domingo, 26 de janeiro de 2014

Prazer... de "Sonhar"!


 
Acordei com esta frase a bater forte em cada processo de irrigação do meu cérebro: PARA DE SONHAR, COMEÇA A VIVER!
Fora da lógica de pensamento, naveguei e conclui que eu não consigo viver sem sonhar. É a minha imaginação que me leva tomar qualquer atitude, e de atitudes se constrói o dito viver.
Quando falo em sonhos, as pessoas devem achar que o meu psíquico se baseia num conto de fadas, onde jamais pousarei os pés no racional da verdadeira realidade. Não… quando falo de sonhos, falo nas metas, nos objetivos, na sensibilidade que possuo para vivenciar os momentos.
Morro de tédio quando me sinto sem imaginação, e eu não sei viver no tédio.
           Preciso de uma janela aberta para abrir os braços e voar à minha maneira, preciso de uma brisa fresca para que não me abafe na rotina. Com tédio eu não sei nem sequer respirar.
Preciso de me inspirar ao lamber uma tampa de iogurte, preciso de me sentir mulher com o suor de um lençol, preciso de me sentir livre com um beijo roubado, onde o salto no vazio é uma das sensações e sonhos mais presentes do meu dia-a-dia. Aquele segredo confessado, o fim do limite faz com que caminhe pelo proibido e isso fascina-me: quebrar regras faz-me sentir capaz!
Pelo inconsciente, por uma parede mal pintada, pelo dar uma mão a quem amo, pelo chorar por quem já não está mais, pela respiração desgovernada, por me sentir uma mulher amada!
Quando falo de sonhos não falo em olhos fechados, falo no sentir na pele uma dor diferente, um prazer ainda não distinguido.
Quando falo de sonhos, falo do poema mal encaixado, falo da alma e da ternura que me invadem o coração, quando vem o inesperado. Falo do instante, da minha loucura, da existência do ser humano no mundo, de quando acredito na minha própria eternidade. Sonho é um abraço, são lágrimas, é riso e superação. Cresço com os sonhos, e neles torno-me uma adulta cada vez mais diluída.
          Não vás pelos sonhos, vive pelos sonhos, sonha a viver: não vás porque o vizinho foi, vai porque te apetece agora!  Vai pelo gato ou voa pelo pássaro, imagina letras e canta as tuas canções. Caminha pela montanha ou pelo céu.
O importante é estares bem acordado, para sentires todas as falhas e conquistas do teu sonho.
Vai pelo romance, vai pelo gozo do prazer, mas vai…
            Cria momentos, pelo mundo fora… sonha, vive, não importa… Mas vai…
Pelos teus sonhos, pela tua vida!
PatríciAntão

Pare de Sonhar... Comece a viver.... VEJAM ESTE FILME

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Meu Nome

 
Faz frio, e retiro o branco da cortina de frente dos meus olhos, quando me espanto com um raio de Sol. Namoro as montanhas distantes, e os meus medos são de imediato transformados em coragem, percebendo que até então estava errada em relação ao Mundo. E o Mundo em relação a mim.
Escondi sempre em mim a brisa de gelo que perseverava no fundo dos meus olhos, e que nunca estalou, nem mesmo com o alento  do sal de todas as minhas lágrimas.
Para quê ficar forte agora, se todos os campos de fogo já tinham até hoje derretido a fronteira dos meus limites?
Dentro de todas as minhas limitações psíquicas ou físicas todos se riram do meu absurdo nome, e hoje que me começam ver um pouco como gente, eu rio-me para mim mesma, tentado perceber o quão limitada é a gente que me rodeia, por jamais se ter usado me conhecer, quanto mais, usar a inteligência de me compreender.
Prefiro assim, fazer com que todos achem que não passo disto, que nada mais sei fazer, para um dia o Mundo surpreender.
Sei que um dia muita gente ainda vai saber escrever o meu nome.
As estrelas vão iluminar caminhos obscuros. Mas a mim, só chegará quem muito pouco entender de lógica psíquica.
Para muitos estaria bem entre quatro paredes brancas e químicos que me acalmassem os ânimos. Mas a esses seres pensantes, dou-lhes o ânimo de que se há algo que me pode acalmar a alma, é o sentido de loucura.
Não suporto aquele tipo de gente que o único sentimento é pena, pois não têm capacidade para perceber que os tesouros naufragados na baía são os mais valiosos.
Uma chama se acende, quando percebem que afinal meu nome não é aquele que está escrito nas paredes.
Porque para estar lá, é preciso que eu autorize…
Que autorize este Mundo conhecer-me!
PatríciAntão

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Avô Abel


 
Avô Abel
Hoje questiono-me porque estou eu tão longe, sem sequer ter a oportunidade de te presentear e homenagear um último adeus. Só Deus sabe a dor que estou sentir neste momento, estar aqui sozinha sem poder abraçar o meu pai, os meus tios e resto da família, e sobretudo dizer-te “Até já” e dar-te um último beijo
Hoje partiste: o único avô que já tinha nesta vida. O meu herói, o meu poeta, o meu humorista, o meu artista. Eras o rei de Genísio, o que dava sentido a essa aldeia e família. Eras dos mais estimados, e amados. Eras tu que levavas por gestos e atos todas as formas de amor e saber estar na vida. A tua forte personalidade foi vincada, quando venceste com todas as forças contra tantos problemas de saúde que eu achava que eram impossíveis de serem ultrapassados durante tanto tempo. Provaste então ser o vencedor e guerreiro que eu sempre soube que eras. Pois foste tu que me ensinaste que nesta vida não podemos desistir do que somos e do que queremos. Chamaram-te tantas vezes teimoso, e eu vendo muitos dos meus atos espelhados em muito do que me transmitiste, sempre tive orgulho de dizer que era neta do “ti Abel”.
Recordo quando ia contigo para as feiras de artesanato e dizia com um sorriso babado, “sim, é o meu avô que faz!”, recordo os teus poemas, as tuas histórias contadas à lareira, das tuas inigualáveis mãos de artista que moldavam a madeira com amor. Os teus olhos eram sempre atentos, e tu inteligente e sábio ofereceste-me tanto nesta vida!  Não foram apenas os conselhos de avô, os sorrisos, as histórias ou os sermões bem dados, foi o ensinamento de um “saber ser” que ninguém me o vai tirar.
Um dia, se tiver netos o teu nome vai ser falado, as tuas histórias serão contadas, a tua fotografia mostrada e a tua arte revelada.
Tiveste sensibilidade e humor até ao último abraço que me deste: de lágrimas a escorrer-te pela cara, sempre unido aos netos disseste-me: “Vai, e vai comer a merenda antes de te ires embora, porque sempre foste a mais ruim para comer!”. Hoje posso prometer-te que já não sou a mais ruim para comer, e que vou sentir muitas saudades das merendas que comemos juntos.
Acalma-me a dor saber que te despediste de nós tranquilo e sempre lúcido, mas eu ainda tinha tanto para te dizer, para te mostrar, para viver contigo…
Eras e és das pessoas mais importantes da minha vida. Não és apenas o meu avô, és o nosso grande Pai, o nosso grande sábio, e vai-se falar sempre no teu nome com enorme orgulho.
Tantas palavras que tinha neste momento para dizer…. Mas preciso de silêncio para acreditar e aceitar avô.
Saudades sem fim…

Porque tu nunca terás um fim. O meu amor por ti é eterno.

Até já Avô Abel                                                                 13-01-2014

Protege-nos e guia-nos na Luz, estejas onde estiveres!
A tua neta, com dor e saudade
Patrícia Susana Martins ANTÃO