Faz frio, e retiro o branco da
cortina de frente dos meus olhos, quando me espanto com um raio de Sol. Namoro
as montanhas distantes, e os meus medos são de imediato transformados em
coragem, percebendo que até então estava errada em relação ao Mundo. E o Mundo em relação a mim.
Escondi sempre em mim a brisa de
gelo que perseverava no fundo dos meus olhos, e que nunca estalou, nem mesmo
com o alento do sal de todas as minhas
lágrimas.
Para quê ficar forte agora, se
todos os campos de fogo já tinham até hoje derretido a fronteira dos meus
limites?
Dentro de todas as minhas
limitações psíquicas ou físicas todos se riram do meu absurdo nome, e hoje que
me começam ver um pouco como gente, eu rio-me para mim mesma, tentado perceber
o quão limitada é a gente que me rodeia, por jamais se ter usado me conhecer,
quanto mais, usar a inteligência de me compreender.
Prefiro assim, fazer com que
todos achem que não passo disto, que nada mais sei fazer, para um dia o Mundo
surpreender.
Sei que um dia muita gente ainda
vai saber escrever o meu nome.
As estrelas vão iluminar caminhos
obscuros. Mas a mim, só chegará quem muito pouco entender de lógica psíquica.
Para muitos estaria bem entre quatro
paredes brancas e químicos que me acalmassem os ânimos. Mas a esses seres
pensantes, dou-lhes o ânimo de que se há algo que me pode acalmar a alma, é o
sentido de loucura.
Não suporto aquele tipo de gente
que o único sentimento é pena, pois não têm capacidade para perceber que os
tesouros naufragados na baía são os mais valiosos.
Uma chama se acende, quando
percebem que afinal meu nome não é aquele que está escrito nas paredes.
Porque para estar lá, é preciso
que eu autorize…
Que autorize este Mundo
conhecer-me!
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