Hoje?
Hoje sinto-me como se tudo me faltasse.
Sinto-me como se eu fosse o chão sem céu.
Hoje, do que me conheço atormenta-me!
Uso de mim para mim, para ter consciência de mim, sem me aperceber que o único problema sou eu!
Hoje caí! Como um papel que embrulhou um rebuçado mau. Daqueles que estão todos colados e sem sabor...
Hoje tenho a alma parecida com a morte dos nervos cerebrais!
Aquela alma necrosada que me apodrece lentamente todos os sentidos.
Tudo o que faço por mim, hoje conheço-o claramente: NADA!
Tudo quanto sonhei até hoje podia-o tê-lo sonhado o moço de fretes...
Tudo quanto amei, morreu!
Oh... nostalgia do paraíso perdido, porque insistes em me fazer de histórias de infância?
Meu Deus agasalhado de penas nocturnas, não me deixes a colcha húmida de lágrimas!
O Destino acabou-se como um manuscrito interrompido.
Hoje não tenho mais altos nem baixos!
Hoje não tenho nada.
E consciência? Nem essa tenho ou quero vir procurar!
Serei a velha solteira, sem culpa ou remorsos daquilo que hoje sinto.
Toda a minha vida tive uma náusea do estômago que me invade os pulmões.
Porque hoje custa-me a respirar.
Hoje não encontro ar puro!
Hipocondríaca me sinto, tendo introduzidas no peito uma quantidade de doenças tristes no limiar da verdade.
A imortalidade das personagens que inventei em mim, presumida era o não ter vida apenas.
PatríciAntão
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