De manto branco, com as gotas de orvalho que abrem a manhã,
corro num lugar chamado para sempre.
Pensei então em deixar o teto de casa e caminhar. Caminhar
sozinha. Sozinha para me encontrar.
Foi esta a herança que recebi, uma cruz pesada, uma sorte
divina, um anjo da guarda e o azar do coração comandar minha mente.
Sorri e refresquei os sonhos entre as gotas da chuva gelada
e aí tudo mudou.
Pensei sem sentir e pensei em seguir em frente sem nenhum
caminho… apenas sorrindo a cada canto, amaldiçoando meu coração a cada queda
minha.
Pensava eu viver iludida por ter esta enorme e exagerada
capacidade de sonhar, pensava eu viver desiludida por ter consciência de que
sem racionalidade não chegaria a meta alguma. E nesse pensar pensava em tudo, e
acabava por não pensar em nada, pois nunca pensava em mim.
Punha tu e outro ele, e todos os outros em primeiro lugar
nesse pensamento, e eu que realmente era importante era um simples pensamento
ardido e desgastado por não ter tempo nem espaço para em mim pensar.
Descobri algo chamado eu. E não é o mundo que o faz o eu. É cada
eu que faz o mundo.
Sonhei sempre caminhar com alguém ao lado. Pois… já pensei…
quem não pensa?
Mas o meu coração é como uma árvore verde cortada…
A seiva verde secou e nada mais restou a não ser madeira
queimada!
Mas sim, já pensei…
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