Que é isto de viver às prestações?
Algo que nasce hoje, e morre amanhã.
Algo que está começar, e nunca sei quando irá acabar.
Não sei sequer se acaba ou recomeça.
Como se um gato preto miasse
E de seguida todo o sentimento transformasse.
Hoje amo-te
Amanhã não te conheço.
Hoje são estrelas
Amanhã nuvens negras.
Para que me deixas de ver
Se nunca te deste ao trabalho de me dares a conhecer?!
Quem eu sou tu não sabes
Mas exiges que fale de ti
Como se eu soubesse
Deste nosso diário parvo
Sem qualquer tese!
Vives tu pela metade?
Tudo ou apenas eu?!
Depois de tanto tempo que se passou
Prestações de Felicidade continuam
E nós permitimos tudo isto.
Desrespeitando a minha filosofia de vida!
Parece-me mentira
Não me acomodo,
Mas acostumo-me…
E lembro-me de ti, como se o primeiro beijo tivesse sido ontem
E hoje será então o último…
A vida deve continuar
E a minha tem mesmo de mudar!
Sem ti não será a mesma coisa
Contigo será apenas pela metade…
Viver pela metade?
Sentir pela metade?
Serás já tu a minha metade?!
Tudo vai passando
Mas há saídas que não se encontram sem ti.
E aqui continuei eu
Esperando por ti
Para te sentir bater no meu peito
No mesmo lugar
Numa louca solidão
De amantes distantes
Nesta estúpida sensação
Já passamos horas a falar
Passamos meses sem nos olhar
Não é nada de mais
Mas viver-te pela metade
É como respirar só com um pulmão
E não…
Não suporto nem mais um dia.
Viver pela metade
Sentir pela metade
Amando-te como se tivesse a certeza
Que a outra metade
Nunca chegará!
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