Não me alcançam
justamente por me julgarem alguém instável.
Mas eu simplesmente me
farto de viver sempre…
Sempre da mesma
maneira.
Do dia a seguir à noite,
no mundo mecânico, em que todos nós somos fantoches na mão da imposição da
sociedade.
Farto-me de viver com
seres que pensam que uma árvore é uma
máquina verde que dá frutos e folhas, que o Sol é apenas “aquilo no céu” que
explicado cientificamente nunca terá olhos e boca como quando eu desenhava
(quando não pensava… apenas vivia o que a vida me dava). Nunca dará para andar de baloiço na Lua, mas será
que dá para dar um beijo apaixonado
entre a chuva?
Não suporto mais este
desgaste humano… este ritmo que me corta a pulsação do meu próprio sentido da
vida.
Não há mais palavras,
apenas letras feitas, não há o “sentir”, apenas mostrar aquilo que fica bem.
E o amor? Onde anda?
Anda na combinação de pares perfeitos na altura certa, com o propósito de quetudo
dê certo para que a conveniência seja para ambos e para a sociedade.
Nada se transforma,
tudo se adequa, tudo se acomoda…
Tudo é igual ao longo
dos dias e dos anos… igual, mecânico e exato!
E os homens continuam
apenas respirar sem sentido, sempre com discursos miseráveis que os faz
soluçar!
E a vida obriga
viver-me assim: nesta tribo sem cultura, nesta vida sisuda entre guerras e orgulhos .
Sou apenas mais uma
espectadora desta corrida: ver quem chega lá mais rápido, ver quem é o
primeiro. Pisando tudo e todos, tratando os adversários como objetos, ou como
um simples contador de records!
Quase "vivos mortos",
estes homens não são os homens do meu mundo.
Quero ainda um dia
encontrar um canto em que as pessoas sorriem e gritem por estarem vivas, e não
por estarem fartas de viver, ou obrigadas a sorrir porque assim tem de ser!
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