Ela que, depois de tantos sonhos perdidos, as cores da vida
ficaram sem título, quando antes lhe chamava de arco-íris!
Parece que toda a junção se tornou uma tela preta, com muito
por decifrar...
Contra os ciclos das órbitas da Terra, acreditou que o amor
ainda poderia existir dentro dela, tomando a decisão de fazer um apelo aos céus
para que lhes desse um sinal… Levando-a à entrada do sótão da loucura!
Assim, deixou de admirar todos, perdendo a admiração por ela
mesma.
Assassinou tudo o que havia de belo nela, e no imperturbável
silêncio da noite, sentiu a cara arder do sal que corroía a pele convencendo-se
de que o “para sempre” não existia na terra dos homens.
Escorregou em espiral, e as páginas do diário estavam amarrotadas
de tanto sal cair sobre elas.
Porque o Sol não brilha em todas as tardes de Verão, e o
pior inimigo dela era o cinza do Inverno.
Havia um desencaixe entre o coração e a mente, entre o que
ela sentia e o corpo: Eram duas pessoas num corpo só.
E… silenciosamente ouvindo a chuva a escorrer pela janela do
sótão, ouviu um som de ferrugem baloiçando… encontrando bem lá no fundo do baú
das memórias um baloiço abandonado por uma criança farta da solidão de quando
brincava sozinha… A mesma criança que rebolava na erva verde e fresca,
preenchendo os pensamentos da ignorância e inocência da pequena mente – “Prometo
que quando for grande vou ser feliz!”.
Pequenas preciosidades, que nos fazem sorrir e sobretudo
continuar… continuar achar que esse dia um dia vai chegar…
... Talvez ainda não seja suficientemente grande, para ser
suficientemente feliz!
PatríciAntão
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