Recordo-me de quando tinha dificuldade em conviver com os
outros, e só me abstraí do meu grande problema quando ultrapassei o facto de
não conseguir conviver com o meu espelho.
A renúncia do que era mais evidente atenuou com palavras,
palavras essas que nunca eu pensei exteriorizar para fora de mim, achando que
nunca ninguém me iria entender, pois eu própria não me entendia a mim.
Conflito entre mim e o reflexo que via na água ao tentar
beber com as duas mãos… o reflexo narcisista das aberrações que habitavam na
minha alma, e naquelas que se acomodavam inconfortavelmente na minha mente.
Tudo aquilo era o medo de mim própria, e do que o Mundo
poderia achar da minha anormalidade assente na loucura. Numa loucura desequilibrada
entre teoria e prática, entre palavras e pensamentos.
Pensamentos controversos que abateram todo o sentido da
minha existência…
Espero um dia atingir esse equilíbrio pelo qual luto, pelo
qual rescindo todos os meus próprios atos.
Que um dia consiga ir ao rio, e em vez do meu reflexo
sobreposto pelo da Lua, consiga apenas ver o reflexo do equilíbrio entre água e
peixes que habitam nela!
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