domingo, 12 de agosto de 2012

Já pensei...

De manto branco, com as gotas de orvalho que abrem a manhã, corro num lugar chamado para sempre.
Pensei então em deixar o teto de casa e caminhar. Caminhar sozinha. Sozinha para me encontrar.
Foi esta a herança que recebi, uma cruz pesada, uma sorte divina, um anjo da guarda e o azar do coração comandar minha mente.
Sorri e refresquei os sonhos entre as gotas da chuva gelada e aí tudo mudou.
Pensei sem sentir e pensei em seguir em frente sem nenhum caminho… apenas sorrindo a cada canto, amaldiçoando meu coração a cada queda minha.
Pensava eu viver iludida por ter esta enorme e exagerada capacidade de sonhar, pensava eu viver desiludida por ter consciência de que sem racionalidade não chegaria a meta alguma. E nesse pensar pensava em tudo, e acabava por não pensar em nada, pois nunca pensava em mim.
Punha tu e outro ele, e todos os outros em primeiro lugar nesse pensamento, e eu que realmente era importante era um simples pensamento ardido e desgastado por não ter tempo nem espaço para em mim pensar.
Descobri algo chamado eu. E não é o mundo que o faz o eu. É cada eu que faz o mundo.
Sonhei sempre caminhar com alguém ao lado. Pois… já pensei… quem não pensa?
Mas o meu coração é como uma árvore verde cortada…
A seiva verde secou e nada mais restou a não ser madeira queimada!
Mas sim, já pensei…

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