Tinha pavor de olhar para elas. Tinha mesmo até um vero
preconceito de as possuir.
Elas estão lá, bem marcadas em mim… E a cada olhar, a cada
passo, a cada dia, a cada momento, elas crescem, tornando-se mais profundas,
mais visíveis, mais salientes e distintas.
Fazem parte de mim, e eu delas. E uma sem a outra não
haveria história em mim.
Cicatrizes do meu corpo… não falo daquelas que ensombram o espelho da manhã. São aquelas com quem eu murmuro
todas as noites. Bem cravadas no corpo… bem profundas dentro de mim.
Hoje tenho orgulho nelas! Elas falam-me das minhas derrotas,
e sem as minhas derrotas eu nunca aprenderia a vencer.
Hoje enfrento-as e acarinho-as. Não são apenas o meu
passado, são o que eu um dia fui e fiz.
São todas as medalhas esculturadas na minha carne.
Assustam todos os meus inimigos, fazendo-os pensar o que eu
poderia já ter sido para que todas estas cicatrizes se desenhassem.
Elas falam mais alto que todas as espadas que me as causaram,
e agora são minhas… apenas minhas!
As cicatrizes… as que me descrevem não como derrotada, mas
as linhas que evitarão medos e conflitos …
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