Nasci assim: limpa e pura, sem saber qual a forma certa de conhecer alguém.
Quis aprender, e em histórias de heróis e vilões que se escondiam por de trás de máscaras… Por trás dessa máscara há mais do que carne e sangue; por trás desta máscara há uma idéia, e as idéias são à prova de bala!
Todos nós temos essas ideias, ou ideiais que nos acompanham de mão dada. Á prova de tudo, mas não de todos.
A vida pode ser cruel ou boa, e nem sequer nos conseguir mover. Mas “Os outros” sim!.
A pessoa com quem cruzamos o olhar uma só vez, a pessoa com que nos sentamos no banco do comboio, a pessoa com que partilhamos meras palavras, um encontrão na multidão. Aquela que se deitou ao nosso lado numa outra cama de hospital. A que lia no banco do jardim o mesmo livro que estava na nossa mesinha de cabeceira. Trocas, encontros… A sensação de olhar apenas pela primeira vez e perceber que já conhecemos “um desconhecido”!
Amamos pais, mães e família por sangue: inevitável ou condicional!
Mas muda-se por amar um estranho?
Por conhecer um desconhecido?
Por partilhar com quem nem o nosso nome desvendamos?
Identidades do acaso…
São "os outros" que nos movem e não o "A Vida" ou o "Mundo"!
Perdi a fé quando percebi que neste mundo não confiava em ninguém!
Mas só interiorizei que Deus para mim não existia, somente quando conheci o Diabo!
Não existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício…
Confio em todas as pessoas, pois por muito más que sejam, existe sempre o lado bom que eu insisto em vislumbrar a longo alcance. Só não confio no demónio que existe dentro delas, E esse, em tempos de crises de identidade ou fragilidade, é constante habitante da alma oca de cada um de nós.
Há arrependimentos, mas é nessas alturas que se tudo se perde!
Ás vezes só é preciso ter fé e saber confiar até prova do contrário… mas a ignorância e a ingenuidade é por vezes uma bênção!
Um grande poder traz grandes responsabilidades, e eu confiar em alguém dá-me o poder de conhecer alguém, e isso seria inédito, antes de me conhecer a mim mesma!
“Eu sou eu!” “Eu sou teu pai!” “Eu sou tua mãe!” “Eu sou tua amiga!”
Mas até que ponto se define algo não generalizável perante alguém que não sabe quem é!
No meu Mundo sempre houve fantasia: uma cascata de chocolate, as árvores de algodão doce… tudo era comestível e doce: até as pessoas… e se isso não fosse incrivelmente violento e canibal para deteriorar o meu mundo de fantasia... mas até hoje consigo considerar as pessoas doces!
E assim continua uma linda história e deixará de ser o lado negro da utopia.
Já vi pessoas que amava mortas. Então para que deixo eu de falar para pessoas que ainda aqui estão e amo?
Isto não é o meu pior pesadelo…
Será que um dia alguém me pode dar um último primeiro beijo?
Peço para sair desta história. Mas quanto mais fujo, mais me envolvo…
Alguém me segure e me faça confiar e acreditar “nos outros”!
Eu só me ajoelho perante a Verdade, e eu não a estou conseguir ver aqui!!
E quando se tem a certeza de um fim, começamos pensar num início... Não sei... Nada sei... Só sei que hoje foi lindo assim! Porque há coisas e pessoas que ecoarão na eternidade, mesmo parecendo que não fazem já parte de nós!