entalada entre duas paredes, entre a mente e o coração sem arranjar qualquer solução.
Tento viver um dia de cada vez, mas é inevitável não pensar no amanhã.
Faço projectos e construo sonhos.
Mas continuo aqui: entre a mente e o coração, sem encontrar resolução ao meu problema!
O coração mantém o meu corpo, mas o cérebro comanda a minha Vida...
Sinto-me presa num acto invisível. Penetram-se dúvidas, emoções e consciência na película fina da minha pele, que transpira de paixão e se arrepia mutuamente de medo!
Era tudo mais fácil se conseguisse ver para além do invisível. Olhar-me ao espelho e conseguir ver mais além de mim mesma. As expressões de preocupação e dúvida que definem rugas de expressão e que carregam as linhas da sina da minha mão.
Preciso de uma manhã com espaço para os meus desejos e uma noite para poder mergulhar à luz da Lua, nas minhas fantasias.
Acreditar que tudo é possível, até mesmo construir uma parede entre o coração e a mente, conjugando as duas!
Quero fechar os olhos, e sentir que se vai realizar.
Sentir que nada é sonho, tudo realidade, basta acreditar...
Não posso viver nesta inquietude eterna!
Minha mente é um deserto louco.
Meu coração?
Uma cortina vermelha de um palco com espinhos, aroma a rosa que me impede de ver a representação da própria mente!