quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Romance

   
Depois de fitar um filme romântico, onde todos acabam felizes e eu concluo com lágrimas, questiono-me: Por onde anda a fantasia dos romances?
    Enfadada de presenciar conjuntos de pessoas fúteis que fazem juras de amor diárias que não passam de equívocos e ilusões, saio de casa, inalo o oxigénio que a vida me dá e distingo o horizonte de um parque, onde há passerelles de casais… Casais felizes?
    Eu sinto que sou um ser anormalmente romântica, que entre as mãos interlaçadas de quase todos casais não consegue ver quimera nem querença!
    O romance não existe apenas no final de um final feliz de um filme inspirado em lendas…
    O romance está em tudo o que a vida nos dá - num comboio aparecer na neblina da madrugada, nas gotas de orvalho que as folhas transpiram, no som do pássaro que vive em liberdade, na transformação de uma borboleta, no cheiro a terra molhada, nas cores do arco-íris, no frio da neve, no brilho das estrelas, no calor do Sol, no tato da areia do mar, no sal da água… No choro de um bebé acabado de nascer, num sorriso de uma criança, numa ruga de um idoso, na saudade de quem parte…
    O romance não está nas pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelos lençóis de prazer! Está nos espinhos da saudade que o céu branco separa dois amores, e que o vento une, quando chove, tocando as mesmas gotas de chuva na cara de cada um, obrigando-os olhar para o céu e agradecer-lhes por um dia terem entrelaçado as mãos…
   O romance está por aí… basta sonhá-lo e  descobri-lo!
PatríciAntão

1 comentário: