quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Silhueta


Tenho um mundo cheio de cor,

Mas insisto em viver no mundo ao lado,

Que apesar de sobrecarregar as imagens com cor,

Repito constantemente carregar os contornos com este lápis negro.

Um lápis que entre folhas brancas corre sem cessar

E acaba por cansar destes rabiscos que nunca passaram de rascunhos.

Rascunhos de uma vida numa folha em branco.

A ponta quando esgotada é afiada, reduzindo as arestas de novas imagens.

Mas que imagens são essas?!

A conquista de uma imagem não se faz consoante a cor que já nos é por ela apresentada.

A cor com que vemos as coisas e os outros.

A questão é saber se os outros estão dispostos

A ser conquistados por nós, transmitindo-nos a verdadeira cor!



Hoje é o dia, o dia de uma grande introspecção!

Vou pegar numa folha em branco.

Vou desenhar uma silhueta.

Simples silhueta em contorno de um cansado e velho lápis.

Mas uma nova silhueta da minha vida!

Não importa a figura.

Baixa ou alta.

Magra ou gorda.

Recorto agora os cabelos longos que lhe pintei de negro.

Com cuidado para não errar,

Quero agora uma estrutura!

Forte?!

Uma estrutura leve e frágil…

Preciso de muito cuidado.

Baseando-me na simplicidade.

Guiando-me apenas pela instantânea imaginação.

O meu objectivo é pô-lo a caminhar.

Coloco agora bem dentro

Um vermelho coração.

E ponho-o na Vida a caminhar…

Qual o seu destino?

Qual a sua cor?

O Sol bate nas roupas e obrigada os olhos semi-serrarem-se.

Pego agora na sua beleza simples e rara.

E a leve silhueta transforma-se de fino arame em ferro.

Pensa em si mesmo

E não tem um mundo ainda.

Apenas uma folha de papel

Branca e vazia

Com o Sol irradiar!

Mas já se alimenta…

Alimenta-se de sonhos

E o futuro está já dourado

Somente dirige o seu corpo

Por caminhos coloridos

O meu boneco de papel?

Uma silhueta caminhante

Em busca de Sol e Sonhos

Os meus sonhos estão nos braços dele

Não importa quão escuro seja o carvão desse lápis

Que contorna os céus

E apaga a luz do Sol

Nada assusta as minhas asas brancas

Que agora me fazem voar

Pode escolher perder-se

Ou até balançar

Pode mudar de nome

Ou de contornos de silhueta mudar

Minha silhueta de papel…

Onde escondes tu essas cores

Que a falta de Sol não te permite

Por ti só brilhar?!

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