quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sentir pela Metade?!


Que é isto de viver às prestações?

Algo que nasce hoje, e morre amanhã.

Algo que está começar, e nunca sei quando irá acabar.

Não sei sequer se acaba ou recomeça.

Como se um gato preto miasse

E de seguida todo o sentimento transformasse.

Hoje amo-te

Amanhã não te conheço.

Hoje são estrelas

Amanhã nuvens negras.

Para que me deixas de ver

Se nunca te deste ao trabalho de me dares a conhecer?!

Quem eu sou tu não sabes

Mas exiges que fale de ti

Como se eu soubesse

Deste nosso diário parvo

Sem qualquer tese!

Vives tu pela metade?

Tudo ou apenas eu?!

Depois de tanto tempo que se passou

Prestações de Felicidade continuam

E nós permitimos tudo isto.

Desrespeitando a minha filosofia de vida!

Parece-me mentira

Não me acomodo,

Mas acostumo-me…

E lembro-me de ti, como se o primeiro beijo tivesse sido ontem

E hoje será então o último…

A vida deve continuar

E a minha tem mesmo de mudar!

Sem ti não será a mesma coisa

Contigo será apenas pela metade…

Viver pela metade?

Sentir pela metade?

Serás já tu a minha metade?!

Tudo vai passando

Mas há saídas que não se encontram sem ti.

E aqui continuei eu

Esperando por ti

Para te sentir bater no meu peito

No mesmo lugar

Numa louca solidão

De amantes distantes

Nesta estúpida sensação

Já passamos horas a falar

Passamos meses sem nos olhar

Não é nada de mais

Mas viver-te pela metade

É como respirar só com um pulmão

E não…

Não suporto nem mais um dia.

Viver pela metade

Sentir pela metade

Amando-te como se tivesse a certeza

Que a outra metade

Nunca chegará!

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