Não, não escrevo aos olhos de ninguém.
Há quem me julgue pelas muitas palavras e poucos atos. Mas é
por este meio que vivo, que me protejo, que me condeno, que me expresso,
que busco o mundo e me encontro a mim mesma.
Não iludo se não tenho intensão de sonhar, não escrevo se
não for de coração.
Se não tiver alma não produzo palavras, como poderei
reproduzir atos?
Não escrevo lindas palavras de amor ou duras palavras de dor
só para legendar o meu filme de vítima ou vencedora.
Nunca gritei a ninguém: “Amo-te”, numa única palavra de
poema desfragmentado.
O meu silêncio entre palavras só demonstra o quanto eu me
engano.
Não quero mil beijos. Quero apenas um pouco de paz neste meu
mundo, ardendo de prazer pelas palavras, deslizando a sensação em todas as
minhas estreladas madrugadas!
Nunca consegui ver um luar sem recitar poema. Nunca consegui
amar sem antes ler o olhar.
Não me condenem…
Porque não tenho medo!
Posso não ser inocente… mas digam-me: escrever para mim
mesma é indecente?!
De corpo, de alma, de coração e com satisfação o faço e não,
não o disfarço!
Mas agora basta... que a palavra seja a minha maior madrasta!
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