Ninguém é de ninguém.
Ninguém nem nada me pertence. Muito menos o reflexo do pôr do sol no espelho dos meus olhos. Já me iludi, já me desiludi muito e já cai vezes de mais por pessoas que não merecem o meu sorriso. Já dei a mão a pessoas que hoje me vêm como um estorvo na vida... e neste momento, para além de saber xapinhar na água que sei que não é minha também sei magoar e deixar para trás aquilo que não merece o tacto das minhas mãos nem o bater do meu coração... posso vir passar a ser negligente com a vida mas vou vestir esta capa contra os espinhos que tantam cravar no meu coração.
Patrícia Antão