Completo carinhosamente a minha própria angústia quando transformo sentimentos em palavras. Das palavras escondo ainda algo mais obscuro em metáforas e prossigo de um rascunho para cores invisiveis aos que me leieem... e no fundo, quando releio o que escrevi já nem eu própria distingo a verdade da palavra que define o sentimento daquele momento!
Aligeiro este medo que tenho em passar da teoria à prática e as palavras que rabisco num papel branco, serão para sempre uma infusão nunca saída do meu laboratório.
Queria conseguir uma imaginação mais sofisticada, mas se não mudo actos, como poderei mudar sentimentos sem vivências?
Que falta de coragem a minha... Será que tenho uma fobia social não diagnosticada e vivo em indignação profunda?
Ás vezes nem eu sei o porquê de esconder entre linhas... ou de tentar enganar-me a mim mesma, falsificando esta máscara de alguém que sonha um dia escrever o diário da sua vida, para que muitos compreendam o porquê de me agarrar firmemente às correntes do meu passado e memórias. Nada seria sem elas, e o vazio apoderaria-se de mim. Ao invés a p+alavra conquistou-me e assim escrevo... escrevo para mim mesma!
Não me condenem por utilizar uma folha em branco como meu confessionário.
Não me critiquem por aproveitar a leitura de um livro para me tentar ver ao espelho. Pode não ser a minha imagem, mas é atrvés de grandes personagens que nós nos adaptamos neste mundo de representação!
Não escrevo por hábito nem por delírio. Posso inventar palavras entre as minhas loucuras, mas não minto no que elas conseguem mover entre os meus mundos.
É a ponte entre margens minhas, incompreendidas pelas ondas da maré que não consigo acompanhar.
São as palavras que me protegem dos meus medos e me dão coragem para lutar pelos sonhos mais profundos!
Não escrevo cartas por piedade, escrevo como forma de comunicação, quando não consigo chegar ás pessoas através de diálogo ou simples olhares e gestos.
Não me desfiguro! A personagem que sou quando acordo, com ou sem bipolariadade entre a manhã e a noite é a figura que escreve, aqui ou acolá... o que interessa não são as palvras soltas, são a união e força das frases que fortificam o sangue das minhas veias e reanimam o meu coração, espírito e alma.
Sei que as palavras que passo para esta folha não correspondem totalmente ás minhas evidências, mas apenas posso garantir que tudo pode ser louco, mas nada é falso!
Amo a palavra, uso a escrita, e tudo isto desperta o meu silêncio e solidão!
Para mim escrever é a fortuna herdada que cega a realidade para a tornar mais fácil de ser vivida, recordade e até mesmo esquecida.
É a minha natureza precavida...
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
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