quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Profundezas do Homem

 
A cada dia que vivo, a cada olhar sobre a correria da sociedade me apercebo mais do desperdício de vida e sentimentos que há no Homem.
Cada vez mais destruída, a humanidade não passa de marionetas do relógio que corre cada vez mais depressa.
Entre os dedos do Homem existe prudência egoísta, nos olhos desconfiança, nos batimentos do coração cansaço, na memória esquecimento… Porque dentro dele só existe a frieza de algo mecânico.
O Homem só pensa e não sente, e condena quem não consegue ser racional nesta consistência.
Esquecem-se de que o Sol brilha. Esquecem-se de contemplar as estrelas e fitam todas as atenções para os bens materiais que criou.
  por vezes a revolta dentro de mim é tão grande que me apetece gritar, bem lá do alto de uma colina, em que todo o mundo me possa ouvir. Apetecia-me parar o Homem e fazer-lhe perceber como é bom sentir borboletas na barriga, como é bom abrir os braços, respirar fundo e sentir as forças do Céu, inalando a transparência do Ar, experimentando voar à velocidade do Vento… Com o brilho da Lua, ou com a luz do Sol fazer-lhe abrir os cérebros, e colocar no crânio matéria de coração.
 Para que sentissem nas extremidades da pele o esplendor do Fogo entrar-lhes pelo corpo, de forma a que o resplendor das chamas brilhassem nos seus olhares. Pensam eles que têm toda a estabilidade da Terra, dominando tudo e todos, esquecendo-se de si mesmos, olhando apenas para o espelho para melhorarem a imagem para os outros. Firmes que nem umas rochas, esquecem-se da doçura da Água e não sabem o sentido do sal das lágrimas.
A que profundidade do mar está o Homem?
Onde vamos chegar com tanta indiferença perante o Mundo que nos criou?
Sem sensações…
Não suporto ver este Homem destemido e introvertido na sua essência.
PatríciAntão

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