Carta ao Pai Natal

No meio da poeira de uma vida, encontro uma caixa que nela tem uma carta de caligrafia infantil.

Dezembro 1995

"Hoje a minha mãe pediu-me para escrever a carta ao Pai Natal e deixar em cima da chaminé naquela meinha vermelha.

Eu sempre soube que não existias e que todos aqueles presentes que me deixam depois da meia noite é o meu pai que manda.

Gostava tanto que ele viesse em vez de me mandar os presentes.

Fico tão triste quando só vejo os presentes dele e a ele não o posso abraçar.

Hoje fui a Miranda e vi aquela estradinha com muitas curvas, por onde ele costuma ir embora,mandei beijinhos... olhei para a minha mãe e ela estava quase a chorar.

Pai Natal, se tu existisses trazias uma grande caixa de união e amor. Queria tanto poder passar este Natal com a minha família toda.

O ano passado passei com o meu pai, mas estava tão longe de toda a família. Este ano passo em Portugal, mas falta o meu pai.

Nunca nada é perfeito. Falta sempre alguma coisa, e é isso que te quero pedir este ano...

Sim, não existes, mas queria que houvesse uma magia que pelo menos na altura do natal fizesse todas as crianças felizes ao lado de toda a familia.

Não quero aqueles presentes caros e aqueles bombon s deliciosos.

Quero os pais, avos, tios e primos todos juntos. Quero ser feliz pelo menos no natal, que no próximo ano eu ria em vez de chorar.

Quero poder ser feliz no natal como todas as crianças.

Já agora, se poderes traz um sorriso a todas as crianças pobres que sonham ter uma boneca!

Beijinhos Pai Natal que nao existe.

A Patricia Susana"