O sino da nossa sina toca lá bem do alto dos céus, e uma estrela cai…
Não quero engolir este veneno que não sei de onde vem. Não quero aceitar este fim!
Porque segues tu em frente, e eu fico aqui parada?!
Dias sem dormir por te amar, dias sem amar, por não sonhar. Porque aceitas esta badalada? Porque te condenas tu ao que é dos outros e não meu, passando a algo “nosso”?
Deixa de ser besuntado de cobiça, deixa de ser procriado pelo que nunca terás! Todo esse veneno foi completado no meu sangue, e destruiu-me aos poucos, perdendo a vontade de te ter.
Construíste um guarda-chuva que tapou o Sol, e agora só me resta nadar contra a corrente deste mar branco.
Não quis engolir este remédio amargo, mas se não há luz, para quê tentar abrir os olhos? Tudo em nosso redor é negro, e mesmo não havendo nada errado, tudo dá errado. Não, não és um erro, mas se não houvesse tempo, não encontraria nenhuma razão ou rima, para este poema nosso, que se conclui em branco, sem princípio nem fim!
E se tu decidires? Eu aceito. E se eu aceito? Tu não decides…
É um vaivém de felicidade e indiferença. É como se nos colocássemos ambos entre uma mesa de “ping-pong”, frente a frente, com regras que nem nossas são, limitando-nos ao que o jogo comanda e despacha, e nós, como meros jogadores, obedecemos, esquecendo-nos do que é importante para alimentar o nosso coração.
Basta de fugires desta maratona e quebrares a barreira da meta, como atleta que és.
Perfeccionista sem me oferecer perfeição? Mencionarás tu o meu nome nos teus sonhos? O que sou eu para ti afinal?!
Horas vazias e vagas, ocupaste todo o meu espaço. Já eu, sou um remendo para o pouco pano que constróis entre os dois.
Porque não me queres a teu lado? Porque me escondes entre paredes ocas que conhecem o meu sofrimento de quando estou só?! Porque nunca me quiseste para a tua vida se eu por ti fui capaz de oferecer pedaços de vida?
Mas deste pecado se constrói uma história, a nossa baralhada história…
E entre jogos a três Dimensões, fiquei para segundo plano, nunca chegando a entender qual a minha posição… na lista dos teus fins?
Se começaste errado, eu fiz disso uma prosa ou canção, tentando em actos menores, demonstrar o meu perdão. Chegava agora a altura de tu teres vontade de concertar o inicio desacertado… equívoco mal pensado? Ou mais um buraco mal remendado?
Capítulos sobrepostos uns aos outros, o meu final era escrito sempre da mesma forma, mas tu, como personagem principal, desaparecias sem mapa nem destino, e o meu ponto de encontro era sempre a encruzilhada do nosso olhar, e o desejo de te tocar.
O que te faz sentir que eu te pertenço sempre que tu queres, quando tu, agora que preciso de ti, foges aos pulos, voando sem olhar para trás?
E se eu agora decidir que não te quero mais a meu lado? Exausta e sem fôlego para mais correr, a baixa bateria de adrenalina é ainda mais rebaixada quando tu me empurras para o penhasco, deixando de novo o nosso mundo nas minhas mãos!
Vamos respirar e pular para a próxima etapa? Mais uma… igual?
Mesmo assim… “vamos tentar”, sorrindo com desejo não olhamos ao que não está certo… e o nosso perfume torna-se num só, quando o aroma de “nós” nunca foi servo.
Cada passo que tu dás, pode ser o meu maior erro, mas eu insisto em abandonar tudo e ocasiões por ceder apenas, ou não querer já o nosso vaso quebrar.
As flores estão murchas, quase secas, e a água está cada vez mais contaminada pelos espinhos das rosas que nunca foram pintadas de vermelho… o risco é meu, porque tu, mantêns-te nas tuas águas estagnadas, deixando correr os teus rios dos lados, sem que alguns deles se cruze com os meus.
Os meus têm apenas água salgada de lágrimas derramadas…
Mas chegou a hora de respirar, e de em novas águas mergulhar!
Sei que a minha escuridão, se tornará um dia em luz… Tal como sei, que tu não estás para ser o farol do meu barco perdido…
Sem um sinal…
Horas vazias.
Vou mergulhar! Agora, sem medo de ficar sem ar…