Longe de tudo e todos, longe do meu cheiro, do meu sol, do meu silêncio e dos meus sons, tentei olhar para o céu... O céu não era o mesmo que procurava, e os meus olhos transformaram-se então em poças cinzas, de tal forma frias que nem tinham a capacidade de produzir água, não por falta de chuva vinda dos céus, mas porque o sal que se formava antes era vindouro de outros mares!
Sem conseguir encontrar céu nem palavras, percebi que a única coisa que me inspirava seria então a frieza, solidão e desilusão.
Nem sequer me tinha apercebido que o meu céu tinha mudado, quanto mais o brilho dos meus olhos!
Podia ter entrado em esquecimento, mas voltei mirar esse céu vazio que tanto me perturbava...
"Quem és tu?" - Perguntava eu! Para quem? Dizia eu que seria dirigido ao céu, mas tão duro que era que a minha voz me ecoava nos ouvidos e invadia diretamente a minha alma! Alma imóvel, escura e fria, cinza como o céu...
Onde chegaste tu, pequena caçadora de estrelas...
Consegui um dia, muito após a primeira admiração deste céu, visualizar uma luz vaga que me inspirou.
Pequei numa tinta transparente, e pintei uma estrela cadente.
...
Pedi um desejo...
De um dia acordar e este céu estar brilhante...
Radiante como as estrelas que um dia cacei... Quando minha sombra era ainda pequena!
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